sábado, 14 de abril de 2012

Cooperativismo

Cooperativismo: contextualização histórica


   O termo cooperativismo vem da palavra cooperar, que significa unir e coordenar os meios e os esforços de cada indivíduo para realização de atividade comum, visando alcançar um resultado procurado por todos.
    Estudos comprovam que havia cooperação entre os homens desde os primórdios, estando sempre associada às lutas pela sobrevivência, às crises econômicas, políticas e sociais, bem como às mudanças.
   Os povos antigos praticavam a cooperação na sua luta pela sobrevivência. A caça e a pesca em comum, a construção de habitações e a defesa da comunidade eram realizadas em conjunto pelos membros dos grupos. Além dessas atividades, nas sociedades mais primitivas a cooperação aparecia nas manifestações religiosas, componentes da vida social, mantendo-se pelo costume ou pela autoridade dos chefes tradicionais. Em qualquer caso a cooperação exprime a solidariedade instintiva do grupo. Em todos os povos encontramos vestígios e instituições baseadas na cooperação sem prévias formulações jurídicas ou normatizações escritas. Constituem mudanças espontâneas, benefício comum, trabalho em grupo, solidariedade e ajuda-mútua.
   No Brasil, nossos povos indígenas, através da realização de atividades econômicas e sociais em comum, deram origem à prática do mutirão, atividade comum em nosso país. Os nossos índios adotam um sistema tribal de ajuda mútua desde o plantio da terra, a colheita, o armazenamento, a caça, a moradia ou a educação de suas crianças. Essas formas de cooperação foram evoluindo ao longo do tempo, chegando ao que hoje denominamos cooperativismo moderno.
   O cooperativismo moderno inspirou-se na cooperação econômica - movimento que influenciou a organização social de trabalhadores e se fortaleceu no século XVI, com P.C. Plockboy, que idealizava a "cooperação integral" por classes de trabalhadores; e com Jonhn Bellers, que procurava organizar "Colônias Cooperativas", para produzir e comercializar seus produtos, eliminando o lucro dos intermediários, e nas idéias dos chamados precursores do cooperativismo, com destaque para Robert Owen, industrial americano que implantou em suas fábricas mudanças como redução da jornada de trabalho, criação de creches, etc. Feliz com esses resultados, Owen começou a defender a criação de uma sociedade comunista com o fim da propriedade privada.
   O cooperativismo gera uma relação, que a maioria preconiza, como sendo entre a cooperativa e o cooperado e vice-versa. Analisando mais friamente, não existe cooperativa e sim a união de cooperados, logo a relação é sempre entre os cooperados. Eu sou cooperado dos demais cooperados.
   Em função desta distorção de interpretação societária, a relação entre os cooperados sofre do mesmo mal. Não há uma consciência generalizada que somos necessários uns aos outros e que só existe cooperativa se houver a cooperação entre os sócios.
   Fazer os cooperados praticarem a cooperação é um desafio que deve ser alcançado, sob pena de termos sociedades cooperativas aleijadas do seu objetivo precípuo.
   Quando um novo cooperado se associa à cooperativa, no mais das vezes, sempre vem acompanhado da fatídica pergunta: “O que eu vou ganhar com isso?”.
   Com o desenrolar das explicações, tentando mostrar que estará prestes a entrar numa sociedade e não somente assinando um contrato clientelista. Ademais essa relação deverá ser sob as bases constituídas pelos princípios cooperativistas. Uma sociedade, realmente social, com princípios sociais, mas que ainda precisa ter cooperados conscientes e praticantes desta doutrina.
   Tamanha distorção, só leva a dificultar enormemente a gestão da cooperativa. Será que, se houver gestores mal intencionados, essa distorção passará a ser sua aliada com base na alienação? Como superar tudo isso?
   Várias são as perguntas, mas para resolver os problemas, precisamos em primeiro lugar, obter conhecimento para identificá-los e construir alternativas e soluções. A educação sempre é a saída e no cooperativismo não é diferente.
   O Estado de Pernambuco carecia a muito, de um curso de formação de gestores cooperativistas para o processo de formação de uma massa pensante e capaz de mudar para melhor o cooperativismo pernambucano. A capacitação por si só não provocará nenhuma mudança positiva, contudo formará um arcabouço de conhecimento que possibilitará tal mudança.
   Sempre tive essa dimensão e a disciplina de gestão estratégica fortaleceu-a ainda mais. Como podemos mudar algo, se fazemos o mesmo que antes? Pergunta de resposta óbvia, mas de execução ainda difícil. O primeiro passo foi dado, agora depende de nós para gerar frutos cooperativos capazes de melhorar a verdadeira relação cooperativista entre os sócios-cooperados.
   O segredo do sucesso é simples: o primeiro é saber o que fazer, o segundo é escolher o caminho e o terceiro e arregaçar as mangas e mãos a obra. O conhecimento nos faz enxergar melhor o primeiro e nos auxilia na melhor escolha do segundo, contudo o terceiro só depende da vontade de cada um.

Por FREDERICO FERRAZ VIEIRA DE FRANÇA
MBA em Gestão de Cooperativas UNICAP
Federalcred - Nordeste


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Cooperativismo

Número de pessoas ligadas ao cooperativismo brasileiro ultrapassa 10 milhões

Estudo elaborado pela Gerência de Monitoramento e Desenvolvimento de Cooperativas (GeMDC) do Sescoop e divulgado no início de abril, mostra que em 2011 o total de associados às cooperativas ligadas à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) passou dos 10 milhões, registrando um crescimento de 11% em relação ao ano anterior, comprovando a consolidação do cooperativismo como fonte de renda e inserção social.
Seguindo essa mesma linha, também foi observado crescimento no quadro de empregados, que fechou o último período em 296 mil, 9,3% a mais do que em 2010. O número de cooperativas ficou em 6.586, representando um decréscimo de 1% no comparativo a 2010.
Com base nos dados históricos, é possível fazer, estatisticamente, uma previsão do comportamento desses indicadores para os próximos cinco anos. A estimativa é de que o número de cooperativas registradas no Sistema OCB permaneça estabilizado. Já o total de cooperados, segue uma linha ascendente e constante, prevendo chegar, também até este ano, a 12 milhões. Seguindo a mesma metodologia, espera-se que o Sistema ofereça, até 2016, 353 mil  empregos.
Ramos e regiõesNesse contexto, o ramo crédito se destaca, apresentando o maior contingente de associados, com crescimento de 16% em relação ao ano anterior. Em 2011, o segmento chegou a 4,7 milhões de cooperados. Já em 2010, eram 4 milhões. Em seguida, aparecem os ramos consumo, com 2,7 milhões e 18% de aumento, e agropecuário, chegando próximo de 1 milhão, com 3% de expansão.
A região Sudeste, em quantidade de cooperativas, aparece em primeiro lugar, com 2.349 empreendimentos e crescimento de 3% no comparativo ao ano anterior. Pela ordem seguem, a Nordeste, com 1.738 e 1% de aumento; e Sul, com 1.050, mesmo tendo registrado 14% de diminuição no total de sociedades cooperativas no comparativo com 2010.
No entanto, se o indicador considerado for a relação de cooperados, o quadro muda um pouco, apesar de a região Sudeste permanecer na primeira posição, com 4,7 milhões e 36% de expansão. Nesse caso, a região Sul ocupa o segundo lugar, com praticamente 4 milhões de associados e 15% de aumento.; e a terceira posição é ocupada pela região Centro-Oeste, com 644 mil e 10% de crescimento.
E quanto à geração de empregos diretos, a realidade é outra. A região Sul é a que tem maior quadro de colaboradores – 152 mil e 10% de expansão, e a Sudeste, figura em segundo, com 94 mil e 13% de crescimento. Também nesse item, o Centro-Oeste ocupa a terceira colocação, com 21 mil empregados e 20% de aumento no período.
Estados – O Estado de São Paulo é o que tem mais cooperativas registradas no Sistema OCB – 932. Minas Gerais e Bahia aparecem em seguida, praticamente empatados, com 785 e 783, respectivamente, no ano.
No total de cooperados, destacam-se os Estados de São Paulo (3,4 milhões), Rio Grande do Sul (1,9 milhões) e Santa Catarina (1,2 milhões). Já no de empregados, quem lidera é o Paraná (64,9 mil), seguido do Rio Grande do Sul (48,7 mil) e de São Paulo (48,5 mil).

terça-feira, 10 de abril de 2012

Cooperativismo


Governo e Sistema OCB discutem promoção do comércio internacional
Intuito é engajar as cooperativas no processo de fomento ao comércio com países estrangeiros
Apresentar políticas de promoção internacional. Esse foi o objetivo da reunião entre representantes da Secretaria de Relações Institucionais do Ministério da Agricultura (SRI/Mapa) e o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, realizada na tarde desta quarta-feira, em Brasília (DF). Com o intuito de engajar o sistema cooperativista no processo de promoção internacional, o secretário Célio Porto disse a Freitas que conta com o suporte das cooperativas nessa tarefa.

“O Mapa promove uma série de feiras internacionais onde vários sucessos de produtos brasileiros são apresentados, principalmente agroindustrializados. É de interesse das cooperativas, também, dar publicidade a essa produção, tendo em vista o nível de desenvolvimento tecnológico em que várias se encontram”, explicou o analista de Ramos e Mercados da OCB, Paulo César do Nascimento.

O analista pontua que a relação do Brasil com o mercado no exterior pode e precisa ser aprimorada. “O cenário internacional não quer produto novo, mas sim estabilidade em termos de produção. Os países querem continuidade nas negociações internacionais com o Brasil”. Segundo o técnico, o que acontece muitas vezes é o Brasil ser visto como potencial nicho de mercado, e não manter o produto ou negócio em linha. “Por esse motivo, os representantes do governo estão querendo fazer essa ponte, essa relação, além de já terem percebido que as cooperativas estão muito engajadas nesse sistema, contando com unidades de negocio próprias, com boa gestão, boa elasticidade de oferta”, avaliou.

Cooperativismo


Representantes do Sistema OCB se reúnem com ministro da Agricultura
Cooperativistas apresentaram propostas importantes para o desenvolvimento do cooperativismo e da agropecuária nacional nesta terça-feira (10/04)
Líderes do cooperativismo brasileiro apresentaram hoje (10/04) ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, propostas de políticas públicas importantes para o desenvolvimento do setor e da agropecuária nacional, em especial neste que é o Ano Internacional das Cooperativas. As medidas foram detalhadas pelo presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, e representantes de oito unidades estaduais do sistema, mostrando a realidade das cinco regiões do país. O superintendente da OCB, Renato Nobile, também participou da audiência realizada na sede do ministério, em Brasília (DF).

Ao falar sobre as demandas comuns a todos os estados, Freitas elegeu quatro pontos considerados prioritários pelo setor cooperativista para a continuidade da produção. Segundo ele, é preciso trabalhar em uma política de garantia de renda para os produtores rurais brasileiros. “Estamos falando em preços mínimos justos, um seguro rural que realmente cumpra com eficiência a sua função e possa auxiliar o homem do campo em incidentes climáticos, por exemplo”, disse.

A inclusão das cooperativas como legítimas beneficiárias do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) foi outra questão apontada como determinante. Hoje, apenas os associados, como pessoa física, podem participar e ter acesso aos recursos. “Pela natureza societária das cooperativas, elas não têm acesso à diversidade de recursos como outras empresas. Por isso, precisam ser contempladas em outras políticas”, comentou o presidente da OCB.

Freitas também destacou a importância de se ter financiamento de capital de giro que contemple pelo menos 30% da movimentação das cooperativas, e que seja uma linha robusta, com taxas menores. “Essa é uma necessidade latente, e as cooperativas não têm a capacidade para arcar com esses custos na velocidade que precisam”, enfatizou.

Nesse contexto, o dirigente ressaltou ainda a necessidade de alavancar a capitalização das cooperativas de crédito, para que as mesmas possam continuar atuando na disponibilização do crédito rural. “Só em 2011, por exemplo, elas responderam por 14% do crédito rural”, disse. 

Estavam presentes os presidentes das organizações estaduais do Rio Grande do Sul, Vergilio Perius; do Paraná, João Paulo Koslovski; de Minas Gerais, Ronaldo Scucato; de Goiás, Haroldo Max; do Mato Grosso do Sul, Celso Régis; do Ceará, João Nicédio Nogueira; e do Amazonas, Petrúcio Magalhães Júnior, e, representando a unidade de São Paulo, o presidente da Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Ismael Perina Júnior. Também participaram da reunião, o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Rui Polidoro, e o coordenador da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Odacir Zonta. 

Cooperativismo


Sicoob divulga relatório anual 2011

O Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) divulgou este mês o Relatório Anual 2011 nas versões online e impresso, reforçando o posicionamento de uma instituição que trabalha por um sistema financeiro sustentável e inclusivo. O documento está disponível no site www.sicoob.com.br. Os resultados do Sistema no período refletem o crescimento do setor cooperativista de crédito no país. Reforçando esse cenário, o Sicoob registrou um crescimento de 18,23% em ativos totais, alcançando a marca de R$ 28,2 bilhões. Nas operações de crédito, houve um acréscimo de 25,41% com R$ 16,5 bilhões. 

O relatório apresenta um panorama geral do Sicoob (cooperativas centrais e singulares, Confederação, Bancoob e Fundo Garantidor do Sicoob), os seus principais números, aspectos da organização e projetos sistêmicos, governança corporativa, entre outros. Além disso, o documento traz gráficos e tabelas com informações consolidadas sobre o Sistema, além da prestação de contas e demonstrações financeiras do Sicoob Confederação e do Fundo Garantidor do Sicoob (FGS). 

Sobre o Sicoob

O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) possui mais de dois milhões de associados em todo o país e está presente em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal. O Sicoob é composto por 552 cooperativas singulares, 15 cooperativas centrais, o Sicoob Confederação (Confederação Nacional de Cooperativas de Crédito do Sicoob) e pelo Bancoob (Banco Cooperativo do Brasil), um banco comercial privado, sociedade anônima de capital fechado, cujo controle acionário pertence às entidades filiadas ao Sicoob, e que opera como provedor de produtos e serviços financeiros para as cooperativas.

Conta ainda com um Fundo Garantidor do Sicoob (FGS), implantando com o objetivo de garantir e realizar a cobertura dos depósitos à vista e a prazo dos associados de cooperativas singulares do Sicoob, até o valor de R$ 70 mil.

A rede Sicoob é a sexta maior entre as instituições financeiras que atuam no país, com aproximadamente dois mil pontos de atendimento. As cooperativas integrantes do Sistema oferecem um amplo portfólio de produtos e serviços para seus associados e possibilitam acesso a recursos financeiros especiais para empréstimo, investimento e capital de giro, com taxas e juros mais acessíveis.

Fonte: Press Comunicação Empresarial