sexta-feira, 18 de maio de 2012

Cooperativismo

Cooperativismo brasileiro é recorde nas exportações


*Marco Olívio Morato
 
As cooperativas têm conquistado um espaço cada vez mais expressivo nas exportações brasileiras, resultado de um trabalho focado no profissionalismo da gestão. Em 2011, por exemplo, segundo dados do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior (Depla), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o cooperativismo superou em 39,8% o valor exportado em 2010, de US$ 4,47 bilhões, atingindo a marca histórica de US$ 6,17 bilhões. Isso fez com que a balança comercial do segmento alcançasse um superávit de US$ 5,8 bilhões, crescimento de 40,4% sobre o ano anterior. Os dados mostram que o desempenho das cooperativas apresenta uma escalada significativa, que só interrompida em 2009 por consequência da crise mundial.

A performance tem como componente determinante o fortalecimento da relação comercial com diversos mercados de destino. Essa parceria fez com que o cooperativismo ganhasse um espaço relevante nas exportações do agronegócio, representando 6,5% das vendas totais do setor, superando, assim, o percentual de 5,8% obtido em 2010. Com isso, o segmento das cooperativas alcançou 2,4% do valor comercializado pelo País em 2011 – em 2005, essa participação era de apenas 1,9%.

Para chegar a esse resultado, quatro complexos de produtos se destacaram, com uma participação de 85% no total exportado. A cultura sucroalcooleira, por exemplo, alcançou um recorde de US$ 2,3 bilhões no ano passado, sendo responsável por 37% das vendas. Já a soja exportou US$ 1,2 bilhões, contabilizando 21% de expansão. As carnes aparecem em terceiro lugar, com US$ 850 milhões, além de uma fatia de 14% dos embarques do segmento. O café, por sua vez, ocupou a quarta posição, com US$ 830 milhões.

Uma rápida análise dos números do setor de cooperativas nos permite constatar também a evolução das vendas para cinco principais países de destino no ano passado. Observa-se, então, uma retomada de mercados tradicionais, como os Estados Unidos (EUA), a Alemanha e a Holanda (que se recuperam ou ainda convivem com a crise mundial), e o fortalecimento de outros em processo de expansão, como a China e os Emirados Árabes Unidos (EAU).

As exportações do setor cooperativista para os Estados Unidos (EUA), por exemplo, evoluíram significativamente, representando 11,9% dos itens comercializados em 2011. Dois principais produtos dominaram a pauta exportadora para esse país, que registraram, além de aumento no volume, uma significativa alta na receita vendida. O café foi responsável por 50% desse desempenho, correspondendo a US$ 369 milhões. Já o complexo sucroalcooleiro respondeu por 48% das vendas, somando US$ 352 milhões. Percebe-se, então, que a relação comercial com os EUA registrou incremento de 234% em valores no comparativo entre 2011 e 2010, influenciado pela recuperação da economia americana e o aumento nas cotações internacionais das commodities. No entanto, o volume exportado em 2011, de 402,9 mil toneladas, ainda está abaixo do registrado em 2008, antes da eclosão da crise financeira, que foi de 461,18 mil toneladas.

As vendas para a China, por sua vez, foram compostas principalmente por produtos do complexo da soja, que responderam por 66,3% dos negócios firmados com o país asiático. O destaque ficou para o farelo, com US$ 448,2 milhões e 60,8% entre as vendas dos derivados desse produto. Vale ressaltar também a participação das peças de carne de frango, que, em 2011, foram responsáveis por US$ 136,9 milhões, ou 18,5% das compras chinesas.

Para o fechamento de 2012, bem como para os próximos anos, é esperada uma participação ascendente do Brasil no comércio internacional de alimentos, visando atender à crescente demanda internacional. Isso se justifica pelos produtos de qualidade gerados pelo País, com custo competitivo, além do respeito às questões socioambientais. Nesse contexto, projeta-se um aumento gradual da participação das cooperativas nas exportações do agronegócio brasileiro, que têm trabalhado na melhoria constante de seus produtos e serviços, investindo ainda fortemente no profissionalismo de sua gestão.

*Marco Olívio Morato é analista de Ramos e Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)
http://www.revistacomexbb.com.br/artigos/cooperativismo-brasileiro-e-recorde-nas-exportacoes/

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Governo libera R$ 1,3 bi e mantém projeção do PIB em 4,5%

O governo federal amplia os limites de gastos do Orçamento em R$ 1,328 bilhão. Os números estão no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 2º bimestre divulgado nesta sexta-feira (18) pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF) .


De acordo com o documento, as estimativas de receita líquida de transferências a estados e municípios demonstra um acréscimo de R$ 4,9 bilhões, o que representa uma variação de 0,5% em relação ao previsto na primeira avaliação bimestral de 2012.

Já em relação às receitas administradas pela Receita Federal, exceto Regime Geral da Previdência Social, a projeção até o final do exercício aponta para uma redução de R$ 10 bilhões, uma queda de 1,4% na comparação com a primeira avaliação bimestral de 2012.

O governo é obrigado a fazer as reavaliações bimestralmente com o objetivo de garantir o cumprimento da meta de resultado primário estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

O governo manteve a projeção de crescimento da economia em 4,5% em 2012. A inflação estimada ficou em 4,7% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A taxa de juros utilizada para a reestimativa ficou em 9,86% ao ano e a taxa de câmbio média prevista em R$ 1,76.

A massa salarial, pelas estimativas do governo, passaria para 12,01% ante os 11,73% previsto no primeiro bimestre. O preço médio do barril do petróleo, outro parâmetro utilizado, ficou mantido em US$ 111,64.

Fonte: Agência Brasil

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Ministra: país não pode esperar para tirar crianças da miséria

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, rebateu nesta terça (15) as críticas de que o programa Brasil Carinhoso tenha caráter eleitoreiro. O governo federal lançou o conjunto de ações com o objetivo de tirar da miséria crianças até 6 anos cuja renda familiar per capita seja inferior a R$ 70.


“O Brasil tem eleição a cada dois anos. O país não pode parar, tem que continuar, e é isso que estamos fazendo, tirando as crianças da extrema pobreza”, disse. “A pergunta deve ser o contrário: a gente deveria esperar o ano que vem, somente porque não é ano eleitoral?”, completou.

Após participar de entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Tereza lembrou que as famílias com crianças de até 6 anos já cadastradas no Bolsa Família serão beneficiadas automaticamente pelo novo programa e, portanto, não precisarão procurar as prefeituras.

“As pessoas já têm o cartão, não precisam ir a lugar algum para receber esse novo benefício, que é automático. Para o Nordeste, em especial, é muito importante conceder esse aumento agora, porque o Nordeste passa por uma das piores secas dos últimos 50 anos. Melhorar a vida dessas famílias neste momento é fundamental.”

Durante o programa, a ministra lembrou que o próprio Bolsa Família, quando foi lançado, em 2003, recebeu críticas. “Ele conseguiu não só aliviar a pobreza como garantir que as crianças passassem a frequentar mais a escola. Conseguimos reduzir a desnutrição, em especial no Semiárido nordestino. Está comprovado que o dinheiro que essas famílias recebem vai para a alimentação, para o material escolar e que é um dinheiro bem gasto”, destacou.


Fonte: Agência Brasilv

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Depósitos em poupança superam em R$ 4,1 bi retiradas

Se essa tendência se confirmar, o mês de maio terá a maior captação líquida (mais depósitos que retiradas) da série histórica do BC. Até agora, o maior registro para meses de maio foi em 2010, quando a captação líquida ficou em R$ 2,120 bilhões. Em abril deste ano, o resultado positivo foi R$ 1,977 bilhão.

A aplicação de recursos na poupança ocorre mesmo depois de o governo anunciar mudanças nas regras de remuneração. A Medida Provisória 567, válida desde o dia 4, estabeleceu que sempre quando a taxa básica de juros, a Selic, estiver menor ou igual a 8,5% ao ano, a forma de remuneração muda. Nesse caso, os depósitos serão corrigidos por 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a Selic está em 9% ao ano. Portanto, continua a regra de remuneração de TR mais 0,5% ao mês.

O Banco do Brasil (BB) anunciou também nesta terça (15) que, após o anúncio das novas regras, a captação líquida cresceu. Nos oito primeiros dias úteis no mês, o banco registrou 223% de aumento se comparado ao mesmo período do mês de abril deste ano. De acordo com o banco, a participação do BB na captação líquida do mercado também registrou crescimento após a alteração nas regras da poupança, passando de 12,4% no dia 4 de maio para 36,9% no dia 8.

Fonte: Agância Brasil

Economia Solidária

Em São Paulo, cooperativa de reciclagem gera renda mensal de R$ 1,5 mil por cooperado

A economia solidária, que passa praticamente despercebida por boa parte da sociedade, gera renda para 2,3 milhões de pessoas no país e movimenta, em média, R$ 12,5 bilhões por ano. Segundo levantamento da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), existem no país 30.829 empreendimentos econômicos solidários e o faturamento deles chegou a 0,33% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010 (R$ 3,7 trilhões).

Um bom exemplo de economia solidária é a Cooperativa de Catadores Autônomos de Materiais Recicláveis da Vila Esperança (Avemare), criada há seis anos por 40 pessoas, em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, após a prefeitura fechar o lixão da cidade. Hoje, a Avemare tem 90 cooperados, que conseguem uma renda média mensal de R$ 1,5 mil.

Segundo Iraci Alves, de 57 anos, que deixou a Bahia há 19 anos com seus três filhos, a situação dela e dos cooperados melhorou muito após a criação da Avemare. “Vim buscando uma condição de vida melhor, mas acabei indo trabalhar no lixão de Santana de Parnaíba. Conseguíamos tirar nosso sustento, mas era uma situação muito perigosa para a nossa saúde”, lembra. A história de Iraci é muito parecida com a da maioria dos associados.

A cooperativa começou reciclando 60 toneladas de materiais e, hoje, alcança uma média de 375 toneladas por mês, mas já teve pico de 500 toneladas, de acordo com Iraci. “Com 60 toneladas não dá nem pra rodar uma esteira”, relembra. Agora, a cooperativa conta com duas esteiras, além de empilhadeiras e prensadeiras, totalizando R$ 1 milhão de reais em equipamentos. “A verba veio de parceiros, da prefeitura, mas também de investimentos próprios”, diz. A cooperativa é responsável pela reciclagem de 12,5% das 3 mil toneladas de resíduos produzidos na cidade.

“No início, a principal dificuldade foi trabalhar em grupo, porque antes, no lixão, era cada um por si”, lembra. As dificuldades encontradas no começo, no entanto, fazem com que a cooperada valorize ainda mais as conquistas alcançadas por meio da organização dos colegas catadores. Assim como Iraci, a maioria dos cooperados é formada por pessoas vindas de outros estados e com baixo nível de escolaridade.

“Agora trabalhamos com itens de segurança, fazemos as refeições na cooperativa, temos uma creche municipal pertinho, temos horário fixo de trabalho e podemos sair para ir ao médico, se precisarmos, por exemplo”, diz Iraci. Contribuição para Previdência Social e licença maternidade foram outros benefícios trabalhistas assegurados. “No lixão, as mulheres voltavam ao trabalho apenas um mês depois de dar a luz, porque precisavam do dinheiro para sustentar a família”.

Iracilda Alves, de 28 anos, é filha de Iraci e começou a trabalhar no lixão aos 9 anos de idade, junto com a mãe e os irmãos. Ela conta que na cooperativa, mais do que conseguir seu sustento, se sente valorizada como profissional. “Aqui aprendi a usar computador e conquistei a casa própria. Jamais pensaria em voltar para o lixão. Por outro lado, não penso em sair da Avemare”, diz.

Hoje, Iracilda é responsável pelo setor administrativo da cooperativa. Com o crescimento profissional, ela pensa em retomar os estudos, que foram abandonados na 8ª série do ensino fundamental, e se capacitar na área administrativa. Agora, ela pode ver as filhas Eduarda, de 7 anos, e Isabela, de 2, crescerem sem enfrentar as dificuldades pelas quais passou. “Elas vão ter uma infância completa e ter oportunidades de crescer com os estudos”, comemora.

Atualmente, a cooperativa conta com um lista de espera de cerca de 200 pessoas interessadas em trabalhar lá. Um dos recém-chegados é Jonas dos Santos, de 35 anos, que chegou há apenas três semanas e comemora a vaga conquistada. “Antes recebia mais ou menos R$ 500 como borracheiro e agora espero ganhar mais. Além disso, você ajuda a natureza, porque a cidade avança e acaba com tudo”, disse o cooperado.

De acordo com a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), houve um acréscimo de 88% de pessoas inseridas na economia solidária entre 2005 e 2011. O Ministério do Trabalho define a economia solidária como uma forma “diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem.”

Fonte: Agência Brasil