sábado, 30 de novembro de 2013

Economia Solidária

Feira da Economia Solidária realiza última exposição de 2013 na Ufal                
Em dezembro os produtos ficarão à mostra durante duas semanas, de 2 a 13 de dezembro             
 
Deriky Pereira – estudante de Jornalismo
 
A Universidade Federal de Alagoas receberá, na próxima semana, mais uma edição da Feira da Economia Solidária. Esta, que será a última do ano de 2013, será realizada de forma diferenciada: os produtos ficarão expostos por duas semanas, entre os dias 2 e 13 de dezembro, na Praça dos Bancos, ao lado da Caixa Econômica Federal, situada no Campus A.C. Simões, em Maceió.
 
A iniciativa é do Núcleo de Incubação de Empreendimentos Solidários (Unitrabalho), coordenado pelo professor César Nonato, do Centro de Educação (Cedu) e pretende divulgar os trabalhos de artesanato feitos pelos grupos incubados pelo núcleo, como sandálias, roupas, bijuterias e artigos de decoração para as comunidades acadêmica e circunvizinha.
 
Outro diferencial desta última edição do ano será mostrado na segunda semana de feira, quando outros grupos estarão presentes, trazendo diversidade aos produtos já oferecidos. Participarão do evento os empreendimentos Guerreiros de Alagoas (Maceió), Cooperartban (Marechal Deodoro), Artemix e Fibrart (Atalaia)”, explicam os organizadores do projeto.
 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Economia Solidária

Autogestão é um desafio para quem não deixou de ser jovem

Por Luigi Verardo (publicado em http://www.agenciajovem.org/wp/?p=18223)
 
ImageA Economia Solidária tem a virtude de poder integrar diversos elementos constitutivos da vida na sociedade humana. Ela tem a potencialidade de agregar o que foi e está sendo pulverizado e fragmentado pela trajetória mais recente da história. A Economia Solidária nasce como expressão de uma inconformidade com o mundo em que vivemos e, ao mesmo tempo, não deixa de apresentar e realizar alternativas econômicas e sociais para o mundo que queremos: mostra que uma outra economia e outra forma de organização e relacionamento social é possível. Atua na área do negócio e combina-a com a área organizacional, de forma que uma não sobreponha a outra.
 
Isto é, se a atividade econômica (produção, serviço, comercialização, consumo, finanças) constitui o elemento básico, ela não prescinde, mas requer afluência de nova cultura, visão ambiental e relacionamento solidário e adequados ao trabalho humano. Isto porque não se trata de uma atividade econômica convencional, mas de economia baseada na solidariedade e organizada de forma autogestionária.
 
Quando definimos os empreendimentos solidários como atividades coletivas, de cooperação e autogestionárias estamos pressupondo a existência de autonomia, o que requer investimento na construção dos elementos de caráter objetivo e subjetivo necessários para que, em última instância, se crie uma cultura avessa à dependência, à exploração, ao preconceito (de raça e de gênero) e à política de dominação. Sabemos que superar os entraves que tanto nos impedem de promover a solidariedade e autogestão requer que se considere as determinações que pesam sobre cada um de nós tanto individual como coletivamente. Afinal, na nossa existência nos encontramos em um mundo que não escolhemos (preferíamos outro e melhor, não é verdade?). Além disso, nos encontramos em uma forma muito louca de relacionamento em sociedade. Vivemos com muitas pessoas que não escolheríamos conviver. Vivemos numa sociedade que usa determinada forma de organização social e cultural que nos precede; contudo, estes são apenas os elementos externos que demarcam nossa existência.
 
Os obstáculos e as cadeias que sequestram nossas almas e nossas alegrias não estão distantes de nós: também estão em nós mesmos. Isto é, fomos educados (desde a infância, na família, nas escolas, nas empresas, nas catequeses e pelos meios de comunicação) para o individualismo, competitividade e dureza nas relações. As heranças culturais e psíquicas não nos abandonam de graça: são heranças, são marcas. Por conta disso, é necessário saber o que queremos e que projeto de vida nos interessa. E, a partir disto, é saber o que podemos e devemos rejeitar ou deixar para trás. Com isso teremos chance de construir o que queremos. Só seremos nós mesmos a partir do que fizermos daquilo que os outros fizeram de nós.
 
Sem dúvida que há necessidade de se desenvolver espírito crítico e promover novas atitudes e sensibilização para novos valores. Contudo, nuvens escuras não se desfazem com simples brisas e tampouco aquelas coisas mais preciosas à vida não são trazidas pela aragem matinal do novo dia que tanto desejamos. É possível que as marcas individuais e coletivas nunca nos abandonem, mas identificá-las e tratá-las permite que se construa o desejável para o amadurecimento individual e para o desenvolvimento do coletivo.
 
O processo de libertação das determinações e de construção voltada à autonomia não se dá pela via teórica ou de forma abstrata. São resultados de novas atitudes e de novas práticas. São frutos que nascem de novo relacionamento no trabalho, no controle coletivo das atividades econômicas. É neste sentido que a Autogestão na Economia Solidária é uma escola não apenas para a economia, mas para a sociedade e para o indivíduo.
 
A promoção de novas formas de relacionamento e de administração envolve necessariamente uma gama enorme de elementos que de alguma forma interferem na vivência das pessoas e dos grupos. É necessário trabalhar os conceitos, preconceitos, informações, juízos de valores que estão incorporados como naturais, assim como atitudes e gestos inconscientes. Por conta disso, afirmamos que a construção de novas relações e novas atitudes exige que se trabalhe com saberes, desejos e fantasias.
 
Constituir alternativas solidárias implica em mexer em escalas de valores. Elas têm a ver com as alterações no comportamento e nas práticas de interação dos indivíduos com o grupo em que convivem e trabalham no dia-a-dia. A economia solidária e a autogestão não são categorias absolutas: são processos de construção em que um rol muito amplo de elementos deve confluir para seu desenvolvimento e para a sua constituição.
 
Combater a dependência é mais do que se dizer “independente” (etimologicamente, dependente de si mesmo). Resta, contudo, saber das dependências conscientes ou inconscientes que herdamos internamente. Contudo, se, de alguma forma, somos determinados pelo nosso meio, isso não nos isenta de responsabilidades. Aliás, devemos ter responsabilidades (responder pelas palavras e ações) de ordem social (relacionais), política (poderes) e ideológica (mentalidades). Quando falamos que desde o começo temos compromisso com a solidariedade, na sua acepção social, cultural e política, estamos nos referindo, antes de tudo, à solidariedade para com os que vivem do seu próprio trabalho, e não de forma geral ou abstrata. Aliás, a solidariedade não se dá apenas com o presente (com as pessoas de hoje) porque a humanidade continua e não é nada solidário gerar hoje um passivo ambiental para as gerações futuras pagarem.
 
Constituir empreendimentos de economia solidária e de autogestão significa, antes de tudo, construir alternativas, pressupondo um incessante trabalho crítico tanto no sentido de negar (na teoria e na prática) o que se quer superar, quanto no de construir o novo a que se propõe. Significa realizar um processo vivo no qual tanto o trabalho quanto o relacionamento interpessoal devem caracterizar-se como atividade essencialmente humana de forma que os sujeitos possam exercer sua atividade de forma prazerosa, sem que se dissociem a produção e a deliberação. Afinal, produzir e decidir sobre o destino do que se produz são partes integrantes do processo de trabalho e da vida humana.
 
As atividades solidárias e de autogestão como gestão democrática requerem um investimento incessante à promoção da inteligência coletiva. Incentivo tanto no sentido de capacitar os trabalhadores e garantir a sustentabilidade do empreendimento, quanto no sentido de sensibilizar o conjunto dos trabalhadores para as novas relações de trabalho e de organização coletiva. Tudo isto sem perder de vista a inserção no mercado. Investir na organização dos trabalhadores e simultaneamente na gestão do negócio significa que é necessário que se distingam, de forma clara, as duas áreas. Significa que se deve tratar de forma distinta, porém combinada, a esfera da gerência e administração do negócio e a área de relação e organização autogestionária. Pois, o espaço das relações cooperativas e o espaço do relacionamento competitivo do mercado constituem duas esferas que são de caráter distinto e contraditório. As diferenças e os conflitos, por sua vez, requerem um tratamento permanente e adequado de forma que possam servir de elemento gerador não só de consciência, mas de estímulo no sentido de se buscar a superação através de novas perspectivas e novas dimensões de relações de trabalho e de vida.
 
Há um tempo acreditou-se que quando os trabalhadores pudessem assumir coletivamente seu próprio negócio iriam fazê-lo de forma muito mais interessante que a mera reprodução daquilo que viviam no mundo do trabalho. Contudo as experiências das centenas de empreendimentos e empresas de autogestão mostrou que o peso da herança da cultura da dominação (principalmente, subalternidade e dependência) e do preconceito persiste nas “novas” relações de trabalho. No caso das empresas recuperadas observamos o quanto a trajetória de lutas e de reivindicações dos períodos anteriores determinava o destino do futuro do empreendimento solidário e de autogestão. Das experiências bem sucedidas ou que redundaram em resultados satisfatórios, nenhuma delas contava com trabalhadores sem experiência de luta (de greve, por exemplo) sem experiência que provasse a importância da solidariedade de classe naquelas ações trabalhistas.
 
Além da história de lutas também a questão etária mostrou sua importância. Se além da ausência da vivência solidária acrescentasse o fator etário, a perspectiva do novo projeto poderia estar toda comprometida. Aliás, daqueles empreendimentos assumidos pelos próprios trabalhadores nenhum se deu com pessoas com idade próxima da aposentadoria e com pouca trajetória de luta e de busca de mudanças e inovações.
 
Quando se trata de constituir projeto de autogestão o segmento jovem apresenta potencialidade superior. Além do gregarismo¹ que expressam em diversas de suas ações possuem de forma menos cristalizada as heranças da dominação. Tiveram menos oportunidade de serem adestrados pelo taylorismo e fordismo. Por fim, pode-se dizer que o jovem possui maior disponibilidade, mais espírito de abertura para vivência de novas realidades.
 
Depois, no processo de implantação sob a gestão direta dos trabalhadores persistem elementos culturais e psíquicos que dificultam o amadurecimento individual e coletivo necessário às práticas autogestionárias. Existem atitudes que fazem lembrar a expressão bíblica: “saudades das cebolas do Egito” porque, por exemplo, o trabalhador antes tinha garantia da Carteira de Trabalho. Agora, não. Antes não precisava conhecer outras áreas de trabalho senão as atividades de sua seção ou de sua profissão. Agora precisa se responsabilizar pela administração do negócio. Aliás, o conceito de “profissão” passa a ter maior abrangência. Mesmo quando o sujeito começa a assumir a gestão muitas vezes faz pela metade de forma que continua se sentindo empregado para cobrar e reclamar e, ao mesmo tempo, acha-se com poderes (de ser chefe) para dar ordem e mandar.
 
Por ser um processo em construção e de inovação o desenvolvimento do empreendimento autogestionário requer inteligência e energia para cuidar da partilha das informações, disponibilidade para participação integral da gestão e vigilância para acompanhar as decisões, os encaminhamentos e resultados. Como se pode observar este caminho não é para qualquer pessoa. As tarefas não são para pessoas burocratizadas e acomodadas com rotinas: são desafios que precisam de jovens para avançar.
Envolva-se:
 
Para conhecer um pouco mais do assunto recomendamos: VERARDO, Luigi. Economia Solidária e autogestão. http://www.fase.org.br/projetos/vitrine/admin/Upload/1/File/Proposta98/luigiverardo98.pdf
¹ “O gregarismo é uma estratégia protetora observada em diversos grupos de animais, que se agrupam em sociedades mais ou menos estruturadas, permanentes ou temporárias, visando a proteção dos indivíduos que a compõem”. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Greg%C3%A1rio

Notícias

Abatedouro frigorífico de Morro do Chapéu vai garantir carne saudável para a região
 
 
(Morro do Chapéu/BA) - Garantir carne saudável, livre de doenças como a brucelose, salmonelose e tuberculose, é o que pretende o secretário da Agricultura, Engenheiro Agrônomo Eduardo Salles, ao assinar ordem de serviço para a construção do abatedouro frigorífico municipal de Morro do Chapéu, na noite da última sexta-feira (22), na prefeitura da cidade. Também assinaram o documento, o prefeito Cleová Oliveira Barreto e o representante da empresa SZ Construtora, vencedora de licitação para a construção da obra.
 
“Em nome de toda população de Morro do Chapéu eu agradeço ao governo do Estado, ao senador Walter Pinheiro, que deu o pontapé inicial para conseguirmos essa obra, que vai mudar a realidade do consumo saudável de carne de toda região”, destacou o prefeito Cleová, acrescentando que como contrapartida o município viabilizou o terreno, realizou a pavimentação e garantiu projeto de energia elétrica.
 
O secretário Eduardo Salles destacou que esta é uma das maiores obras da Secretaria Estadual da Agricultura, em um período difícil para a economia do Estado, mas imprescindível para a Bahia. “Mesmo com o momento de recessão pelo qual o estado passa, o governador Jaques Wagner teve a sensibilidade para entender que esta é uma obra estruturante para esta região. Serão investidos quase R$ 5 milhões, e serão abatidos 100 animais/dia. O equipamento que estamos trazendo para este município é de primeiro mundo e se adéqua à portaria nº 304 do Ministério da Agricultura”, disse Salles, agradecendo ainda o apoio do secretário de Planejamento Sérgio Gabrielle, dos senadores Walter Pinheiro e Lídice da Mata, e do deputado federal José Carlos Araújo.
 
O secretário ainda anunciou que outros investimentos estão previstos para Morro do Chapéu, a exemplo de um laticínio que será construído, mas os equipamentos já estão garantidos, e o centro de comercialização de animais, que é um desejo dos criadores da região. “Estamos trabalhando com projetos sustentáveis para toda zona rural no interior da Bahia, e todas as lideranças de Morro do Chapéu sonham com o funcionamento do Parque de Exposições do município”, pontuou.
 
Além de Morro do Chapéu, também já foram assinados contratos para a construção de abatedouros frigoríficos em Valença, Remanso e Bom Jesus da Lapa, com capacidade para abate de 100 animais/dia. Na semana passada também foram assinados contratos para a construção de nove outros abatedouros frigoríficos, com capacidade para 30/100 animais/dia nos municípios de Araci, Barra, Iguaí, Itaberaba, Itanhém, Medeiros Neto, Paramirim, Santa Rita de Cássia e Valente.
 
A cerimônia de assinatura contou com a presença de secretários municipais, vereadores, do deputado federal José Carlos Araújo, do presidente da Assopel, Odilésio José Gomes, dentre outros representantes de instituições locais.
 
Fonte:
Imprensa Seagri
Jornalista: Lívia Lemos/ 3461
Contato: (71) 3115-2794

Notícias

Secretário da Agricultura alerta que questões trabalhistas podem inviabilizar a cafeicultura na Bahia e no Brasil
 
Fotos: Aurelino Xavier
A burocratização das questões trabalhistas inviabiliza a atividade cafeeira no Brasil e na Bahia. Essa afirmação foi feita pelo secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, durante a palestra que marcou a abertura do VIII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, com o tema “Atividade Cafeeira com Sustentabilidade e Inclusão Social”, nesta segunda-feira (25). Além de apresentar o panorama atual da situação da cafeicultura na Bahia, o secretário afirmou, com a experiência de quem foi diretor, vice-presidente, presidente por duas vezes da Assocafé e criador do concurso de cafés especiais na Bahia com grãos selecionados premiados nacionalmente e internacionalmente, que a sustentabilidade do setor cafeeiro está diretamente relacionada à questão trabalhista. “Tenho uma história dedicada à cafeicultura, participei dos grandes eventos nacionais e internacionais do café e conheço de perto as dificuldades enfrentadas pelos cafeicultores do Estado. A inclusão social passa pela deburocratização trabalhista. Muitas fazendas de café estão fechando por conta desse problema”, enfatizou.
 
O simpósio acontece num momento importante para os produtores de café do Brasil, em que o Conselho Monetário Nacional aprovou a renegociação e o adiamento do pagamento de dívidas de cafeicultores com vencimento entre julho de 2013 e junho do próximo ano, transferido para 2015. A medida, aprovada na última sexta-feira (22), está restrita aos produtores de café da variedade arábica e suas cooperativas. “É evidente que demos um passo importante, mas é um absurdo que o café conillon não tenha sido contemplado, porque essa variedade está passando por um momento muito complicado que precisa ser revertido”.
 
Eduardo Salles lembra que no período em que esteve à frente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), propôs o “Simples” para a cafeicultura, (regime tributário diferenciado semelhante ao aplicado em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), sem perdas para trabalhadores e produtores. “Atualmente o trabalhador que recebe por produtividade atua na colheita de uma fazenda e vai migrando de uma para a outra de acordo com a remuneração. O objetivo é formalizar essa prática, fazendo com que o empregador possa recolher os recursos e encargos baseando-se no tempo trabalhado, sem precisar assinar a carteira do trabalhador apenas por alguns dias. Essa burocracia trabalhista faz com que os trabalhadores percam seus empregos”, disse Salles destacando que, a cafeicultura é uma das atividades que mais empregam na Bahia e no Brasil, mas para dar sustentabilidade ao setor é preciso desburocratizar a questão trabalhista, sem ferir os direitos do trabalhador. “Para isso é necessário o apoio dos deputados estaduais, federais e dos senadores empunhando essa bandeira, para que dessa maneira, avancemos nas questões trabalhistas”, afirmou.
Na condição de presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), o secretário Eduardo Salles vai colocar em pauta, na próxima reunião de da entidade, no dia 6 de dezembro deste ano, durante a Fenagro, em Salvador, as condições trabalhistas na cafeicultura. “Vamos encaminhar ofícios aos deputados federais e senadores pleiteando questões como a desburocratização das condições trabalhistas, a inserção do Conillon na renegociação e o aumento do preço mínimo dessa variedade. “O preço mínimo do café arábica subiu e o do conillon permaneceu o mesmo, ficando muito abaixo do preço de produção, enfatizou Salles.
 
“A medida contempla apenas os produtores do café arábica, por conta dos grandes estoques do grão, com preços em queda há três anos. A situação do conillon é menos crítica, os estoques vêm se acumulando há dois meses. No entanto, temos atualmente os piores preços da história do café, na última atualização de preços feita pela Conab, o café arábica foi reajustado para R$ 307,00 a saca, e o conillon, que não sofreu reajuste, permaneceu com o valor de R$ 157,00 a saca ”, destacou o presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes, ressaltando que a renegociação num momento de crise é sempre bem recebida, mas ainda não é o suficiente.
 
Carta da Bahia
 
Diante da situação crítica enfrentada pela cafeicultura no Brasil e na Bahia, agravada pela estiagem prolongada que atinge o Estado, cafeicultores das regiões Sul e Extremo Sul e representantes do setor produtivo estiveram reunidos na Secretária de Relações Internacionais (Serin), para debater e estabelecer medidas emergenciais de superação desse momento difícil da produção.
 
As demandas levantadas foram documentadas e encaminhadas ao governador Jacques Wagner, que contatou de imediato os ministros da Agricultura e da Fazenda, para discutir o assunto. Ficou estabelecida também, uma reunião extraordinária da Câmara Setorial do Café, prevista para acontecer no dia 28 de novembro, para finalizar um documento denominado “Carta da Bahia”, contendo todas as reivindicações dos cafeicultores da Bahia, que será formalmente entregue pelo secretário Eduardo Salles, ao governador do Estado durante a Fenagro, no Parque de Exposições de Salvador.
 
Fonte:
Ascom Seagri – 26 de novembro de 2013
Jornalista: Viviane Cruz
Tel.:(71) 3115.2737 / 2767

Notícias

Desenvolvimento da piscicultura no Território de Irecê surge como alternativa na diversificação da produção

Secretário da Agricultura percorre diversos municípios durante dois dias, para discutir os problemas enfrentados por produtores rurais durante a pior seca dos últimos anos na Bahia.

(Cafarnaum, América Dourado, Mulungu do Morro e Central /BA) – Avançar na produção de peixes no semiárido baiano. Essa é uma das ações estruturantes, proposta pelo secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, para diversificar e potencializar a produtividade dos agricultores familiares, durante debates realizados nos municípios de Cafarnaum, América Dourado (distrito de Previnido), Mulungu do Morro e Central. Os municípios fazem parte do Território de Irecê, região fortemente afetada pela pior seca dos últimos anos.

Recebido em Cafarnaum por agricultores familiares, na Câmara de Vereadores, Salles indicou um projeto de piscicultura que está surtindo bons resultados em outras regiões da Bahia, a exemplo do Oeste, que consiste na instalação de tanques-rede onde serão cultivados peixes da espécie tilápia, e a água será reutilizada para irrigação. O Assentamento Conquista e Olhos D´água, poderão ser inseridos nesse projeto, bem como a Associação Policultivo, Comunidades de Beca, Lagoa das Pedras e Lagoa Agostina.“A expectativa é tornar os municípios de Carfanaum e América Dourado, cidades pólos de produção de tilápia em viveiros escavados”, destacou o secretário.

O projeto prevê que cada tanque produza em torno de 1.000 quilos de peixes por ano. Esses tanques são revestidos com lona, já utilizadas em projetos de silagem no Oeste da Bahia, o que barateia o custo do investimento, passando de R$ 18,00 o metro quadrado, para R$3, 00 e a durabilidade fica em torno de cinco ou mais anos.

Salles traçou um panorama da agropecuária baiana e chamou a atenção para projetos estruturantes elaborados pela Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), a exemplo do Leite Bahia, que possui todas as condições de ser implementado na região. “Este é um programa que está em fase final de testes e em breve essa região vai estar inserida nesta iniciativa”, disse.

A Bahia possui o terceiro maior rebanho leiteiro do País, mas é o 25º no ranking nacional de produtividade, com a marca de 540 litros/ano por vaca ordenhada, enquanto que em estados como Pernambuco e Alagoas a produtividade é de 1.500 litros/ano por vaca ordenhada. “É essa realidade que queremos mudar, e vamos alcançar esse objetivo com o plano estadual do leite, que lançaremos assim que concluirmos os testes que estamos realizando com as unidades demonstrativas”, afirmou. O plano visa também promover o desenvolvimento econômico e social da cadeia produtiva do leite no Estado.

Terra Fértil

Agricultores familiares de todo Território de Irecê, que tem na agricultura de sequeiro a principal economia, através de ofício entregue ao secretário Eduardo Salles em Cafarnaum, reivindicaram atenção especial para solucionar o problema das dívidas adquiridas junto às instituições financeiras, por conta do Programa Estadual Terra Fértil, criado em 2002. “Pedimos socorro, pois muitos estão descapitalizados e ainda precisam regularizar suas dívidas e contrair novos financiamentos agrícolas. Queremos o perdão da dívida, ou pelo menos que inclua nas leis, que seja abatido 85% do valor da dívida”, explicou a presidente da Associação dos Produtores Verticalizados do Programa Terra Fértil do Povoado de Lagoa de Agostinho (Aprovert), Jaqueline Novais.

“O programa não foi bem estruturado, o processo de produção não estava bem articulado, então os produtores contraíram dívidas, em sua maioria com o Banco do Brasil, gerando inadimplência que vem crescendo e se arrastando a cada dia. Os produtores não têm culpa, porque o programa não ofereceu condições para que eles tivessem um retorno do investimento, e consequentemente, quitarem suas dívidas”, destacou Salles ressaltando que, na condição de conselheiro do Fundo do Desenbahia, está tentando solucionar o problema com o presidente da instituição. “Estou lutando na busca de solução para esse grave problema, assim como o senador Walter Pinheiro”, garantiu o secretário Eduardo Salles.

O prefeito de Cafarnaum, Wilson Macambira, comemorou a visita de Eduardo Salles ao município. “Pela primeira vez na história desse município temos um secretário da Agricultura do Estado aqui, com toda a sua equipe percorrendo a região e levantando de perto as necessidades do homem do campo”, destacou.

Para o secretário da Agricultura de Carfanaum, o apoio da Seagri vem sendo fundamental para o aumento da produtividade na região. “Senti esse apoio na audiência realizada pela Seagri em Salvador, momento em que todos os secretários municipais da Bahia estiveram reunidos para levar os problemas da agropecuária de cada região. Estamos colhendo os resultados e sentindo o retorno desse encontro, por termos potencial para abrigar os criatórios de peixes que serão implementados pela Seagri, tenho a expectativa de ver futuramente o município de Cafarnaum como um polo na produção de tilápias”, disse.

Unidade de processamento de frutas

Ainda em Cafarnaum, o secretário visitou uma pequena unidade de processamento de frutas, na manhã de quinta-feira (21), que possui grande potencial para expansão. “Agroindustrializar para agregar valor aos produtos, gerar emprego e renda para a população desta região é o nosso sonho, principalmente da Associação dos Produtores de Cafarnaum, que com a assistência técnica da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e com os recursos do Ministério da Agricultura, conseguiram montar esta estrutura de primeiro mundo”, ressaltou.

A associação, presidida por Osmar Ramos Souza, está atualmente testando os produtos processados, incluindo o extrato de tomate. “O umbu é farto na região, por isso utilizamos como base de processamento, mas sabemos que outras frutas e até mesmo a cebola pode ser explorada aqui”, explicou o técnico da EBDA, Ariel dos Reis Souza.

Segundo Osmar, as frutas processadas são cultivadas sem o uso de agrotóxicos e a produção ainda é de subsistência. “Quando comprovarmos a qualidade dos produtos em laboratório, precisaremos de mais equipamentos e treinamento para avançarmos. Estamos muito felizes com essa unidade”, disse.

O secretário, entusiasmado com o empreendimento, disse que apresentará ao Sebrae esse projeto para que seja feito um estudo de negócio, visando expandir a produção e dar sustentabilidade para a região. “A associação pode se tornar uma cooperativa, com análises positivas dos processamentos e mais investimentos, como a aquisição de uma câmara fria. Podemos, inclusive, fazer polpas de frutas para vender a granel. Existem muitas possibilidades”, informou Salles.

América Dourado

Em America Dourado, Salles debateu com produtores da região questões ligadas à irrigação e recebeu ofício solicitando kits de irrigação para as Associações dos Pequenos Produtores Rurais de Maximino e para a Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Campo Alegre, esta com 1 hectare de área.

Outra reivindicação foi a instalação de poço artesiano para a Associação Comunitária dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do município, demanda encaminhada à Cerb.

O vereador José Nilton ainda pediu ao secretário apoio para viabilizar o projeto Cacimbão, no distrito de Prevenido, local rico em água, mas por conta da seca a situação está muito difícil para criadores que antes levavam seus rebanhos de bovino para beber água. “A nossa idéia é construir um coxo grande para atender aos pequenos criadores, com bomba para puxar água do Cacimbão. Na mesma área, queremos desenvolver a piscicultura e utilizar a água para irrigar horta orgânica, gerando emprego e renda”, disse o vereador.

Mulungu do Morro

Em Mulungu do Morro, o secretário Eduardo Salles foi recebido na Câmara de Vereadores, na tarde de quinta-feira (22), onde aconteceu o I Seminário de Agricultura, e aproveitou para ouvir as dificuldades enfrentadas por agricultores da região, fortemente afetada pela seca. O secretário municipal de agricultura, Genisvaldo Martins, fez um breve balanço da agropecuária e solicitou o zoneamento do café e do sisal, além da inclusão do município no Programa Leite Bahia, quando estiver implementado, e apoio para o desenvolvimento de projetos de piscicultura. “Esta é uma região que precisa ser olhada com atenção. Os técnicos da Seagri farão um diagnóstico do potencial da piscicultura, junto com a secretaria municipal” disse o secretário.

Atualmente a principal fonte de renda é proveniente da agricultura irrigada, portanto, a implantação de tanques para a criação de alevinos poderá mudar a realidade da população. “A expectativa aqui não é utópica, mas sim de realização. Temos terra fértil, e o que precisamos é de mais incentivo”, destacou o prefeito Fredson Cosme.

Fonte: Imprensa Seagri
Contato: (71) 3115-2794

Cooperativismo

COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO E DESENVOLVIMENTO LOCAL NA REGIÃO DO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO: O CASO DA COOPEVASF NO MUNICÍPIO DE OROCÓ-PE1 
Resumo 

Este artigo tem por objetivo mostrar como o trabalho associativo pode contribuir para o desenvolvimento local sustentável, principalmente pela modo pelo qual as cooperativas agropecuárias vem desempenhando papel de elemento de transformação social junto às comunidades onde encontram-se inseridas, dinamizando as economias locais através da geração de renda dos atores envolvidos no processo. Utilizou-se como metodologia a pesquisa de campo, mediante adoção de procedimentos das técnicas de coleta e análise dos dados, junto a cooperativa, objeto do estudo, e seus cooperados. Os resultados apresentados pela pesquisa pode-se constatar os benefícios gerados pelo empreendimento associativo, além de mencionar as vantagens de motivar os cooperados para que eles aumentem a produção deles e os rendimentos da própria cooperativa. 

Palavras-chave: Geração de renda. Desenvolvimento Local. Cooperativa. 
Ver artigo: http://revistaopara.facape.br/index.php/opara/article/view/107/56