Taxa de desemprego teve aumento de 1,2% em abril
A taxa de
desemprego na Região Metropolitana de Salvador (RMS) teve um aumento de 1,2% em
abril de 2012, ao ser relacionado ao mês imediatamente anterior, e passou a
representar 17,5% da População Economicamente Ativa (PEA). No mês em análise,
manteve-se comportamento padrão verificado em todo País de formalização das
relações de trabalho (6mil/0,5%), principalmente no setor privado (18
mil/2,3%), e queda no emprego em postos vulneráveis, a exemplo dos Autônomos
(-12 mil/3,6%) e Domésticos (-4 mil/2,8%).
Em termos
absolutos, o contingente de desempregados foi estimado em 344 mil pessoas.
Embora tenha sido registrado uma redução de 13 mil postos de trabalho, também
houve uma redução de 10 mil nos integrantes da PEA. O resultado foi captado pela Pesquisa de
Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Superintendência de Estudos
Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento
(Seplan), em parceria com o Dieese, Seade e Setre.
Apesar do pequeno aumento na taxa de
desemprego verificado em abril, o diretor de Estudos da SEI, Armando Castro,
avalia aspectos positivos no resultado do mês: “A queda na ocupação se dá entre
os autônomos, com mais intensidade nos setores de serviços e comércio, o que
significa o encerramento de postos de trabalho precários que são mais
intensivos no verão. Em contrapartida, pode-se observar, nos últimos 12 meses
um significativo aumento nos empregos de carteira assinada”.
A coordenadora
do Dieese, Ana Margaret, ressalta um comportamento padrão de queda no postos de
trabalho nas análises mensais de março e abril: “São meses em que a atividade
econômica não está totalmente aquecida, atenuando o estímulo da população a
procurar espaço no mercado de trabalho, e consequentemente, diminuindo a
pressão sob a PEA”.
Esse
comportamento, segundo Margaret, é mais recorrente em postos menos
estruturados, a exemplo dos Autônomos e Domésticos. Porém existe outra
possibilidade para a queda do emprego em ocupações mais vulneráveis: “Há
probabilidade de estarem sendo absorvidos pelo mercado formal, se trata de um
padrão nacional e constante desde década de 2000”, explica a coordenadora do
Dieese.
Segundo a PED,
entre os principais setores de atividade econômica analisados, houve decréscimo
no Comércio (7 mil/2,6%), nos Serviços (7 mil/0,8%) e no agregado
Outros setores – que inclui serviços domésticos e outras atividades – (3
mil/1,8%). O crescimento nesse vetor ficou a cargo da Indústria (2
mil/1,7%) e Construção civil (2 mil/1,3%).
No mês de
março, o rendimento médio real diminuiu em proporções iguais para os ocupados
(1,2%) e para os assalariados (1,2%). No mesmo período, a massa de rendimentos
reais apresentou redução para os ocupados (2,6%) e para os assalariados (1,0%).
Comportamento em 12 meses
Em relação a abril de 2011, a taxa de
desemprego aumentou, ao passar de 15,7% para os atuais 17,5% da PEA. Dessa
forma, o contingente de desempregados aumentou em 56 mil pessoas, como
resultado do crescimento insuficiente do número de postos de trabalho (74 mil)
em relação ao acréscimo da PEA (130 mil). Nos últimos 12 meses, o número de
ocupados aumentou 4,8%, passando de 1.545 para 1.619 mil.
Entre os setores de atividade
econômica analisados, o nível ocupacional decresceu apenas na Indústria (19
mil/13,4%), elevando-se nos demais setores: na Construção civil (27
mil/21,6%), no agregado Outros setores, que inclui os serviços
domésticos e outras atividades (27 mil/20,3%), no Comércio (21 mil
/8,6%) e nos Serviços (18 mil/2,0%).
Conforme a posição na ocupação, o
emprego assalariado cresceu (61 mil/5,9%), devido aumento do contingente do
setor privado (92 mil/10,9%), visto que houve redução do trabalho assalariado
no setor público (29 mil/15,0%). O setor privado registrou acréscimo no número
de assalariados com carteira de trabalho assinada (83 mil/11,5%) e, com menor
intensidade, entre os sem carteira assinada (9 mil/7,3%). Houve elevação nos
contingentes de Domésticos (14 mil/11,3%) e de Autônomos (7 mil/2,2%), enquanto
decresceu o do agregado Outras Posições Ocupacionais, que incluem empregadores,
trabalhadores familiares e donos de negócio familiar (8 mil/12,1%) .
Na comparação com março de 2011, o
rendimento médio real decresceu para os ocupados (5,3%) e para os assalariados
(4,8%). Já a massa de rendimentos manteve-se relativamente estável entre os
ocupados (+0,1%) e elevou-se para os assalariados (1,5%).