sexta-feira, 27 de julho de 2012

Notícias

Cisternas podem incrementar alimentação nas escolas rurais


Essa carência pode ser suprida com a proposta de pesquisadores da Embrapa Semiárido: instalar nas escolas cisternas voltadas exclusivamente para a produção de alimentos. Os técnicos da instituição vão estender para a área da educação rural uma experiência bem sucedida em propriedades de agricultores familiares de todo Semiárido com a captação de água de chuva.

Com uma cisterna capaz de armazenar 16 mil litros de água de chuva e a instalação de um sistema simplificado de irrigação por gotejamento, consegue-se o bastante para ter, no quintal da casa, um pomar com 36 fruteiras e ainda cultivar hortaliças.

Em Barreiros, zona rural do município de Petrolina, uma estrutura dessa fez o agricultor Alírio Gomes colher, ao longo do ano, 214 kg e 125 kg de acerola e mamão, respectivamente. Em outro trabalho feito no Campo Experimental da Caatinga, na Embrapa Semiárido, os pesquisadores registraram produção de 68 kg de pimentão, 84 kg de cenoura, 31 kg de berinjela, além de 76 pés de alface e 180 molhos de coentro.
http://www.gazzeta.com.br/cisternas-podem-incrementar-alimentacao-nas-escolas-rurais/

Cooperativismo

Regulamentação de cooperativas beneficia o setor
 
Regulamentação de cooperativas beneficia o setorDepois de oito anos de intensas negociações no âmbito do Executivo, Legislativo e entidades privadas, a Unisol (União e Solidariedade das Cooperativas) e cooperativistas comemoram a vitória da aprovação da lei 12.690 que regulamenta a atividade no País. A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei sexta-feira (20/07), que possibilita novas regras para a organização e funcionamento das cooperativas de trabalho no Brasil.

De acordo com o assessor jurídico da Unilsol e chefe do departamento jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Marcelo Mauad, antes de constituir a nova lei, as cooperativas viviam em uma permanente insegurança porque corriam risco de autuação pela fiscalização.

Marcelo Mauad disse que são mais de 22 mil empreendimentos do setor de economia solidária espalhados pelo Brasil, mas apenas 10% são organizados por cooperativas porque o modelo cooperativista não era compatível com os grupos que estavam sendo constituídos. Agora, com a regulamentação, o número de sócios permitido para formar uma cooperativa cai de 20 para sete, o que facilita para o setor. “É motivo de grande alegria e otimismo. Nós, da Unisol Brasil temos muito que nos orgulhar porque partiu dessa entidade a proposta negociada, pois durante muitos anos procuramos buscar esse reconhecimento jurídico. Espero que todas as cooperativas sejam informadas sobre a nova lei, para que possam aproveitar os benefícios”, afirmou Mauad.

O diretor da Uniforja, copperativa de Diadema, Maurício Costa, contou que não foi fácil esta conquista. “A aprovação estabelecerá novas diretrizes, definindo a autogestão deste tipo de empreendimento, reforçando os valores essenciais do cooperativismo, e visa dentre outras seguranças, uma condição entre a cooperativa, o cooperado e a sociedade”, ressaltou Costa.

Para o diretor-presidente da Unisol, Arildo Mota Lopes, a aprovação da lei representa a união de forças da Unisol, outras entidades e empreendimentos de todo o País. “É um grande passo rumo ao desenvolvimento justo e solidário, considerou”.
Fonte: ABCD Maior em 26/07/2012

Cooperativismo

MAPA: Cooperativismo integra Comitê Estratégico do Agronegócio
 
MAPA: Cooperativismo integra Comitê Estratégico do Agronegócio“É muito importante termos um instrumento como o Comitê para auxiliar no crescimento da agricultura brasileira. Pessoas competentes que lidam com o setor diariamente farão parte das discussões. O grupo nos ajudará no aferimento dos resultados, na implementação do Plano Agrícola e Pecuário ou mesmo na condução de programas estratégicos para o ministério e para o governo”, ressaltou Mendes Ribeiro.

Personalidades - O comitê terá a participação de personalidades como o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas; o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Senador Waldemir Moka; o embaixador especial da FAO para o cooperativismo, Roberto Rodrigues; e outros como Alysson Paolinelli; Antônio Delfim Netto; Assis do Couto; Cesário Ramalho da Silva; Edinho Araújo; Francisco Sérgio Turra; Homero Pereira; Jorge Gerdau Johannpeter; Kátia Abreu; Luciano Coutinho; Luiz Carlos Corrêa Carvalho e Marcus Vinicius Pratini de Moraes.

Prioridades - O grupo terá como objetivo definir prioridades a serem estabelecidas na formulação das políticas agrícolas e também contribuirá na fixação de diretrizes, indicadores e metas de desempenho do agronegócio e suas respectivas cadeias produtivas, além de avaliar e acompanhar as ações governamentais aplicadas ao desenvolvimento e sustentabilidade do setor.

Primeira reunião - Mendes Ribeiro coordenou a primeira reunião do colegiado. No encontro, foram apresentados a sistemática de funcionamento do Comitê e o Plano de Ações Estratégicas do Mapa 2012/ 2014, e também foram discutidas as linhas de atuação e ações prioritárias para os próximos dois anos. Os participantes do evento receberam cópia do Plano que será debatido na próxima reunião, a ser realizada em 45 dias em local ainda a ser definido. Ao final, os membros fizeram uso da palavra e saudaram a iniciativa do ministro para o fortalecimento do agronegócio nacional.

Indicações - Além dos 15 integrantes já divulgados no Diário Oficial da União do dia 20 de julho, o Comitê também será composto por dois integrantes que ainda serão indicados pelo Senado Federal e terá limite máximo de até 20 representantes. O grupo se reunirá, em Brasília, pelo menos duas vezes ao ano, com o objetivo de definir prioridades na formulação das políticas agrícolas, contribuir na fixação de diretrizes, indicadores e metas de desempenho do agronegócio e suas respectivas cadeias produtivas. O Comitê ainda avaliará e acompanhará as ações governamentais aplicadas ao desenvolvimento e sustentabilidade do agronegócio nacional. Poderão ocorrer encontros extraordinários por convocação do seu presidente ou por solicitação subscrita de dois terços dos integrantes. (Mapa)


Confira quem integra o Comitê Estratégico do Agronegócio:


- Presidente Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho – Abramilho e ex-ministro da Agricultura (1974 a 1979), Alysson Paolinelli;
- Professor e ex-ministro da Agricultura (1979) Antônio Delfim Netto;
- Deputado Federal, Assis do Couto (PT/PR); - indicado pela Câmara Federal;
- Presidente da Sociedade Rural Brasileira – SRB, Cesário Ramalho da Silva;
- Deputado Federal, Edinho Araújo (PMDB/SP); indicado pela Câmara Federal
- Presidente Executivo da União Brasileira de Avicultura - Ubabef e ex-ministro da Agricultura (1998 a 1999), Francisco Sérgio Turra;
- Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária - FPA, deputado Homero Pereira (PSD/MT);
- Presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade do Conselho de Governo da Presidência da República, Jorge Gerdau Johanpetter;
- Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, Senadora Kátia Abreu (PSD/TO);
- Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, Luciano Coutinho;
- Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio - Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho;
- Presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB, Márcio Lopes de Freitas;
- Membro do Conselho de Administração da JBS Friboi e ex- ministro da Agricultura (1999 a 2002) Marcus Vinicius Pratini de Moraes;
- Coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas - FGV e ex-ministro da Agricultura (2003 a 2006), Roberto Rodrigues;
- Presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo - Frencoop, senador Waldemir Moka (PMDB/MS);
- 2 representantes do Senado Federal a ser indicados pela Presidência da Casa.
Fonte: Cenário MT em 26/07/2012

Economia Solidária

OIT: pequenos empresários são os que mais assinam CTPS no Brasil
 
OIT: pequenos empresários são os que mais assinam CTPS no BrasilUm relatório sobre o emprego no Brasil publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), aponta as micro e pequenas empresas responsáveis por pouco mais da metade dos postos com carteira assinada no País.

Segundo levantamento da instituição, as MPEs – que representam 99% das empresas locais –, respondem por 51,6% dos empregos privados não agrícolas formais e, aproximadamente, 40% do montante salarial movimentado no Brasil.

Os pesquisadores da OIT levaram em consideração dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a análise.

Grandes e médias. As empresas de médio e de grande porte, por sua vez, impactaram com 48,4% do contingente total de empregos privados não agrícolas. Em 2010, elas computavam 59,6 mil estabelecimentos no Brasil.

Entre outros pontos, o relatório da OIT também destacou o avanço nas condições de trabalho no Brasil nos últimos anos, assim como a média de escolaridade do trabalhador.

Entre 2004 e 2009, cresceu de 7,3 para 8,2 anos a média de anos de estudo da população ocupada. Entretanto, apenas no Distrito Federal essa média ultrapassava o patamar 10 anos (10,3 anos). Em 15 das 27 unidades federativas, essa cifra nem sequer alcançava os oito anos de estudo, que corresponde ao ensino fundamental completo.
Fonte: Cidade Verde em 26/07/2012

Cooperativismo

Bahia candidata-se a fronteira agrícola de cooperativa do PR
              
Diretores de uma das maiores cooperativas do Brasil, a paranaense Agrária, encontram-se na Bahia, nesta semana, para decidir potenciais investimentos. O anfitrião da comitiva, secretário baiano Eduardo Salles, afirma que o estado procura "agroindustrializar-se", tendo em vista modelos já avançados - a exemplo do setor no Paraná e em Minas Gerais.

Algo que remete à migração dos gaúchos ao centro-oeste brasileiro nos anos 70, a Agrária tem um projeto, o Novas Fronteiras, que busca a abertura de negócios e regionalidades para a próxima geração de cooperados. "A cooperativa traz uma condição importante para a agroindustrialização", afirmou Salles ao DCI.

O diretor-financeiro da organização paranaense, Arnaldo Stock, pôde conhecer, de segunda a quarta-feira, uma usina sucroalcooleira em Juazeiro, o projeto de hortifruticultura Salitre, a região produtiva do Irecê e a sede baiana da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Cruz das Almas (BA). Canaviais, hortas e suas indústrias são o foco de interesse da Agrária, de acordo com Salles. "Estão bastante impressionados com o potencial da região. O DNA deles são os grãos, mas vieram ver a hortifruticultura e o setor sucroalcooleiro", relatou.

Salles falou à reportagem por telefone, durante a visita do grupo à Agroindústria Vale do São Francisco (Agrovale), um complexo de processamento de açúcar e etanol na cidade de Juazeiro. Os representantes da Agrária, por outro lado, não foram localizados.

A cooperativa apresenta, de fato, as condições de um empreendimento agrícola industrializado: no ano passado, no Paraná, moeu 137,4 mil toneladas de trigo, produziu 239 mil toneladas de malte, e fabricou 455 mil toneladas de óleo de soja.

"Que a Bahia seja uma opção deles no programa [Novas Fronteiras]", torceu o secretário baiano. "Temos terras baratas, água abundante e clima bom." O governo estadual oferece isenção de impostos para investimentos na área industrial e lotes de propriedade com descontos públicos.

Cooperativismo

Salles destacou que, além do potencial "agroindustrializador", a Agrária (e os agricultores paranaenses, de modo geral) seguem a cultura do cooperativismo e do associativismo, o que pode ser benéfico para a Bahia - estado da agricultura familiar.

"Vejo a cooperativa não só como investidora, mas como algo que pode contaminar a Bahia, no bom sentido, com essa filosofia", observou o secretário.
Na linha de produção em grupo, no Paraná, a Agrária reúne 549 cooperados que possibilitam faturamento anual aproximado de R$ 1,2 milhão. Na safra passada, esses agricultores produziram 287,4 mil toneladas de soja, 334 mil toneladas de milho, 135,4 mil toneladas de cevada e 95 mil toneladas de trigo.

Leite mineiro

Em se tratando de pecuária, a Bahia promoveu um intercâmbio de informações, a respeito da produção de leite, com Minas Gerais. Os avanços das indústrias lácteas dos dois estados foram apresentados, um ao outro, durante o 29° Congresso Nacional de Laticínios, que aconteceu nesta semana no Instituto Cândido Tostes, em Juiz de Fora (MG).

Na oportunidade, o professor e cientista da Embrapa, Pedro Oliveira, foi convidado para ser palestrante no encontro de laticínios que será realizado em setembro, no Catussaba Hotel, em Salvador. Oliveira vai falar sobre inovações tecnológicas e científicas no que se diz respeito ao uso de radiação ultravioleta, diminuindo sistematicamente a carga microbiana em líquidos turvos. O evento irá trazer também informações sobre a concentração de proteína no soro do leite.

"O intercâmbio e a troca de experiências entre instituições que trabalham pela melhoria da cadeia leiteira no País é uma importante ferramenta para inovar o setor, agregando qualidade aos produtos e segurança aos alimentos", pontua o diretor-geral da Adab, Paulo Emílio Torres.

Os participantes do evento encerraram a programação fazendo uma visita técnica a uma fazenda experimental da divisão Gado de Leite, da Embrapa, no município de Coronel Pacheco, onde puderam conhecer a tecnologia leiteira utilizada no local, com o objetivo de agregar novas estratégias às atividades já desenvolvidas.

Participaram do evento o coordenador de Operações Especiais da Adab, Adilson Pinheiro, o gerente técnico de Juazeiro, Fábio Cedraz, e o diretor de Pecuária da Seagri, Luiz Miranda, que apresentou um plano estadual.
Fonte: Sonda Brasil em 26/07/2012

Notícias

Produtores de suínos apresentam e comercializam animais na Expoacre
 
Produtores de suínos apresentam e comercializam animais na ExpoacrePorco não é suíno. É o que diz o presidente da recém-fundada Cooperativa de Suínos do Acre (Suinac), Tommaso Solito. Ele explica: o suíno, diferentemente do porco “caipira”, tem genética definida, é criado em confinamento, com ração balanceada e tem padrão de manejo.

O que resulta, segundo Solito, num animal mais saudável e gera uma carne de qualidade mais elevada para o consumo humano. Em vários países, o rebanho tem sido classificado pelos criadores, nos últimos anos, como suíno light: tem 33% menos colesterol que a carne bovina, muito fósforo e potássio.

A aparência dos animais também é singular. Eles continuam ganhando grandes proporções, mas, no lugar da banha, há muita massa muscular. Quem haveria de supor, os suínos estão “sarados”.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN) e da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), está apoiando os pequenos produtores dessa cultura, oferecendo o suporte técnico necessário para expandir suas criações.

Confiantes na conquista de um mercado cada vez mais interessado em manter a forma, os quase 50 acreanos integrantes da nova cooperativa já estão apostando no filão do suíno musculoso de cintura fina.

Fonte: Agencia Notícias do Acre em 26/07/2012

Cooperativismo

Cooperativa apoiada pelo governo da Paraíba vira destaque em portal nacional
 
Cooperativa apoiada pelo governo da Paraíba vira destaque em portal nacionalA Cooperativa de Flores da cidade de Pilões, no Brejo paraibano, foi destaque no portal UOL, desta quinta-feira (26). O trabalho, gerenciado por um grupo de 22 mulheres, recebe apoio do Governo do Estado, através do programa Empreender-PB. De acordo com o subsecretário do programa, Jadson Xavier, o governo disponibilizou financiamento para a cooperativa investir na construção de galpões e aquisição de sementes.

A cooperativa produz 12 tipos de flores, desde a rosa vermelha até a gérbera. A produção média mensal ultrapassa 700 pacotes de flores. O objetivo das cooperadas é ampliar a produção para mil pacotes até o próximo ano. O programa Empreender Paraíba já beneficiou mais de 5 mil paraibanos nos sete primeiros meses de 2012, com investimentos que ultrapassam R$ 5,5 milhões na economia estadual, através das linhas de crédito destinadas aos microempreendedores.

A reportagem do UOL ainda destaca a trajetória de sucesso das agricultoras, inclusive os prêmios nacionais pelo empreendedorismo.

 Fonte: Paraibaja em 27/07/2012

Cooperativismo

Cooperativas de trabalho dispõem de férias e novas normas
 
Cooperativas de trabalho dispõem de férias e novas normasAgora, sócios de cooperativas de trabalho terão direito a piso da categoria profissional, férias, repouso semanal - preferencialmente aos domingos -, jornada de trabalho de oito horas por dia, retirada para o trabalho noturno superior à do diurno, além de adicional para atividades insalubres e perigosas, e seguro de acidente de trabalho.

Todos esses direitos estão assegurados pela Lei 12.690/2012, que regulamenta a cooperativa de trabalho, e que já entrou em vigor desde a última sexta-feira, após ser publicada no Diário Oficial da União. As cooperativas têm um ano para adequar seus Estatutos.

“Esta é uma importante conquista para o movimento cooperativista. Esta lei será o instrumento jurídico preponderante para o funcionamento das cooperativas de trabalho, resgatando a legitimidade, o relacionamento de confiança, com um salto de qualidade e perenidade do negócio cooperativo”, ressaltou o presidente do Sistema OCB nacional, Márcio Lopes de Freitas.

De acordo com o artigo 2°, são consideradas cooperativas de trabalho aquelas constituídas por trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para obterem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho. Adesão voluntária e livre; gestão democrática; participação econômica dos membros; preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa; educação, formação e informação, e intercooperação, são alguns dos princípios da cooperativa de trabalho.
Fonte: Tribuna Hoje em 27/07/2012

Cooperativismo

SUÍNOS: Cooperativas investem R$ 105 mi em frigorífico
 
SUÍNOS: Cooperativas investem R$ 105 mi em frigoríficoOs dirigentes de três cooperativas da região dos Campos Gerais formalizaram uma parceria para a construção de um frigorífico para abate de suínos na cidade de Castro. As cooperativas parceiras são a Capal, de Arapoti, a Castrolanda, de Castro, e a Batavo, de Carambeí. O investimento previsto é de R$ 105 milhões e a estimativa é que serão gerados cerca de 800 empregos diretos na primeira fase. O frigorífico será um dos maiores do país, com capacidade para abater 9,2 mil suínos por dia. A produção será direcionada para os mercados interno e externo.

Fomento - O presidente da Capal Cooperativa Agroindustrial, Eric Bosch, destaca que a implantação do frigorífico vai fomentar toda a cadeia produtiva e incentivar a entrada de novos produtores na atividade. ''O consumo de ração deve crescer, a cooperativa vai comprar mais milho de seus associados, garantir um preço mínimo na compra dos suínos e o produtor ainda terá participação nos resultados do empreendimento'', afirma. Para Bosch, além disso, ''esta é uma ótima oportunidade'' para o produtor diversificar suas atividades.

Termo de compromisso - No termo de compromisso assinado entre o prefeito de Castro, Moacyr Elias Fadel Junior, e os dirigentes das cooperativas ficou estabelecido que a prefeitura ficará responsável pelas principais obras de infraestrutura, tais como energia elétrica, água, terraplanagem e pavimentação. A cidade de Castro foi escolhida de maneira estratégica por oferecer as melhores condições em termos de logística, disponibilidade de matéria prima e pela oferta abundante da água necessária no processo industrial. O frigorífico de abate de suínos deve iniciar suas atividades em outubro de 2013. O próximo empreendimento conjunto reunindo as três cooperativas será a implantação de um moinho de trigo.
Fonte: Sistema Ocepar em 27/07/2012

Economia Solidária

Crédito para cooperativas de agricultores familiares triplica
 
Crédito para cooperativas de agricultores familiares triplicaAs associações e cooperativas formadas por agricultores familiares terão mais crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que ampliou em 200% o limite das linhas de crédito que atendem esse público. A iniciativa integra as ações do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para o Plano Safra 2012/2013.

Com acréscimo de R$ 10 milhões à linha de crédito, o Pronaf Agroindústria tem R$ 30 milhões para as associações e cooperativas, com taxa de juros de 2% ao ano. O limite individual por associado está fixado em R$ 40 mil. O prazo de quitação do empréstimo é de até dez anos, incluído três anos de carência. Já as cooperativas e associações que optarem pelo financiamento de até R$ 1 milhão terão os juros fixados em 1% ao ano. O aumento nos limites de crédito engloba também a linha de Cotas-Partes do Pronaf, que financiará até R$ 20 milhões por cooperativa, sendo o teto individual limitado a R$ 20 mil.

“O crédito acelerou nossa tomada de decisão”, conta o diretor executivo da Cooperativa de Laticínios de Alfredo Chaves (Clac), no Espírito Santo, Rolmar Botecchia. Há quatro anos, a Clac, que tem cerca de 400 produtores de leite no quadro de cooperados, em oito municípios diferentes, recorre ao custeio para investir na estruturação e expandir a produção. “Com o custeio, nós crescemos e crescemos bem. Nós saímos de um total de geração de emprego de 27 funcionários para 64. A nossa média de produção diária foi de 59 litros por produtor para 84”, diz Botecchia. De acordo com cooperativa, a maior parte dos produtos é comercializada por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no qual o MDA atua como articulador. “Além disso, tivemos a oportunidade de fornecer para a merenda escolar", conta o diretor. Em 2011, a cooperativa foi responsável pela produção de 10,2 milhões de litros de leite.

O Pronaf Agroindústria foi criado para financiar as atividades que agregam renda à produção e aos serviços desenvolvidos pelos agricultores familiares e pode ser acessado pelas organizações de produtores que comprovem que, no mínimo, 70% de seus participantes ativos sejam beneficiários do programa e que 55% da produção sejam oriundas de associados enquadrados no Pronaf.

As cooperativas e associações de agricultores familiares que tiverem interesse em acessar as linhas de crédito do Pronaf devem entrar em contato com os agentes financeiros (bancos) responsáveis pela contratação do investimento, com a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e uma proposta simplificada do projeto de uso do crédito.

Coopersol - Outra ação realizada pelo MDA visando desenvolver as cooperativas de produtores familiares é o Programa de Fomento ao Cooperativismo da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Coopersol). Lançado em 2004, o programa busca fortalecer as organizações associativas da agricultura familiar e dos assentados da reforma agrária, com foco nas cooperativas de produção e crédito, visando a ampliação da capacidade de geração de renda, por meio da agregação de valor aos produtos e acesso a mercados, de forma competitiva.

2012 é o ano internacional das cooperativas

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 22 de dezembro, ratificou a resolução sobre "Cooperativas e Desenvolvimento Social", que declara 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas. Com isso, a ONU reconhece o modelo cooperativo como fator importante no desenvolvimento econômico e social dos países. Esta é a primeira vez na história que um ano será dedicado ao setor cooperativista.

As cooperativas operam em setores que vão desde a agricultura até finanças e saúde. A ONU se propõe a três objetivos: aumentar a consciência sobre esse modelo empresarial e sua contribuição positiva; promover sua formação e seu crescimento; e impulsionar os estados-membros para que adotem políticas que favoreçam sua expansão.
Fonte: Secom em 27/07/2012

Cooperativismo

III Fórum Nacional de cooperativas de crédito

III Fórum Nacional de cooperativas de créditoEm maio de 2006, o Sebrae realizou o primeiro I Fórum Nacional sobre Cooperativas de Crédito de Micro e Pequenos Empresários e Empreendedores, em parceria com o Banco Central do Brasil e apoio dos Sistemas de Crédito Cooperativo existentes no Brasil, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, da Confederação Alemã das Cooperativas e da Organização das Cooperativas Brasileiras. O evento teve com objetivo debater os “Avanços, Desafios e Perspectivas” desse segmento econômico para os anos seguintes.

A segunda edição aconteceu na cidade de Foz do Iguaçu/PR, em 2010, com o objetivo de debater “A Gestão de Boas Praticas e Governança” do cooperativismo de credito empresarial, principalmente, num enfoque regionalizado possibilitando a disseminação do conhecimento e desenvolvimento de experiências locais. O II Fórum antecedeu a abertura do 8º CONCRED – Congresso Brasileiro de Cooperativismo de Crédito.

Nesta 3ª edição do fórum, em parceria com a Confebras e antecedendo a abertura do 9º CONCRED – Congresso Brasileiro de Cooperativismo de Crédito em Nova Petrópolis/RS teremos como objetivo geral promover a discussão da temática “Empreendedorismo e Sustentabilidade”, nas cooperativas de crédito que atuam com as micro e pequenas empresas, buscando disseminar experiências exitosas neste contexto além de contribuir para a melhoria do ambiente do crédito para os pequenos negócios.

Inscreva-se gratuitamente através do email forumcoopcredito@sebrae.com.br.






Fonte: Portal do Cooperativismo de Crédito em 27/07/2012

Notícias

FETABRAS visita o ICA
 
FETABRAS visita o ICANo último dia 25 de julho, a presidente da FETRABRAS (Federação Nacional dos Trabalhadores Cooperados) esteve na Codeagro (Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios), órgão que pertence à Secretária de Agricultura e Abastecimento, para propor parcerias com ICA (Instituto de Cooperativismo e Associativismo).

Na reunião participaram o coordenador do Codeagro, Cleiton Gentili e o diretor do ICA, Diógenes, na qual a Sandra Campos apresentou propostas para que o ICA possa contribuir para a expansão do cooperativismo e associativismo no estado e também no apoio a projetos de ressocialização de egressos do sistema prisional através de cooperativas.

Para Sandra Campos, o ICA é muito importante para os projetos que a FETRABRAS quer realizar. “No trabalho que queremos realizar com os egressos do sistema prisional o ICA será um mola propulsora de inovações técnicas e muito importante para nós”, disse Sandra.

Cleiton e Diógenes acolheram as propostas de Sandra e as entidades deverão, em conjunto, apresentar novas propostas de projetos para a ressocialização de egressos.


Fonte: Redação EasyCoop em 27/07/2012

Notícias


É possível discutir a qualidade do que se produz no Vale do Submédio São Francisco?

João Ricardo F. de Lima[1]

A discussão sobre a qualidade de um produto é até certo ponto óbvia. Qual consumidor quer comprar um produto que não tenha qualidade? A qualidade é condição fundamental em qualquer tipo de bem produzido. Em mesa redonda realizada na FENAGRI 2012, com compradores internacionais e nacionais e os produtores, o que mais foi enfatizado é a questão da qualidade.
O que deve ficar claro é que o Vale do Submédio São Francisco (de acordo com a Indicação de Procedência) sabe produzir uma fruta de excelência, reconhecida nacional e internacionalmente. O que os produtores têm dificuldade é para vender estas frutas. A venda é uma arte, da mesma forma que é produzir uma manga com a qualidade da que vai para a Europa, por exemplo. O quanto se tem de investimentos em capital, pesquisas, trabalho, para se produzir um fruto daquele? São muitos recursos envolvidos e os benefícios disto não estão sendo apropriados pelos produtores, pois toda a eficiência da produção é suplantada pela ineficiência na comercialização.
De acordo com a definição de lucro como a diferença entre a receita total e o custo total, são três fatores que afetam o lucro de uma atividade econômica: o primeiro é o preço da venda, o segundo é o quanto se produziu e o terceiro são os custos de produção (soma dos fixos e variáveis). Todos os itens são importantes, não existe uma ordenação. As duas primeiras variáveis são relacionados à receita total e a último ao custo total. O lucro vai ser a diferença entre a receita e os custos. Um problema é que normalmente se enfatiza apenas a produção e os custos, que de certa forma o produtor tem mais controle. Os preços são definidos pelo “mercado”.
O produtor sabe o quanto produz e oferta. E gasta muita energia nesta parte que corresponde a produção. Com relação aos custos, em geral, os produtores não se preocupam quando o cenário está favorável. Só passam a se preocupar e a procurar soluções quando a situação está desfavorável, como ocorre nos dias atuais. Por outro lado, os produtores não tem controle sobre o preço de venda do seu produto. O problema é que não adianta monitorar os custos, procurando reduzi-los o máximo possível, produzir respeitando os inúmeros protocolos de qualidade e jogar todo o esforço fora vendendo as frutas por um preço muito baixo.
A forma de comercializar hoje é totalmente maléfica ao produtor individual, pois este não tem poder de barganha. É o que eles mesmos chamam de leilão invertido. No mercado externo, o produtor entrega a mercadoria, mas não sabe quanto irá receber pela mesma. O comprador internacional informa o resultado após a venda do mesmo. Esta informação às vezes demora bastante para chegar.
O que a região precisa? 1) União dos produtores para se fortalecerem e aumentarem o poder de barganhar os preços; 2) Identificar as lideranças que devem fazer gestões junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para que se faça uma política agrícola específica para a região. Não só política de crédito, mas também de planejamento, preços e renda mínima, apoio a escoamento de produção e busca de novos mercados.
É preciso lembrar que o Vale do Submédio São Francisco está no meio do semiárido, onde se encontra a maior parte das famílias pobres do país e que, graças aos investimentos públicos realizados e o empreendedorismo dos produtores, as receitas de exportação com uva e manga geraram mais de 270 milhões de dólares em 2011, além dos empregos diretos, indiretos e efeitos multiplicadores no setor de serviços, contribuindo para redução da pobreza nacional.


[1] Doutor em Economia Aplicada – UFV. Pesquisador A da Embrapa Semiárido. Prof. Titular na FACAPE-Petrolina e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da UFT-Palmas/Tocantins.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Economia Solidária

Ingredientes locais chegam à merenda escolar

Por Giselle Paulino | Para o Valor, de São Paulo

Há algo diferente na merenda das escolas públicas brasileiras. Macaxeira, batata doce, castanha, produtos sem agrotóxicos e suco de frutas nativas como caju, cupuaçu e açaí começam a aparecer nas refeições de estudantes da rede pública. Desde 2009, com a aprovação da Lei no 11.947 que estabelece que, no mínimo, 30% do total de recursos da alimentação escolar devem ser usados diretamente na compra de alimentos de agricultores familiares locais, muita coisa está mudando. A lei orienta também que assentamentos da reforma agrária, comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas sejam priorizados.

comidaEm 2011, R$ 1 bilhão foi destinado para esse tipo de compra mais local. Com aproximadamente 50 milhões de refeições por dia nas escolas estaduais e municipais, o mercado de alimentação escolar no Brasil movimenta cerca de R$ 3 bilhões por ano.
"Garantir que parte do orçamento da merenda beneficie esse público é uma forma de promover o comércio local, privilegiar os produtores, além de criar hábitos de alimentação saudáveis entre os estudantes", diz Manoel Bonduki, especialista em políticas públicas e gestão governamental da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). "A lei é de uma simplicidade que não dá para entender porque isso não era feito antes."

Paragominas, (Pará), Rio Branco (Acre) e Areias (Paraíba) estão entre os primeiros municípios que criaram ações para atender a lei. As iniciativas vão desde treinamento para que as merendeiras criem receitas com produtos locais até a capacitação de agricultores para a produção orgânica. Em Tambaú, cidade próxima a Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, região em que predomina a cana-de-açúcar, os agricultores que viviam isolados se organizaram em cooperativas e já vendem para a prefeitura.

Comunidades quilombolas também estão fornecendo para a merenda escolar, como é o caso da Comunidade de Santa Cruz, em Minas Gerais, que já faz parte do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo desde 2003. Até então, as 85 famílias que fazem parte da comunidade viviam apenas de subsistência. Além de vender o que já plantava - como feijão, banana, chuchu, folhagem, milho, mandioca, farinha, hortaliça -, a Santa Cruz passou a produzir farinha, leite pasteurizado e iogurte, hoje o carro chefe da economia da comunidade. "Antes a comunidade vendia seus produtos a qualquer preço para o atravessador. Não tínhamos informação e éramos sempre manipulados", diz Maria Alves de Sousa, suplente na secretaria da Associação da Comunidade Quilombola de Santa Cruz.
As grandes cidades, por estarem longe do campo, enfrentam desafios para implementar o sistema. São Paulo, com economia voltada mais para indústria e serviços, possuia pouco mais de 150 mil estabelecimentos agrícolas, segundo dados de 2006 do IBGE. Ao mesmo tempo, contava com 8,8 milhões de estudantes, o maior contingente do país.
Para adotar a compra local, a Prefeitura de São Bernardo, na região metropolitana da capital, contratou um consultor técnico que visitou os estabelecimentos agrícolas no interior, pesquisou e discutiu com os produtores o que eles tinham a oferecer.

As merendeiras da cidade são levadas para treinamento do campo. "A maioria das merendeiras não tem noção de onde vem o alimento e acaba rejeitando vegetais que não são todos do mesmo tamanho", afirma Vanessa Angelo Garcia, chefe de Divisão de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação de São Bernardo do Campo.

O Estado do Paraná vai comprar R$ 25 milhões de 96 cooperativas da agricultura familiar em 2012. O Distrito Federal vai gastar cerca de R$ 7 milhões. A cidade de Campinas deu uma passo a frente e realizou uma audiência pública para esclarecer as cooperativas de agricultores da região sobre a lei e dar informações sobre os produtos que planeja adquirir e as condições de compra. Cerca de 60 agricultores compareceram.

No passado, os alimentos percorriam um longo caminho até chegar ao destino final. Nas décadas de 70 e 80, grandes empresas nacionais se formaram para oferecer a merenda e acabaram por dominar o mercado. A compra era centralizada em Brasília e depois distribuída para todo o país e o desperdício era grande. Em 2000 o processo começou a ser descentralizado. A chamada pública passou a ser utilizada para convocar os produtores, mais simples que a antiga licitação, que excluía grande parte das cooperativas. O Brasil tem 4,5 milhões de pessoas na agricultura familiar, responsável por 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.

A lei já inspira iniciativas. O Paraná sinalizou a intenção de comprar de agricultores familiares produtos para as refeições universitárias. O Rio Grande do Sul e Distrito Federal criaram leis para adquirir da agricultura familiar alimentos para outras áreas como hospitais e restaurantes populares. O Brasil tem recebido representares de países da América Latina e África para conhecer de perto o programa.

Notícias

Agroecologia e a convivência com o semiárido na visão de um agricultor paraibano

Muitos agricultores do agreste da Paraíba se orientam pelos princípios da agroecologia e mostram a sua eficiência mesmo em condições de seca acentuada. O inverno, como os nordestinos chamam a época de chuva, está com dois meses de atraso e mesmo assim os sítios das famílias seguem produzindo alimentos com fartura, graças às tecnologias de convivência com o semi-árido. Os sindicatos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais nesta região são muito ativos, e tem prestado assessoria técnica junto com outras organizações que atuam no local. As estratégias vão desde a estocagem familiar e coletiva de sementes e de forragem para os animais, passando pelo armazenamento de água da chuva em cisternas, tanques de pedra e barragens subterrâneas.

Em Massaranduba, região de Campina Grande, o clima é seco. Lá se encontram alguns açudes, apesar da maioria destes estarem em propriedades privadas, grandes fazendas. A região vive um processo de reforma agrária, com distribuição de lotes de 3 hectares para moradia e 10 hectares para plantio. A maioria dos agricultores pratica a agricultura convencional, mas os sindicatos e organizações locais, sobretudo a AS-PTA (Agricultura Familiar e Agroecologia) e a Articulação no Seminárido paraibano, assim como o Polo Sindical do Borborema, têm dado orientações no sentido de uma produção mais sadia e sustentável.

Seu Louro, como é chamado José Lourival Domingos, agricultor de Massaranduba, trabalha junto com a família, tem um forno de farinha em sua casa e planta diversas espécies em seu quintal, desde plantas medicinais até frutos e legumes para alimentação. Apesar da seca que atingiu a região este ano, sua farinha é suficiente para alimentação da família e para a venda, e agora está desenvolvendo também o plantio de laranjas. Para ele, é como se tivesse nascido de novo com a agroecologia.
“Hoje a agroecologia para mim é tudo, porque você vê na minha propriedade de tudo um pouco, e eu acredito que falta a gente conseguir trazer mais agricultor para esse modelo. Porque é o caminho, só que tem uns cabeças duras que só acham vantagem em derrubar; plantar não. A agroecologia tem que ficar sempre replantando. Eu estou com umas árvores aqui que são muito produtivas. Tem que saber e respeitar a natureza de cada uma delas. Eliminar tudo não é agroecologia, aí está acabando com a natureza”, afirmou.
O agricultor vende bolo, tapioca, farinha, dentre outros derivados da mandioca. Ele agora está investindo na produção de frutas e hortaliças, usando a água da cisterna calçadão, e quer ampliar a participação no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Em três meses entregou 60 caixas de laranja para a merenda escolar, garantindo alimentação saudável para as crianças.

A medicina popular também é valorizada por ele, que manuseia suas plantas curandeiras de forma agroecológica. Seu Louro diz que essa diversidade, não só de plantas cultivadas mas também de variedades de uma mesma espécie, pode lhe ser útil de várias maneiras: seja na cura com as ervas medicinais, ou na alimentação sadia com o feijão macassa, do qual ele tem umas cinco variedades em sua propriedade. Segundo Seu Louro, as plantações vão sendo experimentadas até definir quais são as mais adequadas para a região.
“A gente procura a que mais se dá, vamos experimentando. Depois que eu fiz experiências com o adubo verde as coisas mudaram. Aonde eu plantar dá aqui, agora.
Para fertilizar a terra ele também explora a natureza de cada planta, utilizando a sombra e folhagem das árvores que lhe rendem mais na produção. Algumas são utilizadas para alimentação de alguns animais, que, por sua vez, também fornecem adubo, como é o caso do esterco das galinhas. As folhagens dos adubos verdes são um excelente fertilizante orgânico. Chega a ficar com 10 cm de “estrume de folha seca”, diz.

Todo esse conhecimento foi adquirido em diversas atividades de intercâmbio de conhecimentos entre os agricultores. Seu Louro destaca um seminário do qual teve oportunidade de participar em Serra Redonda, cidade vizinha. Seu Antonio Roberto, agricultor antigo, que está hoje idoso em São Paulo com a família, incentivou alguns moradores de Massaranduba a utilizar a produção de base agroecológica. A partir daí o sindicato começou a fazer mutirão todo ano, cerca de treze agricultores revezavam nos territórios para aprenderem juntos e multiplicarem as técnicas. Hoje tem mais gente fazendo agroecologia, e o sindicato continua apoiando. Por isso, Seu Louro faz questão de repassar essa história e conhecimento para as novas gerações, sobretudo da sua família.

“Eu estou vendo a coisa dando certo, todos os sindicatos devem ter a preocupação que o de Massaranduba tem. Só as cercas vivas que a gente tem feito cresceram muito, antes ninguém fazia. Hoje estou querendo ampliar minha propriedade de 3 hectares.

Seu Louro foi criado na produção artesanal de farinha, sempre com um forno em sua casa, com máquinas muito antigas. Seu pai levava em costa de burro a farinha da tapioca e outros produtos, por quilômetros, até Campina Grande. Nessa época Massaranduba era só um povoado. Até que foi implantada uma feirinha que acontece aos sábados, e é lá que ele escoa até hoje sua produção agroecológica. Crítico feroz da utilização de venenos, ele lembra que até a produção animal não escapou do modelo agroquímico.

“No tempo de meu pai o animal, a galinha, o porco, o bode, tomava um medicamento dos pés de árvore, era uma tal de cabacinha, tem na feirinha de Campina. E a tal da babata de purga, até dava para o porco também, que é bom para matar verme. Você só não podia se perder na dose, mas isso a gente tinha noção da medida certa. A gente se criava saudável e os nossos animais também”, afirmou.

Veja o vídeo com o Seu Louro, produzido pela ANA.


Transição: Experiências agroecológicas na Paraíba from AGROECOLOGIA on Vimeo.

Economia Solidária

Extração de buriti concilia geração de renda e conservação de espécie

Uma pesquisa de doutorado do Instituto de Biologia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), demonstra que comunidades rurais que fazem o extrativismo do buriti conquistam renda e colaboram com a conservação da espécie.

A planta da qual se aproveita tudo, da folha ao óleo, é tratada como “árvore da vida”, sobretudo pelos trabalhadores. O engenheiro florestal Maurício Bonesso Sampaio demonstrou por meio de seu estudo que, mesmo que sejam removidos até 70% dos frutos pelas populações, a extração do buriti ainda não será de demasiado impacto.

Sampaio declarou ao Jornal da Unicamp que o extrativista não prejudica a semente pois, em sua atividade, apenas retira a polpa dos frutos. Como as sementes ficam intactas, se forem retornadas ao brejo, a reprodução do buriti seguirá o seu curso normal.

buritiOs doces caseiros de buriti são os que mais agradam, sendo produzidos e comercializados no Brasil pelos próprios extrativistas, moradores das zonas rurais. Entretanto, outras indústrias também estão interessadas no seu óleo, em geral do ramo cosmético.

O buriti, o estudioso conta, é mais encontrado na Amazônia, no Cerrado, no Pantanal e em uma pequena área da Caatinga. Em São Paulo, onde existe uma menor faixa do norte do estado, está classificado como “em perigo” na lista oficial das espécies da flora com risco de extinção.

Em sua tese, Sampaio ressaltou que a planta é ameaçada principalmente pelas queimadas e pelo desmatamento. A pesquisa também apresenta populações que estão reagindo a esse tipo de exploração. Para realizar o doutorado sobre o extrativismo familiar de buriti, o pesquisador focou sua investigação nos estados do Piauí e de Tocantins.

Notícias

Caderno apresenta experiências agroecológicas de mulheres no sertão do São Francisco

O Caderno de experiências agroecológicas de mulheres no sertão do São Francisco é fruto de um trabalho realizado pelo Sasop (Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais), por meio de um projeto de inclusão social e desenvolvimento sustentável na região do sertão do São Francisco. Executado nos municípios baianos Campo Alegre de Lourdes, Casa Nova, Pilão Arcado e Remanso, em parceria com a União Europeia e 12 organizações locais, durante 4 anos (2010-2013), aproximadamente 5.500 pessoas foram envolvidas diretamente com o projeto. O público vai desde mulheres e jovens até conselheiros municipais e estaduais, abrangendo diversos programas governamentais.

A publicação traz algumas das diversas experiências agroecológicas desenvolvidas por mulheres agricultoras, pescadoras e jovens com apoio do projeto na região. As atividades dos agricultores vão desde a criação de caprinos até a instalação de cisternas e a promoção da segurança alimentar. O propósito da iniciativa é dar visibilidade às ações das famílias para que sirvam de referência, mostrando a viabilidade da vida em convivência harmônica com o semiárido e a possibilidade de desenvolver as pessoas e suas comunidades de forma justa economicamente e ambientalmente sustentável.

O Sasop é uma organização da sociedade civil que desde 1989 vem contribuindo para assegurar a agricultores e agricultoras uma melhor qualidade de vida no campo. Algumas das principais estratégias de intervenção são o desenvolvimento de sistemas de produção agroecológicos, o fortalecimento dos processos organizativos comunitários e a disseminação de experiência com potencial de se traduzirem em políticas públicas para o meio rural, segundo a própria organização.

Veja o Caderno de experiências agroecológicas de mulheres no sertão do São Francisco nas publicações do site do Sasop.

Economia Solidária

Movimentos reconhecem avanço com R$ 22,3 bilhões para agricultura familiar, mas reivindicam mudanças estruturais.

O governo federal anunciou no último dia 4 de julho mais R$ 18 bilhões dos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). São diversas medidas que fazem parte do Plano Safra para Agricultura Familiar 2012/2013, cujo valor é 12,5% superior aos R$ 16 bilhões disponibilizado na safra anterior e representa um crescimento de 400% em relação a 2002/2003. Os movimentos sociais do campo reconhecem o avanço, mas defendem que se por um lado o governo dá uma sinalização expressiva para a agricultura familiar, por outro mantém um modelo de desenvolvimento cada vez mais insustentável e dependente dos insumos industriais.

Os juros para o financiamento de custeio da agricultura familiar foram reduzidos, e o novo Plano Safra também conta com outros R$ 4,3 bilhões para programas de seguro, garantia de preço, assistência técnica rural, aquisição de alimentos e combate a miséria. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foram destacados como estratégicos por Dilma, que garantiu um mercado maior e mais seguro para o campo.

Agora todos os órgãos públicos poderão usar as regras do PAA, de modo que municípios, estados, restaurantes universitários, hospitais, dentre outros estabelecimentos, poderão comprar diretamente a produção da agricultura familiar. O PNAE teve seu limite de compra por agricultor ampliado para R$ 20 mil, e em 2012 o orçamento do governo para compra da agricultura familiar é de R$ 2,3 bilhões através do PNAE e do PAA. Mas o crédito, segundo alguns movimentos sociais, não fortalece a agricultura familiar se o modelo agrícola adotado continua concentrando terra, gerando desemprego, endividando os agricultores e devastando a biodiversidade com a contaminação de terras e águas.

O aumento de monoculturas segue adiante com o atual modelo de produção agrícola, que além da dependência de insumos comerciais, sementes, adubos químicos e agrotóxicos, submete também o camponês aos bancos e grandes agroindústrias. Esse sistema que gera lucros astronômicos principalmente às multinacionais, implantado há décadas com a revolução verde, é fortemente mantido com dinheiro público. A questão é, para muitas organizações, para onde vai o recurso do Pronaf. Os mecanismos de crédito acabam se contrapondo à transição agroecológica. E as assistências técnicas viram mecanismos de indução do atrelamento da agricultura familiar às multinacionais.

Assistência técnica e conjuntura

Apesar do Plano Safra não mudar nada no ponto de vista da concepção de agricultura, o momento é de fortalecimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que tem sinalizado para a aproximação dos movimentos. Essa é a avaliação de Valter Israel, da direção nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que defende a reestruturação do ministério, por ele ser estratégico aos camponeses, assim como a Conab.

“O novo Plano Safra não muda nada, mas é momento de fortalecer o MDA. O novo ministro está aberto ao diálogo, tem recebido e tratado as demandas, embora eles não vão mudar de uma hora para outra. Há novas sinalizações dele no caminho da sustentabilidade e diversificação, da propriedade agroecológica, isso tem mais a ver com a nossa concepção”, disse.

O representante dos pequenos agricultores avalia que uma reestruturação no ministério deve criar políticas para atender também os camponeses mais empobrecidos, que não têm acesso ao crédito. Hoje são ao todo 130 funcionários no MDA, os outros são consultores que não podem fazer uma série de trabalhos por causa da regulamentação, complementou. Segundo ele, o crédito para a agricultura camponesa tem que ser desbancarizado, por fora das regras bancárias e não dos bancos. Um exemplo disso é o CPR (Cédulas de Produto Rural) da Conab, que permite o acesso ao PAA. O Pronaf, no entanto, trazia um viés de especialização, porque financiava uma linha de produção, ao invés do sistema produtivo camponês, concluiu.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), existem cerca de 1900 organizações de trabalhadores rurais, em sua maioria cooperativas ou associações. Juntas, elas abrangem um universo de quase 600 mil agricultores familiares. É um universo pequeno se considerarmos que há, no campo, cerca de 4,3 milhões de agricultores familiares, segundo censo do IBGE de 2006. Os dados do MDA podem não abranger boa parte das organizações, já que em muitos casos não há personalidade jurídica, tratam-se de coletivos ou movimentos organizados, porém informais. A quantidade de agricultores desassistidos pelas políticas públicas no Brasil não é pequena.

De acordo com o secretário de política agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Antoninho Rovaris, a política de Assistência Técnica Rural (ATER) é a cura para o atual modelo de desenvolvimento agrícola, que ele considera doente. Para isso, na sua visão, é preciso potencializar uma lógica com menos dependência química.

“O aumento de recurso, especialmente ao crédito, é significativo, porém outras políticas poderiam ser contempladas, como as ATER. No ano passado não conseguimos aplicar tudo, então carrega no crédito mas outras medidas para viabilizá-lo não são tomadas. A política pública da agricultura familiar não deve ser só crédito. Há 3 anos conseguimos o decreto que traz para o modelo de assistência técnica menos insumos químicos, mas esse modelo não é adotado nas chamadas públicas de ATER para dar início a essa nova forma de sustentabilidade sócio econômica e ambiental. Temos que trabalhar a lógica da agricultura diferenciada sem química”, afirmou.

Concentração de terra e reforma agrária

O último censo agropecuário, realizado em 2006, aponta que em termos de área, a agricultura familiar ocupa apenas 80,3 milhões (24%) de hectares, enquanto o agronegócio domina 249,7 milhões de hectares (76%). Sendo que dos cerca de 5 milhões de estabelecimentos rurais no Brasil, segundo o mesmo censo, 4,3 milhões (84%) são familiares e 807 (16%), grandes propriedades. Em termos de emprego, os pequenos ocupam 12,3 milhões de pessoas (74%), e os grandes, 4,2 milhões (26%). A agricultura familiar produz mais de 70% da comida consumida pela população brasileira, é a maior responsável pela garantia da segurança alimentar do país. Além da alimentação, também gera renda com a venda de húmus, produtos não agrícolas como o artesanato e tecelagem, prestação de serviços e comércio de animais, dentre outros.

No estudo Reforma Agrária e Concentração Fundiária, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), constata-se que estabelecimentos menores de 10 hectares correspondem a cerca de 50% do total de terras utilizadas no país, mas abarcam cerca de 2% da área recenseada pelo IBGE em 2006. O censo agropecuário, por sua vez, afirma que 12% dos estabelecimentos de agricultura familiar possuem menos de um hectare de área. Apesar dos avanços no crédito, os agricultores têm cada vez menos terra, que é o bem mais elementar na produção agrícola, para plantar seus produtos.

Em matéria veiculada na página do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), um dos dirigentes da organização, Alexandre Conceição, afirma que o principal problema do novo plano safra é que ele reforça a estrutura fundiária concentrada. Segundo ele, o agronegócio continua avançando e expulsando os produtores do campo graças aos investimentos do governo e a reforma agrária está completamente esquecida no plano.

“O número de pequenos produtores diminui ano a ano graças à política de fortalecimento do agronegócio. Se o governo não trabalhar na desconcentração de terras, o crédito vai beneficiar cada vez menos pessoas. As 186 mil famílias acampadas poderiam dar volume à agricultura familiar e obter os recursos do plano safra para produzir. Novas famílias precisam ser assentadas para fortalecer a pequena agricultura”, propõe o dirigente do MST.

Cooperativismo

Sescoop/BA realiza visita técnica a Sescoop/RS
 
Nos dias 19 e 20 de julho, o Sescoop/RS recebeu a visita técnica de uma equipe de três conselheiros fiscais, uma conselheira administrativa e um funcionário do Sescoop/BA. Durante os dois dias, a equipe participou de ampla programação, com o objetivo de conhecer o funcionamento do Sistema gaúcho, seus projetos e faturamentos, visando à troca de experiências no âmbito econômico, conceitual e social do ato cooperativo.

O primeiro dia foi marcado pela visita à Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop), palestras sobre planejamento e execução orçamentária, ações de formação profissional, projetos de promoção social, sindicalismo e projetos estratégicos de assessoria jurídica.
No segundo dia, além de palestras sobre as cooperativas escolares e sobre diretrizes e estratégias de formação profissional, a equipe assistiu à palestra do presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, sobre a Expressão do Cooperativismo Gaúcho. Na ocasião, o presidente explanou sobre os faturamentos do cooperativismo gaúcho, o movimento que está sendo feito para inserir o jovem e a mulher nas cooperativas, como consta na resolução da ONU, e os projetos que estão sendo desenvolvidos para diminuir o êxodo rural dos jovens de suas propriedades.

Os gráficos do crescimento do IDH dos municípios gaúchos que possuem cooperativas, do cenário do Sistema nos diversos ramos no Estado e a evolução dos faturamentos em 11,3% foram mostrados à equipe. Além disso, as contribuições do Sistema Ocergs-Sescoop/RS para o crescimento do cooperativismo, as parcerias com a Alemanha, os investimentos do Rabobank para o ano de 2012.

A gestora da cooperativa médica Coopermed, da Bahia, e conselheira fiscal do Sescoop/BA, Jussiara Barreto Alves, afirma, entusiasmada, que a visita foi de grande importância para a equipe, pois mostrou o quanto é importante a aproximação do jovem com o cooperativismo, através de projetos que vêm sendo desenvolvidos pelo Sescoop/RS. “O objetivo inicial da nossa visita era a avaliação e troca de experiência no âmbito operacional, mas percebemos que o Rio Grande do Sul é o seio do cooperativismo. Temos projetos parecidos voltados ao jovem, mas com certeza estudaremos a possibilidade de nos unirmos ao Sescoop/RS para estreitar essa relação com o jovem”, afirma.

À tarde, a equipe realizou uma visita na Cooperativa de Trabalho, Produção e Comercialização dos Trabalhadores Autônomos das Vilas de Porto Alegre LTDA. – Cootravipa. Acompanhada pelas associadas Elisabete dos Santos Freitas e Margarete Garcia da Cunha, a equipe conheceu a infraestrutura, os valores, os fundos, os contratos atuais, a equipe e os projetos da Cooperativa. Com 30 anos de atividade, a Cooperativa que possui atualmente cerca de 3 mil associados, conforme Jussiara, encantou e tornou-se exemplo de força cooperativa para a equipe baiana.

Cooperativismo

Presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS participa de debates sobre o desenvolvimento rural do RS
 
O presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, participou nesta segunda-feira (23), do seminário “Diálogos CDES-Desafios para o Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul”. O evento, organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS) e pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), aconteceu no Palácio Piratini.
Com o objetivo de discutir estratégias de desenvolvimento rural sustentável, o evento contou com a presença do governador do Estado, Tarso Genro, do ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, representantes de entidades rurais, movimentos sociais do campo e secretários do Estado.

Em seu pronunciamento, o governador Tarso Genro dialogou sobre de que forma a política pode auxiliar no equilíbrio da relação entre o meio rural e urbano. “A política auxilia no equilíbrio da relação entre campo e cidade, que sempre foi de perdas e ganhos. Estamos hoje tratando de ganhos e ganhos. De nada adianta o crescimento, se deixarmos parte da sociedade para trás”. Ele ainda destacou a importância de diálogos como esse para as tomadas de decisões do Governo.

O secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, anunciou ações para a expansão da eletrificação rural do Estado. Além disso, apresentou a estrutura básica do Comitê de Planejamento Energético do Rio Grande do Sul (COPERGS) e a complementar, que conta com inúmeras cooperativas de eletrificação rural. “Sem energia, o Estado não prospera e a agricultura não vai para frente”, defende.

O ministro Pepe Vargas discorreu sobre o “Pacto Estadual Brasil sem Miséria”, em que o RS foi o primeiro estado a assinar depois do Nordeste, sobre as mudanças no Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF) e a ampliação da renda bruta através do microcrédito rural. "O trabalho que estamos desenvolvendo no Rio Grande do Sul serve de modelo para o resto do País", afirmou.

Outro aspecto ressaltado foi a importância da agricultura familiar para a economia brasileira, que ele mostrou através de gráficos, como o dos dados do Censo Agropecuário de 2006. Ele chama a atenção para o fato de que 84% dos estabelecimentos agropecuários existentes no país são de agricultores familiares e para o fato de que a produção das pequenas propriedades atende a 70% do consumo interno e representa 28% das exportações.

Além disso, foram apresentados gráficos da evolução de 400% nos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) nos últimos dez anos, com investimentos de R$ 3 bilhões para o Estado. O ministro ainda afirma que o apoio às cooperativas, devido ao Ano Internacional das Cooperativas, instituído pela ONU, pode significar uma estratégia de crescimento dos setores do leite, vitivinícola e de crédito.
Em seu pronunciamento, Perius, além de homenagear o colono pelo seu dia, comemorado no dia 25 de julho, apresentou três medidas para que o pequeno agricultor familiar cresça: a energia, sem a qual o produtor fica preso ao subdesenvolvimento e não cresce; a assistência técnica, fundamental para o monitoramento da propriedade, e, por fim, a necessidade da agroindústria para incentivar a permanência do homem no campo. “No Ano Internacional das Cooperativas, o governo federal, estadual e municipal devem se unir às cooperativas para que o progresso possa vir para todos”, finaliza.

Após as contribuições e reivindicações dos representantes do Estado, conselheiros e lideranças de movimentos ligados à agricultura, os conselheiros da Câmara Temática Economias do Campo do CDES-RS apresentaram um documento com as diretrizes para o desenvolvimento rural.
Também foi assinado um Termo de Cooperação entre o Estado do Rio Grande do Sul, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Fiergs, para a promoção de estudos que avaliem a competitividade das cadeias produtivas das carnes de frango e de suínos e conservas de frutas e hortaliças no Estado.

O governo do Estado e União receberam as resoluções da 3ª Marcha da Juventude Rural e pedidos da Federação das Associações e Comunidades Quilombolas solicitando agilidade na regularização fundiária das áreas quilombolas e facilidade no acesso às políticas públicas. Participaram ainda do debate representantes de organizações como MST, Fetag, MPA, Fetraf/Sul, Farsul, Unicafes e organizações quilombolas.

Economia Solidária

Peça do artesanato de Alagoas é finalista em competição da Unesco


Por Bárbara Barros
De 30 de julho a 2 de agosto, a capital do Uruguai, Montevidéu, sediará a 3a. edição do Reconhecimento de Excelência da Unesco para produtos artesanais do Mercosul. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), através do Programa doArtesanato Brasileiro (PAB), participou daseleção das peças artesanais que irão representar o Brasil: das 62 peças inscritas, 13 foram selecionadas, sendo uma delas de Alagoas.
A peça "caminho de mesa", bordada em filé, será a representante do Estado na competição de âmbito internacional. A artesã selecionada é Wendy Sherry, presidente da Cooperativa dos Artesãos da Barra Nova (Cooperarteban), que afirma ter ficado surpresa com o resultado. "Ao me inscrever, não fazia ideia de quantas peças seriam selecionadas ou com quantas pessoas eu iria competir. Sinto orgulho de estar representando Alagoas em uma competição internacional, essa é a primeira vez que participo de uma", declara.
Fonte: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7030&Itemid=62

Economia Solidária

Camponesas para a soberania alimentar


Por Fernanda Nagem
Na América Latina e Caribe as agricultoras familiares produzem 45% dos alimentos que consumimos. Inegável, portanto, a importância do trabalho delas para nosso cotidiano. Nesta entrevista, Vanessa Schottz (da FASE) e Elisabeth Cardoso (do CTA/ZM) lembram, no entanto, que este trabalho é silencioso, invisível e, também por estas razões, desvalorizado por grande parte da sociedade.
As entrevistadas, que são do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia, falaram também de políticas públicas para mulheres do campo e avaliaram a Cúpula do Povos. Durante o evento, a participação das mulheres chamou a atenção desde a marcha que abriu a série de manifestações que tomaram as ruas do Rio de Janeiro em junho até as diversas atividades autogestionadas realizadas por elas.
Foi a partir destes espaços que a discussão sobre o papel das mulheres na sociedade hoje - e naquela que os grupos querem construir - foi tomando corpo até a afirmação do feminismo "como instrumento da construção da igualdade" na Declaração Final da Cúpula. O documento incluiu também a "autonomia das mulheres sobre seus corpos e sexualidade, e o direito a uma vida livre de violência" como premissas a serem defendidas pelos povos.
Saiba mais sobre a luta das mulheres camponesas na entrevista realizada originalmente para o programa Planeta Lilás, organizado por militantes feministas na Rádio Cúpula dos Povos:

Vanessa, qual papel das mulheres na agricultura camponesa?

Esta pergunta é importante porque nos dá a oportunidade de dizer que as mulheres não ajudam na agricultura, as mulheres trabalham na agricultura. Elas estão na produção de alimentos. Elas estão no resgate e na conservação das sementes. Elas estão nos processos de resistência nos territórios, contra o agronegócio. Elas estão no cuidado com a alimentação. As mulheres assumem uma papel importante - e protagonista - neste momento em que estamos discutindo sustentabilidade, mas também estamos discutindo soberania alimentar. As mulheres têm um papel fundamental tanto na bandeira de luta da soberania alimentar quanto nas práticas agroecológicas e nas práticas de consumo sustentável. Elas estão em vários espaços, fazendo as suas lutas no dia-a-dia, e também se organizando e lutando para garantir a visibilidade o seu trabalho.

Beth, você pode dar um exemplo das mulheres lá da Zona da Mata, sobre o papel que elas cumprem, para entendermos melhor essa afirmação da Vanessa?

Na Zona da Mata, em Minas Gerais, temos um bom exemplo porque lá é forte a crença de que o que sustenta a região é a produção de café. As mulheres estão presentes - e são fundamentais - na produção do café. E isso é sempre bom lembrar. Mas elas têm descoberto recentemente ter um papel muito mais importante como produtoras de alimentos. Elas coordenam todo o trabalho de produção dos quintais: das plantas, das hortas e da produção de animais.
No nosso trabalho com agroecologia na região criamos um calendário para elas anotassem produção e consumo. Fizemos isso porque geralmente não se valoriza muito a produção para o autoconsumo. E elas se assustaram depois de cerca de três meses quando perceberam que o equivalente de renda gerado pelo autoconsumo é superior à renda gerada pelo trabalho com o café.
Isto é emblemático em relação à história da produção das mulheres. O trabalho delas acaba invisível porque o autoconsumo não está no PIB e não é contabilizado em nenhuma economia - nem para os municípios, nem para a família. Perceber que o trabalho delas gerava mais renda que o café foi importante para elevar a autoestima e para que elas se percebessem como fundametais no trabalho de produção. Se não fossem as mulheres fazendo esse trabalho de produção para o autoconsumo, a agricultura familiar no Brasil não se sustentaria. A renda da agricultura familiar hoje na comercialização de produtos, mesmo acessando os mercados institucionais, só é suficiente por causa da produção familiar para o autoconsumo. Os agricultores familiares compram muito pouca coisa fora das suas propriedades. Na Zona da Mata de Minas temos valorizado bastante este fato não só no que se refere à produção de alimentos, mas também com a produção de medicinas naturais, muito importante para a manutenção da saúde das famílias.
Uma das pautas principais desta Cúpula dos Povos é a luta contra a "mercantilização da vida". E aí acredito que falamos não só da natureza, das florestas, dos serviços ambientais, mas também dos modos de vida. Valorizar a produção para o autoconsumo é um jeito de fugir do mercado, Vanessa?
É isso. E se a gente parar para pensar, não existe nada mais radical na luta por soberania alimentar do que a produção para o autoconsumo. Porque é a via da alimentação sem passar pelo mercado. E é justamente isso que o mercado tenta desconstruir de várias formas. Uma é a ocupação dos territórios com monocultura - porque sem diversidade as famílias ficam dependentes da compra de produtos nas grandes redes de supermercado. Outra maneira é a publicidade que estimula o consumo dos produtos industrializados. Então essa prática do autoconsumo, que está muito ligada ao trabalho das mulheres, é fundamental no movimento de resistência contra o agronegócio, contra o uso do território para a produção de monocultivo para a exportação. É uma prática que precisamos valorizar e dar visibilidade.
E é importante dizer também que as mulheres não estão apenas trabalhando para o autoconsumo. Entre as mulheres que compõe o GT de Mulheres da ANA vemos que um grande número comercializa sua produção para feiras e também para o mercado institucional de alimentos via PAA [Programa de Aquisição de Alimentos] e PNAE [Programa Nacional de Alimentação Escolar], apesar de enfrentarem muitas dificuldades. A questão é que as políticas públicas, da forma como estão estruturadas, não consideram o trabalho e as necessidades das mulheres.

E vocês podem dar exemplos que explicam porquê essas políticas são insuficientes para atender às necessidades das agricultoras?

Vanessa - São várias questões. Por exemplo: para que qualquer agricultor ou agricultora familiar acesse as políticas públicas para Agricultura Familiar no Brasil é necessário acessar o "Documento de Acesso e de Aptidão ao Pronaf", que chamamos de DAP. A DAP tem uma série de problemas, e passa pela lógica de que é um documento "familiar" no qual cabe sempre ao homem o protagonismo. Então se na família o homem é professor ou agente comunitário de saúde e a mulher é agricultora ela não consegue ter sua profissão reconhecida. Ou seja, muitas mulheres estão produzindo, não conseguem acessar esse documento e, portanto, não conseguem ser reconhecidas como sujeito por essas políticas.
Outras tantas vezes, os homens apresentam os documentos e recebem o dinheiro pela esposa. Achamos que isso é muito ruim, pois além de impedir a visibilidade do trabalho delas, impede o acesso à renda, um elemento que consideramos importante para o processo de construção de autonomia. Acreditamos que autonomia econômica e autonomia política são vias que precisam andar juntas para permitir uma relação de igualdade entre homens e mulheres.

Vocês estão falando a partir do GT de Mulheres da ANA. Beth, você pode explicar porque existe e como funciona este Grupo de Trabalho?

A ANA é a Articulação Nacional de Agroecologia, uma rede formada por redes regionais e movimentos sociais de todo o Brasil que é organizada internamente por Grupos de Trabalho. O Grupo de Trabalho das Mulheres é um espaço de auto-organização a partir do qual refletimos sobre questões de gênero, por exemplo, a partir do nosso olhar sobre as políticas públicas. Também fazemos um trabalho de sistematização de experiências de mulheres na agroecologia que ajuda nesta reflexão. A partir do GT de Mulheres refletimos também sobre a própria ANA.
Para conhecer melhor a articulação vale a pena ver a página na internet: www.agroecologia.org.br. Ali é possível encontrar uma publicação do GT de Mulheres com as experiências sistematizadas na região nordeste - também estamos sistematizando experiências do sul e da Amazônia, mas ainda não estão publicadas. É um trabalho muito rico porque a partir das experiências das mulheres aprendemos muito. Inclusive, acho que isso é uma reflexão para a ANA como um todo.
Uma coisa que a gente se esforça também é para que em todos os espaços da ANA haja participação das mulheres. Acreditamos que a articulação é um espaço democrático e por isso ficamos até tristes se em um evento misto não haja, pelo menos, 50% de mulheres.

E o que acharam da Cúpula dos Povos? Vai fazer alguma diferença no futuro?

Vanessa - Eu acho que a Cúpula dos Povos cumpriu o seu papel de dar visibilidade, primeiro, às críticas que fazemos às falsas soluções do capital com o nome de "economia verde" com a justificativa de superar uma crise que "eles" próprios causaram. Ao mesmo tempo, mostramos que existem alternativas viáveis sendo construídas pela sociedade, pelas mulheres, pelos índios, pelos camponeses. Então, eu acho que a Cúpula deixou essa mensagem. E deixa também uma mensagem importante de que sustentabilidade, diversidade, soberania alimentar, são temas e bandeiras de luta que precisamos cuidar para que não sejam apropriadas pelo capital.
A gente pôde ver aqui perto, no Píer Mauá, uma exposição montada pelo agronegócio como evento oficial da Rio+20 onde dizem fazer agricultura sustentável, onde dizem contribuir para a preservação do meio ambiente, se apropriando de bandeiras de lutas da sociedade com uma cara-de-pau impressionante. E para nós está posto o desafio de dialogar com a o resto da sociedade, desconstruir todo o discurso falso montado pelo agronegócio de que este seria o único modelo possível para produzir alimentos. O modelo deles é este com veneno, com transgênicos, com sementes estéreis, com alto consumo de alimentos industrializados, e com grande impacto sobre o meio ambiente, ao contrário do que tentam nos fazer engolir. Aqui [na Cúpula dos Povos] estamos trazendo outra mensagem: o modelo de produção da agroecologia - que defendemos - não pode conviver com esse modelo insustentável [do agronegócio] que contribui mais e mais para destruir o patrimônio da humanidade - patrimônio cultural, toda a biodiversidade.
Então, eu acho que a Cúpula está cumprindo muito bem esse papel, mas fica o desafio daqui para a frente de continuarmos desconstruindo esse discurso que visa confundir a população e - ao mesmo tempo - continuar apontando falsas soluções para gerar mais renda e mais lucro em cima da crise.

E você, Beth? Como avalia esta Cúpula?

Além do que disse a Vanessa, acrescento que para mim a Cúpula dos Povos foi um grande espaço de convergência dos movimentos sociais, não só do Brasil, mas da América Latina e de outras partes do mundo. E foi muito importante para dar visibilidade para o movimento feminista. Achei importante demais estes dias em que a gente ficou convivendo aqui com os diversos movimentos. Eu acho que crescemos com isso, aprendendo a incorporar a pauta dos outros nas nossas lutas também. Eu acho que as manifestações foram maravilhosas. Todos os dias a gente via passeatas nas ruas, muita mobilização e ação direta. Acho que isso fez muito bem, não só para os movimentos, como também para a sociedade em geral - para as pessoas verem que nem tudo que está sendo feito em relação ao meio ambiente é igual. Existem diferenças, idéias diferentes, e o importante é a gente estar aqui colocando isso: existe algo diferente do que se discute na conferência oficial da ONU.
Fonte: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7031&Itemid=62