sábado, 7 de janeiro de 2012

Economia Solidária

CE: Selo Agricultura 100% Familiar incentiva os produtores



Iguatu/CE
A produção agropecuária de base familiar do sertão
cearense começa a ser certificada. Nos últimos dias, produtos com o selo Agricultura 100% Familiar ganharam mais espaços nas prateleiras de mercadinhos, no Interior. O futuro parece promissor e a expectativa é alcançar as compras governamentais de prefeituras e do Governo do Estado, promovendo a tão sonhada geração de emprego, permanência de jovens no campo e ampliando renda de pequenos produtores rurais.

Em dezembro último, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), em parceria com o Instituto Agropolos, lançou os primeiros 30 selos da Agricultura 100% Familiar. Foram beneficiadas associações comunitárias e produtores individuais em várias regiões do Ceará.

O Município de Icó obteve 20% dos selos. O resultado foi comemorado como boa notícia para o início de 2012. "Quem foi certificado está otimista, animado e acreditamos que esse selo vai trazer enormes benefícios para o setor", disse o secretário de Agricultura do Município, Mailton Bezerra.

GanhadoresOs empreendimentos contemplados pelo selo foram: Associação dos Apicultores de Icó (mel em sachê e pote), Colônia de Pescadores Z-27 de Lima Campos (bolinha e filé de peixe), Associação de Produtores de Leite do Conjunto Pedrinhas (iogurte), Associação de Produtores do Conjunto Alfa (arroz) e Associação de Produtores do Conjunto Gama (arroz e goiaba). O produtor César Nogueira (iogurte e queijo) também recebeu o selo.

"Com essa conquista, vamos ampliar as vendas governamentais para a merenda escolar, ampliando emprego e a renda no campo", prevê Mailton Bezerra. Atualmente, os produtores já vendem grande parte da produção para programas governamentais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

A Associação dos Apicultores de Icó teve um desenvolvimento considerável em 2011. A unidade passou a produzir mel em sachê e ganhou o mercado regional. O setor é mais uma opção econômica para os agricultores e tornou-se referência na região Centro-Sul. O crescimento é resultado de parceria com a Secretaria de Agricultura do Município e o Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Icó.

Já o produtor rural César Nogueira, com a ajuda da esposa e dos filhos, ampliou a produção de iogurte e de queijo, na zona rural de Icó. Com qualidade, conquistou o mercado local. Investiu R$ 25 mil em equipamentos e sonha em produzir creme e requeijão. O produtor trabalha das 5h às 22h, mas mostra-se satisfeito. "Nós queremos crescer, gerar mais emprego", disse. Nogueira produz três mil litros de iogurte e 330 quilos de queijo por mês.

ExpectativaO tesoureiro da Associação dos Produtores de Leite do Conjunto Pedrinhas, Antônio Oliveira Filho, disse que o grupo recebeu com alegria a notícia da certificação. A unidade, que está em expansão, começou em 2008 apenas com a atividade de aquisição de leite in natura, mas, hoje, produz iogurte que é vendido para a merenda escolar e para a Conab. "O nosso sonho é tirar o atravessador, não vender leite, mas transformá-lo, agregando valor ao produto", disse.

"Estamos satisfeitos com o selo e acreditamos que as vendas vão melhorar", destacou o presidente da Colônia de Pescadores Z-27, de Lima Campos, Antônio Muniz de Carvalho. Em 2010, o grupo, que reúne 30 pescadores, adquiriu uma mini-fábrica de gelo e ampliou a produção de filé e bolinha de peixe de tilápia, tucunaré e pescada.

O presidente da Associação de Produtores de Arroz do Conjunto Alfa, Antônio Barbosa, observa que os Municípios devem cumprir determinação legal de adquirir pelo menos 30% da produção da agricultura familiar. "O selo deve facilitar a comercialização, mas é necessário tirar o atravessador, que impõe um preço reduzido", salienta.

Mais informaçõesSecretaria de Agricultura do Município de Icó
Rua Cruzeiro, S/N
Centro da cidade
Fone: (88) 3561. 5564

Certificação garante qualidadeIguatu. Cerca de 70% dos alimentos consumidos no dia-a-dia são oriundos da agricultura familiar, mas boa parte da população não se dá conta do alcance e da importância desse tipo de produção para a geração de renda entre as comunidades rurais. Pela primeira vez, o Governo do Estado, por meio do Instituto Agropolos, certifica esses produtos. Criado e lançado em dezembro último, o selo Agricultura 100% Familiar, deverá ajudar o consumidor a identificar os produtos que vêm de uma unidade de base familiar.

Além de facilitar a identificação do produto pelo consumidor, o selo traz a origem do produto e agrega valor. "É uma forma de dar garantia de qualidade, promover e valorizar a agricultura familiar e aumentar a renda no campo", disse o secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins. "O nosso objetivo é fortalecer a agricultura familiar e o nosso desafio é aumentar a produção dos pequenos produtores para atender à demanda que é crescente".

O titular da SDA destaca um conjunto de ações que visam ao fortalecimento da agricultura familiar, a partir da ampliação da assistência técnica, comercialização por compras governamentais, concessão de crédito e de equipamentos de irrigação, dentro dos projetos Quintais Produtivos, para cerca de dez mil famílias, no decorrer neste ano.

A certificação garante que a produção, além de ser da base familiar, não degrada o meio ambiente, não envolve trabalho infantil e é feita dentro de condições de higiene na manipulação dos produtos e de sanidade animal. "São critérios mínimos para a certificação", observa o coordenador de Programas de Acesso ao Mercado, do Instituto Agropolos, Airton Cruz.

Atualmente, o Instituto Agropolos concedeu 30 selos, mas 120 pedidos estão em análises e há, no total, 320 cadastrados. "A ideia é ampliar a concessão desses selos, beneficiando mais associações ou produtores individuais", explica Cruz.

O selo é uma ação do Instituto Agropolos, em parceria com a SDA, a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ceará, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce), a Agência de Defesa Agropecuária (Adagri) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

O selo tem logomarca registrada no Instituto de Marcas e Patentes e permite ser rastreado com base em dados do CNPJ da associação produtora ou CPF do produtor. "Vamos fazer campanhas publicitárias, de divulgação do selo e dos produtos da agricultura familiar", informa Cruz. "Os produtores interessados devem procurar o Instituto Agropolos na região, escritórios da Ematerce ou as secretarias de Agricultura de seu Município".

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Economia Solidária

Feira Regional de Agricultura Familiar em Lagoa do João Ferreira na BA atrai visitantes do exterior

Fonte: Reginaldo Alves ( reginaldoon-line@hotmail.com.br )

Aconteceu nos dias 17 e 18/12 corrente mês a primeira Feira Regional de Agricultura Familiar e comemorações do 153° aniversário da comunidade de Lagoa do João Ferreira. A feira foi uma realização da Associação Agropastoril e Comunitária e do IRPAA com apoio de diversas entidades e empresas particulares. No dia 17 foram recebidos os produtores e produtoras de várias comunidades de Uauá e Monte Santo.

Foram comercializados vários produtos da rede familiar a exemplo das Cerâmicas da senhora Galdina Maria de Santana Moradora de Muquém – Monte Santo – BA que produz suas peças totalmente manual e que se deslocou dezenas de quilômetros para a exposição; Os sequilhos do grupo de produção da comunidade de Lagoa do João Ferreira um dos resultados das oficinas ministradas pelo IRPAA na região; Além de comidas e bebidas típicas da região, artesanatos de palha e pano, doces e geléias da COOPERCUC entre outros. A EBDA também foi uma das expositoras ao lado do stand do Banco Bradesco. Nas baias várias raças e tamanhos de animais. Desde Anglo Nubiana, Boer, Santa Inês entre outras. Visitas ilustres do Quênia, e da Tanzânia chamaram a atenção dos produtores.

O senhor Heradiuns Mbeyela da Tanzânia falou da imagem negativa que a mídia passa da África. Disse ainda que o Brasil parece e muito com a África, e que o povo ainda mais com sua simpatia. Ele estuda teologia em São Paulo faz um ano. Foi a primeira vez que esteve no Sertão e gostou muito dos sertanejos.Também foram visitar a comunidade BGG da Mata Virgem para gravação do seu Programa de Rádio “O berro do Bode”; Lindomar Abreu Dantas, Moisane França, Nildinha, Milton Rodrigues, Seu Isaias e dona Edite, Jair Moura, Haildes de Sinhá e seu esposo Edson Bahia, Miroval Marques, David da Mota, entre outras figuras culturais do município.

O evento contou com o grande apoio da Rádio Piquaraçá-FM e Rádio Jornal Grande Sertão-AM de Monte Santo. A rádio piquaraçá é conhecida como a “Globo do Sertão” pois transmite para mais de 300 municípios da região. Seu diretor-presidente, Dr. Ariston Correia Andrade, foi uma das figuras ilustres em nosso evento. Outras visitas de políticos e autoridades de Monte Santo, Canudos e Euclides da cunha abrilhantaram a noite de festa dançante. Durante a noite foi apresentado aos visitantes e comunidade o Documentário “Histórias e Desenvolvimento da Lagoa do João Ferreira”. Foi uma atração para o povo que se via no grande telão falando deles mesmos. A emoção tomou conta da noite. Logo depois aconteceu show musical com grupos da região. No dia 18 a feira foi encerrada com a promessa de ano que vem ser novamente realizada e desta vez com grandes nomes da nossa música popular, a exemplo do nosso talentoso e carismático filho do Sítio do Tomaz-Uauá, o cantor e compositor Nininho de Uauá.

Segundo Willian de Souza Silva, um dos organizadores e vice presidente da Associação Agropastoril e Comunitária a feira buscou viabilizar a comercialização de animais e de produtos oriundos da agricultura familiar, possibilitando a troca de experiências sobre as tecnologias de sequeiro, praticadas na região, e a cadeia produtiva da caprinovinocultura que é característica do Semiárido e atividade pecuária dominante na região.

Reginaldo Souza Alves, presidente da Associação Agropastoril e Comunitária da lagoa do João Ferreira, avaliou o evento como positivo, falou das dificuldades em conseguirem apoio principalmente o financeiro. Disse que era esperado maior publico, mas que isso não aconteceu pelo fato de a data ter sido numa época de estiagem. Falou ainda da importância do evento para a promoção da comunidade no município e da boa imagem de comunidade pacifica que se mostrou principalmente na festa dançante. Esta matéria contou com a colaboração de Franz Tagore. Maiores informação pelo site: http://www.umbuzada.com/


Economia Solidária

Além das "teorias" do decrescimento: por uma economia cooperativista e libertária.


2012 Ano Internacional do Cooperativismo

O crescimento, que tomou impulso quantitativo e de afluência econômica a partir da década de 1950 e causou e tem causado desastres e impactos negativos no Planeta com uma intensidade sem precedentes, começa a perder fôlego, como salientei, diante do desespero dos detentores do capital e da riqueza financeira, quando se perceberam que os recursos econômicos e materiais, que antes já eram escassos, estão efetivamente se esgotando e vão começar a reduzir os seus poderes e dominações sobre aquela maioria da sociedade que não discute e que é alter-dirigida e alter-dominada, bem como sobre a Natureza que já não pode mais ser também dominada como estava sendo desde séculos.

O declínio do capitalismo coincide com o declínio do crescimento e da acumulação através do uso dos recursos da economia de capital que são exauríveis e não-renováveis (aqui me sirvo mais uma vez de Schumacher).

Estou acompanhando e lendo um bom número de artigos e textos relacionados com a temática do “Decrescimento”. Alguns até interessantes para quem não está prevenido contra as artimanhas dos profissionais e militantes da política neo-socialista. Da mesma forma como procuram se apropriar maldosamente da palavra Cooperativismo (Cooperativa) associando-a à palavra Solidário, o mesmo ocorre com a palavra Decrescimento que já vinha sendo usado pelo movimento libertário há muito tempo embora não de forma explícita, e agora especialistas em socialismos, bem como seus seguidores, procuram enfatizar a necessidade de se parar o crescimento econômico que o capitalismo selvagem vem promovendo desde a Revolução Industrial, para salvar o meio ambiente e promover um desenvolvimento sustentável, a fim de evitar a extinção do homem, dos animais e da natureza como um todo.

O próprio Serge Latouche (um socialista reformado ou reformista) reconhece em artigo que a palavra foi usada explicitamente pelo eco-economista romeno Nicholas Georgescu-Roegen em seguimento ao que já se discutia nos relatórios do Clube de Roma. Estudiosos como Herman Daly e outros já discutiam nos anos 80 e 90 uma teoria para um Estado Econômico Estável (Steady State Theory), a qual já salientava a necessidade de se estabilizar o crescimento e buscar um desenvolvimento que não precisasse usar altas tecnologias, discussão esta que já havia sido antes antecipada por economistas como E. F Schumacher.

J. M. Alier (2011) em seu artigo publicado no Blog http://www.decrescimentobrasil.blogspot.com/ salienta que:

"O apoio explícito de Georgescu-Roegen, em 1979, ao conceito de decrescimento (Grinevald and Rens, 1979), as perspetivas de Herman Daly sobre o estado estacionário (steady-state) desde o início dos anos 1970, o êxito de Serge Latouche em França e na Itália, na última década, ao insistir no decrescimento económico (Latouche, 2007), prepararam o terreno. Chegou o momento, nos países ricos, de um decrescimento económico socialmente sustentável reforçado por uma aliança com o «ambientalismo dos pobres» no hemisfério sul".

A promoção de um decrescimento econômico socialmente sustentável nos países ricos soa um pouco com o refrão marxista de luta de classes do proletariado contra a exploração capitalista visto que nada vem salientado neste discurso que remeta a uma ação mais efetiva em prol da chamada sustentabilidade, senão algumas investidas de grupos alter-dirigidos que se manifestam à porta dos palácios nas reuniões de cúpula do velho e obsoleto capitalismo, com bandeiras e palavras de ordem bem conhecidas dos ativistas de sindicato quando agiam nas portas das fábricas nos anos 50 e 60 (no Brasil antes da ditadura militar) em várias partes do mundo.

As discussões sobre sustentabilidade, desestabilização e redução programada do crescimento, desenvolvimento integral considerando: o Ser Humano, a Natureza e todos os seres que compõem a biodiversidade do Planeta, começam de modo efetivo, para mim, com os trabalhos elaborados pelos pesquisadores e estudiosos que faziam parte do Clube de Roma.

Lá pelos idos de 1972 os estudiosos do Clube, liderados por Meadows, publicam um relatório que apresentava três teses. Só nos anos 90 tomei conhecimento deste relatório e de outros trabalhos produzidos pelo Clube de Roma. A seguir mostro as teses do grupo de pesquisadores coordenado por Dennis Meadows (1972:20) (Apud Brüseke, F. J., In, Cavalcanti, C. (Org.), 2011):

"1. Se as atuais tendências de crescimento da população mundial industrialização, poluição, produção de alimentos e diminuição de recursos naturais continuarem imutáveis, os limites de crescimento neste planeta serão alcançados algum dia dentro dos próximos cem anos. O resultado mais provável será um declínio súbito e incontrolável, tanto da população quanto da capacidade industrial.

2. É possível modificar estas tendências de crescimento e formar uma condição de estabilidade ecológica e econômica que se possa manter até um futuro remoto. O estado de equilíbrio global poderá ser planejado de tal modo que as necessidades materiais básicas de cada pessoa na Terra sejam satisfeitas, e que cada pessoa tenha igual oportunidade de realizar seu potencial humano individual.

3. Se a população do mundo decidir empenhar-se em obter este segundo resultado, em vez de lutar pelo primeiro, quanto mais cedo ela começar a trabalhar para alcançá-lo, maiores serão suas possibilidades de êxito".

Apreciando estas proposições assim se refere Brüseke:

"Para alcançar a estabilidade econômica e ecológica, Meadows et al. propõem o congelamento do crescimento da população global e do capital industrial; mostram a realidade dos recursos limitados e rediscutem a velha tese de Malthus do perigo do crescimento desenfreado da população mundial. A tese do crescimento zero, necessário, significava um ataque direto à filosofia do crescimento contínuo da sociedade industrial e uma crítica indireta a todas as teorias do desenvolvimento industrial que se basearam nela. As respostas críticas às teses de Meadows et al. surgiram conseqüentemente entre os teóricos que se identificaram com as teorias do crescimento".

Vale salientar, entre outras observações, que "O prêmio Nobel em Economia, Solow, criticou com veemência os prognósticos catastróficos do Clube de Roma (Solow, 1973 e 1974). Também intelectuais dos países do sul manifestaram-se de forma crítica. Assim Mahbub ul Haq (1976) levantou a tese de que as sociedades ocidentais, depois de um século de crescimento industrial acelerado, fecharam este caminho de desenvolvimento para os países pobres, justificando essa prática com uma retórica ecologista. Essa foi uma argumentação freqüentemente formulada na UNCED no Rio, em 1992, mostrando a continuidade de divergências e desentendimentos no discurso global sobre a questão ambiental e o desequilíbrio sócio-econômico. (Brüseke, 2011)".

O Clube de Roma era formado por intelectuais de vários segmentos políticos e científicos e o conteúdo de seus relatórios, até onde pude acompanhar, não apresentava um segmento ideológico único nem dogmático, o que merece ser mais bem apreciado antes de se discutir a questão do decrescimento com um rumo meramente ideológico como se percebe nas falas, artigos e discursos de vários militantes luditas pós-Clube.
Se o objetivo de alguns grupos trans-ideológicos de intelectuais, políticos, e científicos é propugnar pelo decrescimento da industrialização criminosa, poluidora, desastrosa, que contribui cada dia mais para o aumento do CO2 na atmosfera e o envenenamento de florestas, rios, lagos, aqüíferos e destruição da flora marinha, então esta luta não pode ser direcionada para a restauração de um dos sistemas que mais contribuíram para a destruição da natureza, que foi o socialismo estatal com seus processos de aumento quantitativo da produção de bens para justificar a retórica dos partidos, como foi visto na Alemanha Oriental, e em vários países da Cortina de Ferro (juntamente com o sistema capitalista liberal).

Deste modo, as apelações de socialistas, como as de Latouche e outros, não são bem recebidas ou vistas pelos que defendem uma sociedade libertária e autônoma (entre os quais me incluo). Uma sociedade baseada nos princípios Cooperativistas e Mutualistas seria mais bem recebida como resultado de um decrescimento não-ideologizado.

O capitalismo foi bom em desenvolver, criar tecnologias e produzir bens e serviços, mas péssimo em distribuir esses bens e resultados da economia de capital, por isso não conseguiu reduzir a pobreza; já o socialismo foi bom em distribuir bens e serviços, mas péssimo em criar os meios e as tecnologias para produzi-los e, por conseqüência, também não conseguiu reduzir a pobreza. Por isso nem um nem outro são mais benéficos para a humanidade e qualquer crescimento que eles tentem fazer daqui em diante será para ampliar a destruição do Homem e da Natureza.

Pão, Paz e Liberdade

2012 ANO INTERNCIONAL DO COOPERATIVISMO


Cooperativismo

Cooperativa dos Cirurgiões Plásticos de Fortaleza realiza mutirão
 
Cooperativa dos Cirurgiões Plásticos de Fortaleza realiza mutirão
 
A Cooperativa dos Cirurgiões Plásticos de Fortaleza (Cooplastic), por meio do mutirão de cirurgia plástica, promove durante os meses de janeiro e fevereiro, uma mobilização para ajudar a população carente da Capital. Na ocasião, serão realizadas consultas de orientações e ofertadas cirurgias corretivas gratuitas para casos de desvio de septo, orelha de abano, lábio leporino e pálpebras, dentre outras.

Além de ajudar a população, o intuito da campanha é orientar as pessoas de que a cirurgia plástica por mais simples que seja só deve ser feita por um especialista, aconselha o presidente da Cooplastic, Manuel de Sales.

"Não é à toa que o médico passa quatro anos em uma especialização de cirurgia plástica. Portanto, são esses profissionais a quem todos devem recorrer", alerta o cirurgião.

Cadastro

Os interessados em participar das consultas e se candidatar para as cirurgias podem efetuar cadastro por meio do telefone: (85) 3228-2555. As consultas e a triagem serão feitas durante todo o mês de janeiro e as cirurgias acontecerão em fevereiro.

Serão ofertadas até 15 operações, realizadas cada uma por médicos diferentes. As cirurgias plásticas deverão acontecer no Hospital Fernandes Távora, que está situado no bairro do Carlito Pamplona. Todos os anos, a Cooplastic vem promovendo esse mutirão nos primeiros meses do ano que é gratuito e destinado à população da periferia da cidade que não dispõe de recursos.

As pessoas estão efetuando seus cadastros tanto para participarem de consultas como se candidatarem às intervenções cirúrgicas. Para obter mais informações basta ligar para os telefones 3086. 8914 e 8545. 2961.

Mais procurada


Entre as cirurgias corretivas mais procuradas para serem realizadas no mutirão, de acordo com a Cooplastic, está a fissura labiopalatal, popularmente conhecida como lábio leporino, é uma abertura na região do lábio e/ou palato do recém-nascido ocasionada pelo não fechamento destas estruturas na fase embrionária, isto é, entre a 4ª e a 12ª semana de gestação.

As fissuras podem ser classificadas como unilaterais ou bilaterais e variam desde formas mais leves como cicatriz labial ou úvula bífida ("campainha" dividida) até formas mais graves como as fissuras completas de lábio e palato.

As fissuras podem deixar o canal oral em contato com o nasal, prejudicando sobremaneira a fala e interferindo diretamente na linguagem.

Fonte: Diário do Nordeste em 05/01/2012

Notícias

Sergipe ganha projeto piloto em suinocultura
 
Sergipe ganha projeto piloto em suinocultura
 
O Sebrae em Sergipe e a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) negociam a instalação do Projeto Nacional da Suinocultura no estado. O programa é baseado na capacitação de produtores e indústrias e em campanhas para o varejo. O projeto busca sensibilizar consumidores e formadores de opinião com palestras nas escolas de gastronomia, nutrição e medicina.

“Queremos iniciar com uma ação piloto este ano. Depois, o projeto será trienal, desenvolvido no período de 2013 a 2015”, explica Fabiano Coser, diretor-executivo da ABCS. Segundo ele, a meta é trabalhar a indústria, o varejo e a produção. O piloto atuará inicialmente com os 26 criadores ligados à Cooperativa de Suinocultores de Sergipe.

Para o presidente da cooperativa, José Evairton Andrade, a ação é bem-vinda. “O projeto nacional tem metodologia especial, com foco na sensibilização e estímulo ao consumo da carne de suínos, beneficiando todos os elos da cadeia produtiva”, declara.

O direto-técnico do Sebrae em Sergipe, Emanoel Sobral, enfatiza que é preciso inserir a cadeia produtiva local dentro do projeto de suinocultura nacional. “Dessa forma a iniciativa terá mais força, mais verbas e, consequentemente, mais ações em prol dos criadores”, assinala.

O Projeto de Suinocultura Nacional teve início em 2009 e abrangia sete estados. Hoje são nove. “Trata-se de um projeto estruturado, no qual a cadeia da suinocultura é trabalhada de forma interligada, envolvendo produção, indústria e comercialização. O Sebrae entra com capacitação, gestão e articulação”, explica o consultor João Fernando, gestor da carteira de suinocultura do Sebrae Nacional.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias em 05/01/2012

Cooperativismo

Sicoob ES lança consórcio para compra de imóveis e veículos
 
Sicoob ES lança consórcio para compra de imóveis e veículos
 
Quem sonha com a casa própria ou quer começar o ano com um carro novo na garagem conta agora com o Consórcio Sicoob. O cliente tem a possibilidade de parcelar em até 75 meses a compra do veículo e até 180 meses a aquisição do imóvel, sem a cobrança de juros.

O interessado pode escolher a marca e o modelo do carro de sua preferência; e o imóvel pode ser novo ou usado, residencial ou comercial.

Segundo o diretor-executivo do Sicoob ES, Francisco Reposse Junior, um dos diferenciais é que o consórcio tem as melhores taxas de administração do mercado.

“Além disso, tem a credibilidade do Sicoob, que garante ao cliente a segurança de fazer um plano a longo prazo”, ressalta.

O diretor acrescenta outras vantagens do consórcio: “A contratação é ágil, o cliente pode comprar o bem que deseja de forma planejada e sem pagar juros, apenas a taxa de administração, que será diluída nas parcelas”.

No caso do consórcio imobiliário, o cliente pode usar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para quitar ou amortizar o saldo devedor e pagar as parcelas.

Também é possível utilizar o Fundo para dar lances e tentar receber o bem antes do encerramento do grupo.

O cliente pode ser contemplado com o crédito por meio de sorteio ou ainda por lances, informando o número de parcelas que pretende quitar. Quando contemplado, ele retira a carta de crédito e compra o veículo ou imóvel onde quiser.

Para ter acesso ao consórcio ou outros produtos do Sicoob ES, basta o interessado procurar uma agência.

A instituição financeira conta hoje com 78 pontos de atendimento no interior do Estado e oito na Grande Vitória – Reta da Penha, Jardim Camburi e Enseada do Suá, em Vitória; Laranjeiras, na Serra; Campo Grande e Ceasa, em Cariacica; Glória e Santa Mônica, em Vila Velha.

Sobre o Sistema

Presente em 21 estados e no Distrito Federal, o Sicoob é a sexta maior rede bancária do Brasil e a terceira do Espírito Santo. A instituição financeira, que tem mais de 120 mil associados no Estado e cerca de 2 milhões no País, é o sistema de cooperativismo de crédito mais abrangente do Brasil, com 1,9 mil pontos de atendimento.

Tire suas dúvidas

Consórcio ou financiamento?
A principal vantagem dos consórcios é que não embutem juros e os custos tendem a ser mais baixos que os dos financiamentos.

Como acontece o sorteio?
O sorteio é baseado na extração da loteria federal do sábado anterior à realização da assembleia de contemplação. Desta, participam somente os consorciados que estiverem com o pagamento das prestações em dia.

O que acontece após ser contemplado?
De posse da carta de crédito, o consorciado escolhe o bem que irá adquirir e, após apresentar as garantias exigidas pelo contrato, terá a liberação do pagamento. As prestações deverão continuar sendo pagas até o encerramento do grupo.

Posso alterar o bem?
Pode, caso a cota ainda não tenha sido contemplada.

Quem pode ter um Consórcio Sicoob?
Pessoas físicas e jurídicas, associadas ou não associadas às cooperativas do Sicoob.

Onde encontro uma agência do Sicoob ES?
O Sicoob ES conta hoje com 78 pontos de atendimento no interior e oito na Grande Vitória – Reta da Penha, Jardim Camburi e Enseada do Suá, em Vitória; Laranjeiras, na Serra; Campo Grande e Ceasa, em Cariacica; Glória e Santa Mônica, em Vila Velha. Mais informações estão disponíveis no site www.sicoobes.com.br.

Fonte: OCB/ES em 05/01/2012

Cooperativismo

Cretovale sempre atendendo aos interesses de seus cooperados
 
Cretovale sempre atendendo aos interesses de seus cooperados
 
A Cretovale - Cooperativa de ECM dos Trabalhadores da Vale, se preocupou mais uma vez em atender os interesses de seus cooperados e divulgou a antecipação do Superávit Valia. O Superávit Valia ocorre quando em um plano de benefício definido anualmente com as obrigações calculadas entre os participantes para garantir os benefícios futuros, ultrapassa o valor dos investimentos e se torna maior que a reserva.

E como uma das vantagens, no dia 19 de dezembro de 2011, a Cretovale divulgou que estava antecipando o valor de até dois salários mínimos do superávit do Plano Definido que a Valia pagará aos aposentados e pensionistas em junho de 2012. E para a surpresa da diretoria, antes do final do mês de dezembro o orçamento disponibilizado para tal antecipação, já estava esgotado.

Isso mostrou que a Cretovale  procura atender os interesses de seus cooperados , colocando produtos atrativos  com taxas competitivas no mercado, para que eles possam realizar o quanto antes os seus sonhos.  Fonte: OCB/ES em 05/01/2012

Notícias

Para Compor a sonoridade das terras de Poti
 
Para Compor a sonoridade das terras de Poti
 
A palavra Compor ganha outro significado no Rio Grande do Norte este ano. Além do verbo referente à composição musical ou "dar forma, modelar, juntar" e outras derivações "dicionarísticas", no arcabouço linguístico local, Compor passa a ser também a Cooperativa da Música Potiguar. A ideia é financiar as ações discutidas em fóruns e reuniões promovidos pela Rede Potiguar de Música e fortalecer o segmento musical potiguar.

A "criança" foi gestada há poucos dias. O primeiro passo é a estruturação para receber os filiados. Por enquanto, apenas os 21 membros inscritos no ato da regularização do CNPJ compõem a entidade. Preside a Compor o músico Esso Alencar. A vice-presidência é ocupada pelo músico Paulo Sarkis. A secretaria, pela jornalista Bruna Mara Wanderley. E a tesouraria, pelo músico Oswin Lohss. Entre os membros-fundadores, os músicos Carlos Zens, Antônia, e a família Pádua.

A Compor nasce fruto da articulação promovida há alguns anos pela Rede Potiguar de Música. "Foi um desdobramento natural. Funcionará como um braço da Rede. Havia essa necessidade de um viés para geração de renda dos envolvidos. E desde o ano passado trabalhamos neste foco de criação de uma cooperativa", disse Esso Alencar. A Assembleia de criação da Compor foi realizada em agosto de 2011. "Passamos a existir de fato, mas de direito foi só com o CNPJ, nos últimos dias de dezembro".

A primeira ação da Compor se deu durante a Cientec 2011 quando foi montado e apresentação o show coletivo intitulado Uníssono, com membros da cooperativa. Esso explica que uma das principais metas é a interiorização da Compor. "Queremos levar profissionalização e capacitação nos principais pólos de música do Estado. Com isso, despertar a conscientização dos direitos de cada um fortalecer o poder de mobilização e cobrança desses direitos junto aos gestores".

Esso Alencar explica que o diálogo junto às bandas de música espalhadas pelo interior é primordial para a Compor. Hoje, os maestros e músicos de bandas filarmônicas, sinfônicas, marciais, etc, são verdadeiros disseminadores da cultura musical pelo Estado. Inclusive já organizados na União das Bandas do RN (Uniban/RN) e na expectativa de melhor sistematização com a criação do Sistema de Bandas do RN, com projeto já apresentado à Assmbleia Legislativa.

Integração

A secretária da Compor, Bruna Mara, acrescenta uma visão mais global: "E queremos também a articulação de outras manifestações artísticas na criação de Redes. A organização do setor musical, tão somente, não dará a resposta esperada". Bruna ressalta a necessidade de uma política cultural mais consistente. "Se só o segmento musical mostrar força, há um desequilíbrio e perdemos força". Segundo ela, o setor teatral e de dança estão avançando nesse sentido".

Fonte: Diário de Natal / Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press em 06/01/2012

Notícias

Projeto educacional da BASF e Cooperativa Agrária atenderá mais de 12 mil alunos em Guarapuava (PR)
 
Guarapuava (PR) - A BASF e a Cooperativa Agrária Agroindustrial lançaram, na última quarta-feira, dia 4, o Atlas Ambiental de Guarapuava. Mais de 12 mil estudantes do ensino fundamental de escolas públicas (municipais e estaduais) do município serão beneficiados. O Atlas fará parte da grade curricular deste e do próximo ano.

A utilização do Atlas Ambiental em sala de aula tem por objetivo auxiliar professores e alunos a entenderem história, geografia e temas socioambientais, levando em conta aspectos globais e, especialmente, os aspectos da região em que vivem.

“O material didático produzido é feito para despertar o espírito de cidadania e conhecimento sobre o tema sustentabilidade nos alunos. Um estudo minucioso das características ambientais da região de Guarapuava foi feito e como resultado temos o Atlas”, comemora Marcelo Batistela, gerente de Negócios e Cereais Centro Sul da BASF. Imagens obtidas via satélite revelam informações sobre as matas, os oceanos, os rios, os animais, a urbanidade, o clima, a cultura, a sociedade, a história e a política do Brasil e do mundo. Batistela conta que para o conteúdo pedagógico do Atlas Ambiental foram entrevistados especialistas de conceituadas instituições de ensino do País.

No total, 26 escolas públicas da cidade receberão o Atlas, que se destina aos alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, com faixa etária entre 11 e 14 anos. A ação também conta com a participação de 40 professores da rede pública de ensino, que receberão uma versão exclusiva do Atlas com textos, imagens e sugestões de atividades, para auxiliá-los no planejamento das aulas, além de treinamento específico para sua utilização.

“O mais importante e um dos principais diferenciais deste projeto é que além de formarmos docentes, estes podem contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável em suas localidades e região”, afirma Sonia Chapman, diretora-presidente da Fundação Espaço ECO, entidade responsável pela implementação do projeto.

Já o vice-presidente da Cooperativa Agrária Agroindustrial, Paul Illich, afirma que a iniciativa trará benefícios únicos: “Esta é uma iniciativa muito importante para o município. Com o Atlas, os estudantes poderão conhecer melhor Guarapuava e também o Distrito de Entre Rios, além de ver não somente sua geografia da localidade em que vivem e de outras partes do Mundo. É a primeira vez que participamos de um projeto dessa natureza” finaliza Illich.

O Atlas Ambiental faz parte do Programa Mata Viva de Adequação e Educação e Ambiental. O Mata Viva nasceu em 1984, quando a BASF iniciou a restauração de 128 hectares de Mata Atlântica em um trecho de quatro quilômetros da margem direita do Rio Paraíba do Sul, no Complexo Químico da empresa em Guaratinguetá (SP). A partir de 2005, com a criação da Fundação Espaço ECO, o Programa Mata Viva foi ampliado e começou a beneficiar diretamente agricultores e comunidades agrícolas.

Fundação Espaço ECO-Inaugurada em 2005, a Fundação Espaço ECO foi instituída pela BASF – empresa química líder mundial – com o apoio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), agência de cooperação técnica internacional do governo alemão. Ela está situada em São Bernardo do Campo/SP em uma área de aproximadamente 300 mil m² considerada Reserva da Biosfera do Cinturão Verde do Estado de São Paulo pela UNESCO. A Fundação Espaço ECO é o primeiro Centro de Excelência para Ecoeficiência Aplicada na América Latina com a missão de promover o desenvolvimento sustentável por meio da aplicação de soluções e tecnologias em ecoeficiência, educação ambiental e reflorestamento. Mais informações sobre a Fundação Espaço ECO estão disponíveis no endereço http://www.espacoeco.org.br/.

A Agrária é uma cooperativa agroindustrial. Contamos com 550 agricultores cooperados e 1200 funcionários. Têm 60 anos de tradição e trabalha com moderna tecnologia em campos experimentais, nas lavouras de cooperados e também em indústrias. Produtos agrícolas: soja, milho, trigo e cevada cervejeira.

Unidades industriais: Maltaria Agromalte; Moinho de Trigo; Fábrica de Rações e Indústria de Esmagamento de Soja.

Unidades armazenadoras: Guarapuava, Vitória e Pinhão. Também fazem parte da Agrária: (Organizações coligadas) Fundação Agrária de Pesquisa Agrícola (FAPA) Fundação Semmelweis (Hospital) Fundação Cultural Suábio-Brasileira Colégio Imperatriz. A Agrária tem sua sede no distrito de Entre Rios – uma localidade rural do município de Guarapuava (PR).

Divisão de Proteção de Cultivos da BASF -Com vendas de € 4.033 milhões em 2010, dos quais € 1.030 milhões são da Região América Latina, África e Oriente Médio, a Divisão de Proteção de Cultivos da BASF é uma das líderes em defensivos agrícolas e uma forte parceira da agroindústria ao fornecer fungicidas, inseticidas e herbicidas altamente estabelecidos e inovadores. Os agricultores usam os produtos e serviços da BASF para melhorar a rentabilidade e a qualidade de suas colheitas. Os produtos da BASF também são usados em saúde pública, controle de pragas estruturais/urbanas, plantas ornamentais e gramados, controle de vegetação e silvicultura. A BASF tem por objetivo transformar conhecimento em sucesso imediato. A Divisão de Proteção de Cultivos da BASF visa ser a empresa líder em inovações, otimizando a produção agrícola, melhorando a nutrição e, desta forma, aumentando a qualidade de vida da população mundial em constante crescimento. [www.agro.basf.com.br].

BASF Brasil 100 anos. Transformando a química da vida. 2011: Ano Internacional da Química – Química para um mundo melhor-O ano de 2011 é coincidentemente marcado por dois importantes acontecimentos no mundo da ciência: os 100 anos da BASF no Brasil e na América do Sul e o Ano Internacional da Química, decretado pela UNESCO, órgão de educação das Organizações das Nações Unidas, com a participação da IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada) e homenagem ao centenário do Prêmio Nobel de Química concedido à franco-polonesa Marie Curie, que visa ampliar a consciência da população sobre a importância da Química para o a melhoria da qualidade de vida e a saúde das pessoas, assim como sobre a importância da Química em todo o ambiente humano. Neste mesmo contexto, o centenário da BASF na região é celebrado com a sensibilização sobre contribuição da química para o desenvolvimento da sociedade, tendo as megatendências globais como motivadores para suas inovações. Química é transformar o que já existe, é criar o novo, é melhorar a qualidade de vida das pessoas.

A BASF é a empresa química líder mundial: The Chemical Company. Seu portfólio de produtos oferece desde químicos, plásticos, produtos de performance e produtos para agricultura até petróleo e gás. Como uma parceira confiável, cria a química para ajudar seus clientes de todas as indústrias a atingir ainda mais o sucesso. Com seus produtos de alto valor e soluções inteligentes, a BASF tem um papel importante para encontrar respostas a desafios globais como proteção climática, eficiência energética, nutrição e mobilidade. A BASF contabilizou vendas em mais de 63,9 bilhões de euros em 2010 e contava, aproximadamente, com 109.000 colaboradores no final do ano. [ www.basf.com ou nos perfis corporativos da empresa no Facebook (BASF Brasil) e no Twitter (@BASF_brasil).- As vendas na América do Sul totalizaram, aproximadamente, €3.8 bilhões de euros em 2010 (Esse resultado abrange os negócios realizados pelas empresas do Grupo na região, incluindo a Wintershall - empresa situada na Argentina, voltada a produção de óleo cru e gás). Na América do Sul, a BASF contava com mais de 6.000 colaboradores em 31 de dezembro de 2010.

Fonte: Portal Fator Brasil em 06/01/2012

Economia Solidária

Parceria incentiva produção de castanha-do-Brasil em assentamento modelo no Noroeste de MT
 
Parceria incentiva produção de castanha-do-Brasil em assentamento modelo no Noroeste de MT
 
Um termo de cooperação técnica, com objetivo de apoiar a produção e comercialização de produtos florestais não-madeireiros por agricultores do Projeto de Assentamento (PA) Vale do Amanhecer, foi firmado entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), a indústria de artefatos de madeira Rohden Indústria Lígnea Ltda, Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam) e a Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (Adejur).

O assentamento localizado no município de Juruena, a 880 quilômetros da capital, na Região Noroeste do Estado, e abriga 177 agricultores, é considerado modelo e está em processo de obtenção de regularização fundiária e ambiental com recuperação das áreas degradadas; aproveitamento da madeira desvitalizada em pastos e roçados e a coleta e processamento da castanha-do-Brasil.

Segundo a analista de Meio Ambiente da Coordenadoria de Ecossistemas da Superintendência de Biodiversidade da Sema, Eulinda de Campos Lopes, “a iniciativa faz parte das políticas de redução do desmatamento e de incentivo à produção sustentável, e estruturação das cadeias dos produtos da sociobiodiversidade, que vem sendo implementada pelo Governo do Estado por meio da Sema”.

Essas ações têm proporcionado reflexos positivos ao cenário atual do extrativismo, considerado como uma atividade prioritária para o desenvolvimento sustentável do estado.

“O reconhecimento da importância de manter e valorizar a floresta enquanto absorvedora de gazes de efeito estufa aliado à crescente conscientização mundial da necessidade de se investir em um modelo de desenvolvimento mais sustentável têm resultado em cada vez mais visibilidade das populações extrativistas, dentro e fora do país”, avaliou Eulinda Lopes.

CASTANHA-DO-BRASIL - O Plano Nacional para Promoção dos Produtos da Sociobiodiversidade (PNSPSB), do Governo Federal, destacou a castanha-do-Brasil como um dos produtos extrativistas prioritários nesse processo.

Para o Governo do Estado, estruturar a cadeia produtiva da castanha-do-Brasil em Mato Grosso é uma questão fundamental porque sua exploração conserva a floresta amazônica, incrementa a renda dos agricultores e comunidades indígenas, além de diversificar o setor produtivo, comentou a analista de Meio Ambiente da Sema.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge) referentes ao ano de 2009, o estado é o 5º maior produtor de castanha do país. Entre 2003 e 2008 houve um aumento de 116% da produção total de castanha e um incremento de preço de mais de 200%, ampliando a importância da atividade no cenário econômico estadual.

“Esse crescimento da produção é o resultado da implementação de iniciativas que apóiam a produção comunitária e promovem a abertura de oportunidades de mercado e comercialização, gerando renda para a sociedade local”, destacou Eulinda Lopes.

Uma das ações executadas pela Sema nesse sentido foi o Projeto “Promoção da Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade nas Florestas de Fronteira do Noroeste de Mato Grosso”. Implantado em 2003 fortaleceu a cadeia dos produtos da sociobiodiversidade, como uma alternativa sustentável ao modelo de desenvolvimento baseado na atividade madeireira e agropecuária que era, até então, adotado no noroeste de Mato Grosso.

Em relação à castanha-do-Brasil a técnica lembra que uma das dificuldades para a estruturação da sua cadeia produtiva em Mato Grosso é justamente o acesso as áreas de castanhais, normalmente localizadas em áreas privadas. “Nesse sentido são muito importantes as parcerias como esta, envolvendo associações, cooperativas, entidades privadas e o poder publico. Dessa forma é possível dar escala a atividade da extração do produto, incrementando o potencial das cadeias produtivas”, destacou.

PARCERIA - Pelo Termo de Cooperação Técnica, cabe à Rohden Indústria Lígnea Ltda, selecionada pela Sema como Unidade Demonstrativa de Manejo Florestal Madeireiro Empresarial, disponibilizar a área de floresta da reserva legal para coleta de castanha-do-Brasil, pelo grupo de agricultores do PA Vale do Amanhecer. Grupos de 15 agricultores farão a coleta.

A empresa foi selecionada em razão da sua atuação positiva no manejo florestal madeireiro empresarial, em 25 mil hectares de floresta. Desde 2002, está certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC) o que garante o acesso a um mercado crescente, no Brasil e no exterior, que só aceita produtos florestais certificados.

A Coopavam e a Aderjur são os responsáveis pela seleção dos agricultores que participam da coleta da castanha. A cooperativa adquire a produção coletada na reserva da empresa, de acordo com o valor combinado com os coletores selecionados e fornece as informações sobre os castanhais e a coleta (produção semanal).

A Adejur é também responsável por apoiar o grupo de agricultores selecionados disponibilizando informações técnicas sobre a coleta, beneficiamento e armazenamento das castanhas-do-Brasil.

A Sema é a responsável pela estruturação da cadeia produtiva e articulação entre os parceiros.

Fonte: Portal O Documento em 06/01/2012

Notícias

Sistema SICOOB passa a arrecadar o Simples Nacional
Sistema SICOOB passa a arrecadar o Simples Nacional
 
A partir de janeiro de 2012, o Sistema de Cooperativas de Crédito SICOOB passa a arrecadar Tributo Federais através do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). Os empreendedores que possuem negócios vinculados a esse regime já podem quitar as obrigações de suas empresas no SICOOB.

O recebimento do Simples é mais um serviço disponibilizado pela cooperativa para beneficiar seus cooperados, que agora poderão centralizar a movimentação financeira na própria cooperativa.

Além do Simples, o SICOOB está habilitado para receber o DARF (Documento de Arrecadação Federal), boletos, contas de luz, água, telefone, entre outros recebimentos.

Os principais tributos federais recebidos por meio do DAS são o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição para o PIS/PASEP; contribuição Patronal Previdenciária (CPP); Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS); e a Contribuição para a Seguridade Social (GPS).

No momento, as arrecadações no Sicoob foram liberadas apenas no caixa da cooperativa, tanto para associados quanto não associados. Em breve, os canais de autoatendimento do Sistema também serão habilitados para arrecadação.

Para mais informações, procure o Ponto de Atendimento mais perto de você. Em São Miguel do Iguaçu na Rua Vânio Ghellere, 55 e em Foz do Iguaçu na Rua Almirante Barroso, 1108 e Avenida J.K. 4153.

Fonte: SICOOB em 06/01/2012

Cooperativismo

De olho em novos mercados
 
A Cooperativa Pindorama começa 2012 investindo cerca de R$ 1 milhão em equipamentos de grande porte. Avaliação de metas e planejamento estratégico são prioridades da cooperativa, que busca novos mercados.

Ao longo desta semana, a diretoria e as gerências analisaram 2011, pontuaram as metas alcançadas e criaram novas, tendo em vista o desenvolvimento da cooperativa, que nos últimos anos vem se destacando como uma das maiores da região.

De acordo com Carlos Roberto Santos, diretor-secretário da Pindorama, começo de ano é para rever as estratégias de gestão, analisando minuciosamente as ações e buscando alternativas para o nosso crescimento.

Fonte: GAzeta de Alagoas em 06/01/2012

Notícias

Associativismo tocantinense cresce 4,8% em 2011
 
Associativismo tocantinense cresce 4,8% em 2011
 
Nos últimos anos, tem crescido consideravelmente o movimento de pessoas, organizando-se em associações e cooperativas para fomentar o desenvolvimento econômico e social do País.

No Tocantins não é diferente e para contribuir com a criação e a gestão operacional dessas entidades, a Diretoria de Fomento e Fortalecimento ao Cooperativismo e Associativismo Rural da Seagro – Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, realizou o cadastramento de 40 associações e colaborou com a constituição de mais três entidades ligadas ao agronegócio em 2011, saltando de 886 para 929 associações, perfazendo um aumento de 4, 8%. Ao longo do ano passado essas instituições receberam orientações e capacitações sobre as atividades do setor agropecuário.

De acordo com informações da Diretora de Fomento e Fortalecimento ao Cooperativismo e Associativismo Rural, Mariella Silva Gontijo, dentre os eventos promovidos pela Seagro estão palestras nos municípios de Gurupi, Palmas, Palmeiras do Tocantins e Paraíso do Tocantins, o V Encontro Estadual de Cooperativismo, realizado em parceria com a OCB/Sescoop/TO. Além do apoio logístico há 1.386 agricultores familiares e técnicos que participaram das palestras e das orientações tecnológicas apresentadas na Agrotins 2011.

Para o presidente da Coap – Cooperativa dos Apicultores e Meliponicultores de Palmas, Antonildo Alexandre Medeiros, o apoio da Seagro na realização de eventos de capacitação e divulgação da atividade no setor foram fundamentais para impulsionar o crescimento do setor no Tocantins. “Essa parceria com a Secretaria da Agricultura foi muito importante para a evolução da nossa atividade. Contribuiu para estimular e resgatar o interesse dos apicultores em continuar trabalhando e acreditando no crescimento da atividade no Tocantins”, afirmou.

O presidente da Coapa – Cooperativa Agroindustrial do Tocantins, Ricardo Khouri também é da mesma opinião do presidente da Cooperativa de Apicultores, em relação à parceria da Seagro com a entidade. “Esse trabalho de parceria, em 2011, possibilitou a realização do I Simpósio da Cultura da Cana- de- Açúcar, em Pedro Afonso, dentre outros eventos”, disse Khouri.

Para o secretário executivo da Secretaria da Agricultura, Ruiter Padua, o trabalho coletivo entre os pequenos e médios produtores, por meio do cooperativismo é fundamental para o desenvolvimento do setor e comercialização da produção. “O sistema de cooperativismo é essencial para o crescimento e consolidação da atividade. É importante o produtor se conscientizar de que com o tempo, o trabalho coletivo vai melhorar sua qualidade de vida com o aumento de seus recursos econômicos”, considerou.

Padua ressalta que a Diretoria de Fomento e Fortalecimento ao Cooperativismo e Associativismo Rural foi instituída na Secretaria com o propósito de oferecer suporte e orientações necessárias para as instituições ligadas ao agronegócio.

Assim, como a Seagro, outras instituições também oferecem capacitação e suporte administrativo para as associações e cooperativas do setor agropecuário, sem qualquer custo, como a Faet– Federação da Agricultura do Estado do Tocantins, a Fetaet – Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Tocantins e a OCB/ Sescoop– Organização das Cooperativas Brasileira e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, que dentre suas atribuições está a promoção, fomento e defesa do sistema cooperativista, em todas as instâncias políticas e institucionais. Além de outras instituições.

Fonte: ascom/seagro / Foto: Juliano Ribeiro em 06/01/2012

Cooperativismo

Coopercentral Aurora: 40% da produção é destinada para exportação
 
Coopercentral Aurora: 40% da produção é destinada para exportação
 
A Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos) comemorou, nesta semana, o aniversário de 15 anos do Frigorífico Aurora de Quilombo (FAQUI). Para marcar a data ocorreu na última quinta-feira (5), no SER Aurora, solenidade em celebração ao primeiro abate da unidade que ocorreu no dia 6 de janeiro de 1997. Participaram mais de 100 pessoas, entre diretores, colaboradores e autoridades.

No evento foram apresentados os números da unidade, as ações sociais desenvolvidas durante o ano passado, bem como a importância do sistema cooperativista. O vice-presidente da Aurora, Neivor Canton, enfatizou a força que representa o sistema Aurora. “São 13 cooperativas filiadas, uma cooperativa central, 58.311 associados, 6.236 funcionários das filiadas, 15.654 funcionários da Aurora e um faturamento de R$ 6,7 bilhões”, detalhou.  

A unidade é responsável por ¼ do abate de frangos da Aurora e por 20% do total de exportações da cooperativa. Segundo o gerente do FAQUI, Vanderlei Luis de Ré, atualmente o frigorífico conta com 1.377 colaboradores e realiza o abate de 140 mil aves por dia. O mix de produtos da unidade é de cortes para mercado interno e externo, miúdos, produtos congelados separadamente e bandejas. “Quarenta por cento da produção da unidade é para exportação”, complementou.

Programação

A programação de aniversário da unidade contou com corte de bolo, almoço de confraternização, exposição de fotos antigas, depoimentos de empregados e apresentações dos trabalhadores com o programa “Qual é o seu talento”.

Para encerrar as atividades comemorativas, neste sábado (7), a Fundação Aury Luiz Bodanese, Coopercentral Aurora e Prefeitura Municipal de Quilombo, promovem a “Ação Comunitária”, das 8 às 16 horas, na praça Helio Antonio Farezin, no centro de Quilombo.

Histórico

O projeto de implantação do frigorífico de aves da Coopercentral Aurora no município de Quilombo iniciou com o lançamento da pedra fundamental em 26 de agosto de 1994.

Dois anos depois, em 20 de dezembro, a Aurora inaugurou o complexo industrial composto por 26 prédios, incluindo portarias, recepções, áreas administrativas, apoio, industriais, processamento, armazenagem e industrializados,  tratamento e destinação de efluentes. O que somou investimento de mais de R$ 20 milhões para o abate de 140 mil frangos por dia.

O empreendimento previa na época a geração de 650 empregos diretos e o faturamento mensal de R$ 6 milhões. A iniciativa pretendeu elevar as receitas tributárias do Estado e do Município e consequentemente dinamizar a economia regional.

Em 3 de julho de 1997 o frigorífico instalou oficialmente o Serviço de Inspeção Federal (S.I.F), o que emancipou a unidade para produção de aves e derivados, bem como a comercialização no mercado nacional.

O FAQUI emprega o que há de mais moderno na construção de plantas industriais, na recepção e eviceração automática de aves, na linha inteligente de cortes e no sistema de congelamento individual de cortes. É o primeiro frigorífico de aves a aliar toda tecnologia existente à preservação do meio ambiente.

Os investimentos renderam prêmios ambientais como o Prêmio Expressão Ecologia de 1998, CNI de Ecologia de 1998 e o projeto Visitantes do Futuro voltado à crianças em idade escolar dos municípios de Quilombo, Formosa do Sul, Irati, Santiago do Sul, Marema, Jardinópolis e União do Oeste.

Fonte: MB Comunicação em 06/01/2012

Cooperativismo

Cooperativa de Araxá, MG, abre inscrições para vários cursos
 
Cooperativa de Araxá, MG, abre inscrições para vários cursos
 
A Cooperativa de Bijuterias e Artesanatos de Araxá (Coopervest), no Alto Paranaíba, está com inscrições abertas para vários cursos profissionalizantes em oito municípios.

Os cursos oferecidos são: cabeleireiro, manicure, sobrancelhas, maquiagem, bijuterias, chinelos bordados, modelo e manequim e artesanato em geral. As inscrições podem ser feitas até 31 de janeiro e as atividades começam no dia 1º de fevereiro.

Há vagas gratuitas nas cidades de Araxá, Autolândia, Tapiraí, Córrego Danta, Pedrinópolis, Santa Juliana, São Roque de Minas e Piumhi.

Para se inscrever basta procurar o posto do Centro de Referência e Assistência Social (Cras) dessas cidades. Em Araxá, a Coopervest fica na Avenida Getúlio Vargas, nº 170, no Centro. Outras informações pelo telefone (34) 3661-2642.

Fonte: G1 Triângulo Mineiro em 06/01/2012

Cooperativismo

Cooperativas que reciclam lixo estão com depósitos lotados em SP
 
Cooperativas que reciclam lixo estão com depósitos lotados em SP
 
As cooperativas que reciclam o lixo produzido na cidade de São Paulo não estão conseguindo dar conta de tanto trabalho. Com o aumento do consumo na cidade durante as festas de fim de ano, a produção de lixo também cresce – em 2011, a produção foi o triplo do ano anterior.

O estoque das cooperativas chegou ao limite, formando uma montanha gigantesca de material que ainda precisa ser separado. A época do ano traz outro problema – o setor de reciclagem sofre com a queda nas vendas do material para as indústrias, muitas em férias coletivas.

Sem tem para quem vender, uma cooperativa deixou de receber um caminhão de lixo por dia. São quase quatro toneladas de garrafas, latas, plástico e papelão que são desperdiçados.

“Nós estamos com 20 cooperativas, elas não dão conta da reciclagem em São Paulo”, contou Regiane Rodrigues Farias, presidente da cooperativa. Para ela, seriam necessárias pelo menos cem cooperativas.

Em nota, a Secretaria Municipal de Serviços informou que se esforça para ampliar o programa de coleta seletiva. Disse também que vai inaugurar, em um curto prazo, mais quatro centrais de triagem na cidade.

Fonte: G1 SP / Foto: Reprodução TV Globo em 06/01/2012

Cooperativismo

Richa destaca investimentos da cooperativa Agrária
 
Richa destaca investimentos da cooperativa Agrária
 
O governador Beto Richa abriu na tarde de quinta-feira (05/01) as celebrações em comemoração aos 60 anos da chegada de alemães suábios no distrito de Entre Rios, no município de Guarapuava. Richa inaugurou o Museu Histórico da Imigração Alemã e destacou o compromisso do governo estadual em fortalecer o agronegócio paranaense para que continue se desenvolvendo e otimizando a produção.

Paraná Competitivo - O evento comemorativo, que seguirá até domingo (08), foi organizado pela cooperativa agroindustrial Agrária, que em outubro foi enquadrada pelo governador no programa Paraná Competitivo para a construção de uma nova indústria de processamento de milho no distrito. A Agrária foi fundada pelos imigrantes e atualmente mantém 550 cooperados e 1.200 empregos.

Incentivos - "É um privilégio participar da abertura desse evento que marca a saga de um povo que foi importante para o desenvolvimento do Paraná", disse o governador. Richa destacou ainda as características do programa Paraná Competitivo. "Essa foi a primeira cooperativa a ser beneficiada com os incentivos fiscais oferecidos pelo Estado", afirmou ele, ao citar que a nova indústria irá gerar anualmente R$ 12 milhões de ICMS ao governo estadual e terá um investimento de R$ 124 milhões.

Crescimento - O presidente da cooperativa Agrária, Jorge Karl, agradeceu a presença do governador e disse que a construção do museu irá preservar a história dos imigrantes. "É a preservação da nossa história. Momento muito importante", afirmou o presidente. Ele destacou a boa relação da Agrária com o governo estadual e disse que a concessão dos benefícios fiscais irá fomentar o crescimento da cooperativa. "Recebemos um importante apoio do governo, que nos possibilita ser mais competitivo e agregar maior valor aos nossos produtos", disse ele.

Indústria - A inauguração da indústria de processamento de milho está prevista para o primeiro semestre de 2013. A cooperativa Agrária já possui quatro unidades industriais: maltaria, rações, moinho de trigo e esmagamento de soja. A nova fábrica que será construída vai produzir 180 mil toneladas por ano de itens como grits e flakes (para indústria cervejeira e alimentícia), fubá, creme de milho e germe e película (para rações animais).

Transformação - O secretário de Agricultura, Norberto Ortigara, classificou a região agrícola como uma das mais produtivas do Paraná. "É muito importante ver a comemoração de um povo que transformou esse espaço com o esforço e uso de tecnologia", disse o secretário, ao destacar alguns índices de produtividade da cooperativa. Em 2010, a Agrária teve um faturamento de R$ 1,1 bilhão com a armazenagem de 671 toneladas de grãos.

Entre Rios - A comunidade de Entre Rios e a cooperativa foram criadas como alternativa de vida para um grupo de aproximadamente dois mil e quinhentos suábios, povo de cultura alemã, que, após a Segunda Guerra, estava vivendo em abrigos para refugiados na Áustria. Depois de sessenta anos, a cooperativa agroindustrial trabalha com moderna tecnologia em campos experimentais, nas lavouras e em suas quatro indústrias. O distrito tem aproximadamente 11 mil moradores e está localizado a 17 quilômetros do centro de Guarapuava. A colônia de Entre Rios é a mais representativa da imigração suábia no mundo. A Suábia é uma região localizada no sul da Alemanha que não corresponde diretamente a uma divisão político-administrativa. Eles são conhecidos na Europa pela dedicação e exigência no trabalho.

Prefeito - Para o prefeito de Guarapuava, Fernando Ribas Carli, lembrou a história dos imigrantes e disse que eles trouxeram desenvolvimento econômico e social para o município de Guarapuava. "A cooperativa é a maior indústria da nossa cidade. Reconhecemos a importância econômica dessa cooperativa", disse o prefeito.

Comemorações - Em outubro, o governador assinou ainda um decreto que insere no calendário turístico do Estado as celebrações de 4 a 8 de janeiro, quando se comemora a imigração alemã no distrito de Entre Rios. No Museu da Imigração Suábia foram investidos cerca de R$ 4 milhões e conta com um acervo de utensílios, biblioteca, fotografias e trajes típicos. Além da construção de um museu, foram organizadas ainda apresentações culturais, exposições históricas e atrações musicais e gastronômicas. Estiveram no evento o embaixador da Alemanha no Brasil, Winfried Grolig, e o cônsul honorário da Alemanha em Curitiba, Andreas Hoffrichterr.

Fonte: Agência Estadual de Notícias em 06/01/2012

Economia Solidária

Ministério do Desenvolvimento Agrário busca ampliar vendas da agricultura familiar para supermercados em 2012
 
Ministério do Desenvolvimento Agrário busca ampliar vendas da agricultura familiar para supermercados em 2012
 
O Ministério do Desenvolvimento Agrário lançará, no início de 2012, uma nova chamada pública para qualificar empreendimentos de pessoas jurídicas interessadas em ampliar a comercialização de produtos adquiridos em mãos de cooperativas de agricultores familiares por redes de supermercados.

Aproximar agricultores familiares da rede varejista é uma das ações do Plano Brasil Sem Miséria, que já promoveu assinaturas de pacto entre os ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Desenvolvimento Social (MDS) com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) nas cinco regiões do país. O acordo busca promover a capacitação, contratação de mão de obra e aquisição de produtos da agricultura familiar pelas lojas filiadas à Abras e contribuir no combate à pobreza extrema.

Os produtos de cooperativas que hoje já são comercializados graças aos acordos vão desde itens básicos de alimentação, como feijão, milho e mandioca, até os diferenciados e de maior valor agregado, como os da sociobiodiversidade, orgânicos e agroindustrializados.

De acordo com o diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do MDA, Arnoldo Campos, a proposta é abrir um processo de seleção de empreendimentos que tenham interesse em receber qualificação e apoio do governo para vender para a rede varejista.

Atualmente, além das redes de supermercados de atuação regional como Yamada e Marborges, no Pará, outras de alcance nacional como Wallmart e Grupo Pão de Açúcar já comercializam os produtos da agricultura familiar.

Fonte: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO em 06/01/2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Economia Solidária

Apoio do governo fortalece a economia solidária no estado da Bahia
Apoio do governo fortalece a economia solidária no estado da Bahia
 
A realização da Feira Vida Melhor de Economia Solidária e a sanção da lei que cria a Política Estadual da Economia Solidária e o Conselho Estadual de Economia Solidária, além dos convênios firmados entre o governo estadual e 19 empreendimentos do segmento, num total de R$ 3,5 milhões, foram as principais ações do governo, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), de fomento e apoio ao setor.

Algumas dessas ações fazem parte do Programa Vida Melhor, com o qual o governo da Bahia busca promover a inclusão social e produtiva da população, investindo R$ 1,2 bilhão, até 2015, em geração de trabalho e renda no campo e na cidade.

Realizada entre os dias 1º e 4 de dezembro, no Jardim dos Namorados, em Salvador, a Feira Vida Melhor de Economia Solidária é parte das ações definidas pelo Programa Vida Melhor. Durante quatro dias, a programação aliou capacitação e oportunidade de comercialização para aproximadamente 170 grupos, envolvendo cooperativas, associações, grupos informais e culturais, aldeias indígenas, comunidades rurais e quilombolas, de produção coletiva das mais diversas regiões.

“Vendi, conheci muitas pessoas e fiz contatos importantes. Volto para casa satisfeita e esperando a próxima oportunidade. Para nós, que vivemos desse tipo de trabalho, o apoio que temos recebido é essencial”, disse Januária Celestino, artesã da comunidade quilombola de Pitanga dos Palmares, em Simões Filho.

Em novembro, o governo, por meio da Setre, firmou convênios que beneficiam 19 empreendimentos solidários de várias regiões do estado. Os convênios assinados receberão financiamento dos fundos rotativos solidários, que neste primeiro momento contarão com um aporte inicial de R$ 3,5 milhões.

Os recursos serão utilizados para incrementar ações do segmento de economia solidária, beneficiando o desenvolvimento de projetos associativos e comunitários, com vistas à criação e fortalecimento de fundos rotativos, uma forma de finança solidária baseada no compromisso de devolução voluntária dos investimentos recebidos em favor de um fundo que financie novos projetos produtivos solidários.

“A implementação dos fundos rotativos solidários como política pública é inédita na Bahia. Essa medida é parte da estratégia do Estado, que desde 2007 tem desenvolvido uma série de ações voltadas para o fortalecimento do segmento da economia solidária”, explicou o secretário Nilton Vasconcelos.

A sanção da lei que cria a Política Estadual da Economia Solidária e o Conselho Estadual de Economia Solidária, aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa, faz da Bahia o nono estado do país a contar com essa legislação específica. Todo o processo de construção e tramitação do projeto de lei, desde a justificativa de cada emenda até a colaboração nas audiências públicas, contou com a participação ativa dos técnicos da Superintendência de Economia Solidária (Sesol), da Setre.

Geração de empregos na Bahia atinge mais de 88 mil postos

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no último dia 20 de dezembro pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram gerados na Bahia, nos 11 primeiros meses de 2011, 88.193 postos de trabalho. Somente no mês de novembro, foram geradas 3.157 vagas. Os números levam em conta as declarações feitas fora do prazo pelos empregadores.

A qualificação profissional, principalmente entre a parcela jovem da população, foi prioridade em 2011. Gente como Aline Ferreira, 26 anos, que fez o curso de telemarketing pelo Programa Jovem Trabalhador. “Concluí um ciclo que mudou o rumo da minha vida. Estava sem estudar e desempregada, e através do programa conquistei um emprego de carteira assinada”, contou a jovem, durante a certificação do programa, realizada em novembro, em Salvador.

O ProJovem Trabalhador e o Trilha Setre – destinados ao público jovem –, o Plano Territorial de Qualificação Profissional (PlanTeQ), o Plano Setorial de Qualificação (PlanSeQ) e o Qualifica Bahia disponibilizaram, juntos, cerca de 25 mil vagas em todo o estado em 2011.

SineBahia

A inserção de 45.477 trabalhadores, entre janeiro e novembro de 2011, no mercado de trabalho, por meio do SineBahia – Serviço de Intermediação para o Trabalho, consolida o equipamento como uma empresa pública de recursos humanos.

Uma ação da Setre no campo da geração de trabalho e renda tem sido o fortalecimento das políticas dirigidas ao trabalhador informal. É parte dessa nova estratégia a reestruturação do SineBahia/Patra, que desde novembro ganhou novo endereço, funcionando no mesmo prédio do SineBahia (Avenida ACM, Iguatemi).

O lançamento do livro A Arte da Boa Mesa, que reúne receitas culinárias de 20 diaristas cadastradas no serviço SineBahia/Patra, marcou a inauguração do novo espaço e o investimento do Estado na valorização da categoria.

Políticas públicas de trabalho decente ganham importante ferramenta


A III Conferência Estadual do Emprego e Trabalho Decente, em setembro de 2011, foi o coroamento de um trabalho que reuniu delegados eleitos nas 76 conferências municipais e nas cinco regionais realizadas nos 26 territórios de identidade da Bahia. Os resultados da conferência estadual serão levados em maio deste ano a Brasília e debatidos na primeira conferência nacional convocada pelo governo federal.

Na abertura da conferência estadual, foi sancionada pelo governador Jaques Wagner a lei do Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad). De acordo com ela, constituirão receitas do Funtrad dotações consignadas no Orçamento Fiscal do Estado, auxílios, subvenções e outras contribuições de entidades públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, doações e legados e outras receitas, a serem definidas na regulamentação do referido fundo.

O Funtrad vai assegurar a captação, repasse e aplicação dos recursos para custear as políticas públicas voltadas para gerar mais e melhores empregos, com igualdade de oportunidades e de tratamento, além de combater o trabalho infantil e escravo.
Pituaçu será o primeiro estádio da América Latina com energia solar

A instalação das placas fotovoltaicas que transformarão Pituaçu no primeiro estádio com energia solar da América Latina já está em andamento. O projeto faz parte do Programa de Eficiência Energética da Coelba e está sendo implantado em parceria com o governo da Bahia, por meio da Setre e da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra). A obra, de R$ 5,5 milhões, terá R$ 3,8 milhões da Coelba e R$ 1,7 milhão do Estado, e apoio técnico do Programa Energia do Governo Alemão (GIZ), do Instituto Ideal, e da coordenação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O sistema de iluminação, a ser inaugurado neste mês de janeiro, vai gerar 630 MWh/ano e uma economia de cerca de R$ 120 mil por ano. Além disso, o excedente de energia gerada em Pituaçu será destinado para atender o prédio da Setre, no Centro Administrativo da Bahia. Além do sistema de energia solar, o projeto prevê a troca dos atuais projetores por outros de plasma, sistema inédito em estádios de futebol no Brasil.

Também até o final da atual administração será erguido no entorno do Estádio de Pituaçu um ginásio poliesportivo multiuso, com toda a infraestrutura para a prática de várias modalidades de esportes olímpicos. Recursos de R$ 20 milhões, oriundos de emenda parlamentar da bancada baiana, serão liberados pelo Ministério do Esporte e aplicados na implantação da primeira etapa do complexo esportivo.

O novo equipamento de Salvador terá capacidade para receber dez mil pessoas e eventos de porte internacional, como grandes lutas de boxe e UFC, partidas de vôlei, basquete e handebol das seleções brasileiras, além de shows de grandes artistas.

Arena Fonte Nova já tem 40% das obras concluídas - As obras da Arena Fonte Nova estão 40% concluídas, o que aumenta substancialmente as chances de Salvador sediar a Copa das Confederações, marcada para meados de 2013.

O andamento dos serviços cumpre o cronograma previsto pela Fifa e o conjunto físico do estádio será concluído até dezembro deste ano.

Salvador sedia campeonatos mundiais de judô

Em dezembro, a Setre lançou nacionalmente o Campeonato Mundial de Judô por Equipes de 2012 e o Campeonato Mundial Master (com atletas acima de 35 anos), que acontecem este ano em Salvador. Esta será a primeira vez que o Mundial de Judô por Equipes será realizado em um país das Américas e reunirá 32 seleções (masculinas e femininas), de 27 de outubro a 4 de novembro deste ano, no Parque de Exposições, numa arena provisória que ali será montada.

Durante a cerimônia de lançamento, foi anunciada a construção do Centro Pan-Americano de Judô, no município de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), com recursos dos governos federal e estadual e da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

Fonte: Alagoinhas Notícias em 03/01/2012

Economia Solidária

A Crise alimentar ataca novamente...

Artigo de Esther Vivas
A ameaça de uma nova crise alimentar já é uma realidade. O preço dos alimentos começou a aumentar para níveis recorde novamente, de acordo com os dados de fevereiro de 2011 do Índice de Preços dos Alimentos da FAO, que realiza uma análise mensal dos preços da cesta básica de alimentos em nível global, formada por grãos, sementes oleaginosas, produtos lácteos, carne e açúcar. O Índice chegou a um novo máximo histórico, o mais alto desde que a FAO iniciou o estudo dos preços dos alimentos em 1990. Nos últimos meses, os preços estabilizaram, mas analistas predizem mais altas nos próximos meses.
Este aumento no custo dos alimentos, especialmente grãos básicos, traz sérias conseqüências para os países do Sul com baixa renda e dependência da importação de alimentos, e para as milhares de famílias nestes países que dedicam entre 50 e 60% de sua renda em alimentos – um número que aumenta para 80% nos países mais pobres. Nestes países, o aumento do preço dos produtos alimentares os torna inacessíveis.
Estamos nos aproximando de um bilhão de pessoas – uma a cada seis do planeta – que hoje não tem acesso à alimentação adequada. O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou que a crise alimentar corrente aumentou o número de pessoas que sofrem de fome crônica em 44 milhões. Em 2009, este número foi superado, chegando a 1.023 bilhões de pessoas mal-nutridas no Planeta; quantitativo que baixou ligeiramente em 2010, mas sem retornar para os níveis anteriores à crise econômica e alimentar de 2008 e 2009.
A crise atual acontece em um contexto de abundância de alimentos. A produção de alimentos multiplicou-se ao longo das três décadas desde os anos 60, enquanto a população meramente dobrou desde então. Temos alimentos suficientes. Contrariamente do que instituições internacionais como a FAO, o Baco Mundial e a Organização Mundial do Comércio dizem, não é um problema de produção, mas sim um problema de acesso aos alimentos. Estas organizações insistem no aumento da produção através de uma nova Revolução Verde, que somente tornaria as crises alimentar, social e ecológica, piores.

Rebeliões Populares

As rebeliões populares no norte da África e Oriente Médio tiveram dentre os muitos catalisadores o aumento no preço dos alimentos. Em dezembro de 2010, na Tunísia, a porção mais pobre da população ocupou a linha de frente do conflito, demandando, dentre outras coisas, o acesso aos alimentos.
Em janeiro de 2011, jovens realizaram demonstrações na Argélia, bloqueando rodovias, queimando lojas e atacando estações policiais para protestar contra o aumento dos preços dos alimentos básicos. Casos similares foram vistos na Jordânia, Sudão e Iêmen. O Egito é o maior importador de trigo do mundo, e depende da importação de alimentos.
Evidentemente outros fatores entraram em jogo nos levantes: altos índices de desemprego, falta de liberdade democrática, corrupção, falta de habitação e serviços básicos, etc. De qualquer forma, o aumento dos preços dos alimentos foi um dos catalisadores iniciais.

A Causa Central

Quais as causas desta nova alta no custo de nossas refeições? Apesar de instituições internacionais e especialistas terem apontado diversos elementos, tais como fenômenos metereológicos que afetaram as colheitas, o aumento da demanda em países emergentes, especulação financeira, o aumento da produção de agrocombustíveis, dentre outros – vários índices apontam para a especulação com matérias primas alimentares como uma das principais razões para o aumento nos preços dos alimentos.
Em 2007-2008 o mundo sofreu uma profunda crise alimentar. Os preços dos alimentos básicos, tais como trigo, soja e arroz, subiram em 130%, 87% e 74% respectivamente. Naquela época, assim como agora, diversas causas convergiram, mas as mais importantes foram a produção de agrocombustíveis e o crescimento dos investimentos especulativos nos mercados futuros de alimentos. Este aumento no preço dos alimentos estabilizou-se em 2009, em parte provavelmente devido à crise econômica e a redução na especulação financeira.
Na metade de 2010, com os mercados financeiros mais calmos e altas somas de recursos públicos injetados nos bancos privados, a especulação dos alimentos atacou novamente e os preços dos alimentos começaram a subir. Para “salvar os bancos”, após a crise financeira de 2008-2009, estima-se que os governos dos países mais ricos aplicaram um total de 20 trilhões de dólares para estabilizar o sistema bancário e baixar as taxas de juros.
Com o afluxo de dinheiro, os especuladores perceberam incentivos para adquirir novos empréstimos e comprar mercadorias que previsivelmente iriam aumentar de valor rapidamente. Os mesmos bancos, fundos de alto risco, etc. que causaram a crise hipotecária são atualmente responsáveis pela especulação das matérias primas e o aumento nos preços dos alimentos, aproveitando-se dos mercados globais não regulados de commodity.
A crise alimentar está intimamente ligada à crise econômica e à lógica do sistema que promove, por exemplo, planos para socorrer a Grécia e a Irlanda sacrificando sua soberania com instituições internacionais, assim como sacrifica a soberania alimentar dos povos pelos interesses do mercado.

A Garantia dos Produtores ou a Prosperidade dos Especuladores?

Sempre houve alguma especulação nos preços dos alimentos e esta lógica por trás dos mercados futuros. Na forma atual, os mercados futuros datam da metade de 1900, quando foram iniciados nos Estados Unidos. São acordos legais padronizados para comprar e vender mercadorias físicas em um período de tempo previamente estabelecido no futuro e tem sido o mecanismo de garantia de preço mínimo para o produtor que enfrenta oscilações do mercado.
Funciona assim: Produtores vendem sua produção aos comerciantes antes da colheita para se protegerem das incertezas no clima, por exemplo, e para garantir um preço futuro. O comerciante também se beneficia. Quando a colheita é ruim, o produtor ainda recebe uma boa renda e quando a colheita é ótima, o comerciante se beneficia ainda mais.
Este mesmo mecanismo é usado pelos especuladores para fazer dinheiro a partir da não regulamentação dos mercados de matérias primas, que foi estimulado na metade dos anos 90 nos Estados Unidos e Grã-Bretanha pelos bancos, políticos do livre mercado e fundos de alto risco, no contexto do processo de liberalização da economia mundial. Os contratos para comprar e vender alimentos se tornaram “derivativos” que poderiam ser negociados independentemente das transações agrícolas reais. Um novo negócio nasceu – a especulação dos alimentos.
Hoje os especuladores têm mais peso nos mercados futuros, apesar destas transações não terem nada a ver com a oferta e procura real. Mike Masters, gerente da Masters Capital Management, aponta que em 1998 os investimentos financeiros especulativos nos setores agrícolas foram em torno de 25%, e hoje em dia está em torno de 75%. Estas transações são realizadas nos mercados, sendo o Mercado de Commodities de Chicago o mais importante deles no nível mundial, enquanto na Europa alimentos e matérias primas são negociadas nos mercados futuros de Londres, Paris, Amsterdam e Frankfurt.

Um “Depósito 100% Natural”

Em 2006/2007, após a queda nos mercados de empréstimos hipotecários nos Estados Unidos, investidores institucionais como bancos, empresas de seguros e fundos de investimento buscaram locais mais seguros e rentáveis para investir seus recursos financeiros. Alimentos e matérias primas se tornaram uma alternativa popular. Com os preços dos alimentos subindo, investimentos nos mercados de futuro em alimentos aumentaram, empurrando os preços dos grãos para cima e piorando a inflação dos preços dos alimentos.
Na Alemanha, o Deutsche Bank anunciou ganhos fáceis com os investimentos nos produtos agrícolas em ascensão. E oportunidades de negócios similares foram promovidas pelo principal banco europeu, o PNP Paribas. Em janeiro de 2011 o Catalunya Caixa estimulou seus clientes a investirm em matérias primas sob o slogan “depósito 100% natural”.
O que eles ofereceram? A garantia de 100% do capital, com a possibilidade de obter lucros acima de 7% ao ano. Como? De acordo com os anúncios, tendo como base a “evolução dos rendimentos em três produtos alimentares: açúcar, café e milho”. Para assegurar tais altos rendimentos, os anúncios apontam que os preços destes três produtos aumentaram em 61%, 34% e 38% respectivamente ao longo dos últimos meses devido à “demanda crescente que está aumentando acima da taxa de produção”, por causa do aumento da população mundial, e produção de agrocombustíveis.
Entretanto, o Catalunya Caixa deixou de fora uma importante informação: a especulação de alimentos que causou estes belos lucros aumenta o preço dos alimentos, torna-os inacessíveis para grande parte da população no Sul Global e condena milhares de pessoas à fome, pobreza e morte nestes países.

Dependência no Petróleo

Outro elemento que exacerbou a crise alimentar é a dependência pesada em petróleo do modelo atual de produção e distribuição de alimentos. O aumento no preço do petróleo tem impacto direto no aumento similar do custo dos alimentos básicos. Em 2007 e 2008 o preço do petróleo e o preço dos alimentos atingiram níveis recordes. Entre julho de 2007 e junho de 2008, o petróleo bruto passou de 75 dólares o barril para 140 dólares, enquanto o preço da cesta de alimentos básicos passou de 160 dólares para 225, de acordo com o Índice de Preço dos Alimentos da FAO.
Alimentos e agricultura se tornaram profundamente dependentes do petróleo. Após a Segunda Guerra Mundial e com a Revolução Verde nos anos 60 e 70, e com o suposto aumento na produção, um modelo intensivo e industrial de agricultura foi adotado. No sistema atual, nosso alimento viaja milhares de quilômetros antes de chegar às nossas mesas; a produção requer o uso intensivo de maquinários, pesticidas químicos, herbicidas e fertilizantes. Este modelo não poderia existir sem o petróleo.
O aumento do preço do petróleo e a estratégia dos governos para combater as mudanças climáticas conduziram a um aumento nos investimentos na produção de combustíveis alternativos, agrocombustíveis como o biodiesel e o bioetanol, produzido a partir do açúcar, milho e outros cultivos. Mas esta produção entrou em competição direta com a produção de alimentos para o consumo e agora se tornou outra causa para o aumento dos preços dos alimentos.
O Banco Mundial reconhece que quando o preço do petróleo aumenta acima de 50 dólares o barril, 1% de aumento causa 0.9% de aumento no preço do milho, já que “para cada dólar de aumento no preço do petróleo a rentabilidade do etanol aumenta e conseqüentemente a demanda de milho cresce”.
Desde 2004, dois terços do aumento da produção mundial de milho foram destinados para satisfazer a demanda norte-americana de agrocombustíveis. Em 2010, 35% do milho colhido nos Estados Unidos, que representa 14% da produção mundial, foi usado para produzir etanol. E a tendência é de crescimento.
Mas além das causas como a especulação dos alimentos e o aumento do preço do petróleo, que tem um impacto no crescimento dos investimentos em agrocombustíveis, liderando a competição entre a produção de grãos para o consumo e para transporte, o sistema alimentar e agrícola é profundamente vulnerável e está nas mãos do mercado. A crescente liberalização do setor nas últimas décadas, a privatização dos recursos naturais (água, terra, sementes), a imposição de modelo internacional de mercado servindo aos interesses privados, etc., nos levou à crise atual.
Enquanto a agricultura e o alimento continuarem sendo considerados mercadorias nas mãos de “quem paga mais”, e interesses comerciais prevalecerem sobre as necessidades alimentares e os limites do Planeta, nossa segurança alimentar e o bem estar da Terra estão longe de serem assegurados.
*Esther Vivas é membro do Centro de Estudos sobre Movimentos Sociais (Centro de Estudios sobre Movimientos Sociales) da Universidade Pompeu Fabra (Barcelona). Ela é a autora de “Em Pé Contra a Dívida Externa” (En pie contra la deuda externa – El Viejo Topo, 2008) dentre outras publicações. **Publicado por Alimento para Pensar. Tradução: Roberta Sá.
Artigo de Esther Vivas
A ameaça de uma nova crise alimentar já é uma realidade. O preço dos alimentos começou a aumentar para níveis recorde novamente, de acordo com os dados de fevereiro de 2011 do Índice de Preços dos Alimentos da FAO, que realiza uma análise mensal dos preços da cesta básica de alimentos em nível global, formada por grãos, sementes oleaginosas, produtos lácteos, carne e açúcar. O Índice chegou a um novo máximo histórico, o mais alto desde que a FAO iniciou o estudo dos preços dos alimentos em 1990. Nos últimos meses, os preços estabilizaram, mas analistas predizem mais altas nos próximos meses.
Este aumento no custo dos alimentos, especialmente grãos básicos, traz sérias conseqüências para os países do Sul com baixa renda e dependência da importação de alimentos, e para as milhares de famílias nestes países que dedicam entre 50 e 60% de sua renda em alimentos – um número que aumenta para 80% nos países mais pobres. Nestes países, o aumento do preço dos produtos alimentares os torna inacessíveis.
Estamos nos aproximando de um bilhão de pessoas – uma a cada seis do planeta – que hoje não tem acesso à alimentação adequada. O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou que a crise alimentar corrente aumentou o número de pessoas que sofrem de fome crônica em 44 milhões. Em 2009, este número foi superado, chegando a 1.023 bilhões de pessoas mal-nutridas no Planeta; quantitativo que baixou ligeiramente em 2010, mas sem retornar para os níveis anteriores à crise econômica e alimentar de 2008 e 2009.
A crise atual acontece em um contexto de abundância de alimentos. A produção de alimentos multiplicou-se ao longo das três décadas desde os anos 60, enquanto a população meramente dobrou desde então. Temos alimentos suficientes. Contrariamente do que instituições internacionais como a FAO, o Baco Mundial e a Organização Mundial do Comércio dizem, não é um problema de produção, mas sim um problema de acesso aos alimentos. Estas organizações insistem no aumento da produção através de uma nova Revolução Verde, que somente tornaria as crises alimentar, social e ecológica, piores.

Rebeliões Populares

As rebeliões populares no norte da África e Oriente Médio tiveram dentre os muitos catalisadores o aumento no preço dos alimentos. Em dezembro de 2010, na Tunísia, a porção mais pobre da população ocupou a linha de frente do conflito, demandando, dentre outras coisas, o acesso aos alimentos.
Em janeiro de 2011, jovens realizaram demonstrações na Argélia, bloqueando rodovias, queimando lojas e atacando estações policiais para protestar contra o aumento dos preços dos alimentos básicos. Casos similares foram vistos na Jordânia, Sudão e Iêmen. O Egito é o maior importador de trigo do mundo, e depende da importação de alimentos.
Evidentemente outros fatores entraram em jogo nos levantes: altos índices de desemprego, falta de liberdade democrática, corrupção, falta de habitação e serviços básicos, etc. De qualquer forma, o aumento dos preços dos alimentos foi um dos catalisadores iniciais.

A Causa Central

Quais as causas desta nova alta no custo de nossas refeições? Apesar de instituições internacionais e especialistas terem apontado diversos elementos, tais como fenômenos metereológicos que afetaram as colheitas, o aumento da demanda em países emergentes, especulação financeira, o aumento da produção de agrocombustíveis, dentre outros – vários índices apontam para a especulação com matérias primas alimentares como uma das principais razões para o aumento nos preços dos alimentos.
Em 2007-2008 o mundo sofreu uma profunda crise alimentar. Os preços dos alimentos básicos, tais como trigo, soja e arroz, subiram em 130%, 87% e 74% respectivamente. Naquela época, assim como agora, diversas causas convergiram, mas as mais importantes foram a produção de agrocombustíveis e o crescimento dos investimentos especulativos nos mercados futuros de alimentos. Este aumento no preço dos alimentos estabilizou-se em 2009, em parte provavelmente devido à crise econômica e a redução na especulação financeira.
Na metade de 2010, com os mercados financeiros mais calmos e altas somas de recursos públicos injetados nos bancos privados, a especulação dos alimentos atacou novamente e os preços dos alimentos começaram a subir. Para “salvar os bancos”, após a crise financeira de 2008-2009, estima-se que os governos dos países mais ricos aplicaram um total de 20 trilhões de dólares para estabilizar o sistema bancário e baixar as taxas de juros.
Com o afluxo de dinheiro, os especuladores perceberam incentivos para adquirir novos empréstimos e comprar mercadorias que previsivelmente iriam aumentar de valor rapidamente. Os mesmos bancos, fundos de alto risco, etc. que causaram a crise hipotecária são atualmente responsáveis pela especulação das matérias primas e o aumento nos preços dos alimentos, aproveitando-se dos mercados globais não regulados de commodity.
A crise alimentar está intimamente ligada à crise econômica e à lógica do sistema que promove, por exemplo, planos para socorrer a Grécia e a Irlanda sacrificando sua soberania com instituições internacionais, assim como sacrifica a soberania alimentar dos povos pelos interesses do mercado.

A Garantia dos Produtores ou a Prosperidade dos Especuladores?

Sempre houve alguma especulação nos preços dos alimentos e esta lógica por trás dos mercados futuros. Na forma atual, os mercados futuros datam da metade de 1900, quando foram iniciados nos Estados Unidos. São acordos legais padronizados para comprar e vender mercadorias físicas em um período de tempo previamente estabelecido no futuro e tem sido o mecanismo de garantia de preço mínimo para o produtor que enfrenta oscilações do mercado.
Funciona assim: Produtores vendem sua produção aos comerciantes antes da colheita para se protegerem das incertezas no clima, por exemplo, e para garantir um preço futuro. O comerciante também se beneficia. Quando a colheita é ruim, o produtor ainda recebe uma boa renda e quando a colheita é ótima, o comerciante se beneficia ainda mais.
Este mesmo mecanismo é usado pelos especuladores para fazer dinheiro a partir da não regulamentação dos mercados de matérias primas, que foi estimulado na metade dos anos 90 nos Estados Unidos e Grã-Bretanha pelos bancos, políticos do livre mercado e fundos de alto risco, no contexto do processo de liberalização da economia mundial. Os contratos para comprar e vender alimentos se tornaram “derivativos” que poderiam ser negociados independentemente das transações agrícolas reais. Um novo negócio nasceu – a especulação dos alimentos.
Hoje os especuladores têm mais peso nos mercados futuros, apesar destas transações não terem nada a ver com a oferta e procura real. Mike Masters, gerente da Masters Capital Management, aponta que em 1998 os investimentos financeiros especulativos nos setores agrícolas foram em torno de 25%, e hoje em dia está em torno de 75%. Estas transações são realizadas nos mercados, sendo o Mercado de Commodities de Chicago o mais importante deles no nível mundial, enquanto na Europa alimentos e matérias primas são negociadas nos mercados futuros de Londres, Paris, Amsterdam e Frankfurt.

Um “Depósito 100% Natural”

Em 2006/2007, após a queda nos mercados de empréstimos hipotecários nos Estados Unidos, investidores institucionais como bancos, empresas de seguros e fundos de investimento buscaram locais mais seguros e rentáveis para investir seus recursos financeiros. Alimentos e matérias primas se tornaram uma alternativa popular. Com os preços dos alimentos subindo, investimentos nos mercados de futuro em alimentos aumentaram, empurrando os preços dos grãos para cima e piorando a inflação dos preços dos alimentos.
Na Alemanha, o Deutsche Bank anunciou ganhos fáceis com os investimentos nos produtos agrícolas em ascensão. E oportunidades de negócios similares foram promovidas pelo principal banco europeu, o PNP Paribas. Em janeiro de 2011 o Catalunya Caixa estimulou seus clientes a investirm em matérias primas sob o slogan “depósito 100% natural”.
O que eles ofereceram? A garantia de 100% do capital, com a possibilidade de obter lucros acima de 7% ao ano. Como? De acordo com os anúncios, tendo como base a “evolução dos rendimentos em três produtos alimentares: açúcar, café e milho”. Para assegurar tais altos rendimentos, os anúncios apontam que os preços destes três produtos aumentaram em 61%, 34% e 38% respectivamente ao longo dos últimos meses devido à “demanda crescente que está aumentando acima da taxa de produção”, por causa do aumento da população mundial, e produção de agrocombustíveis.
Entretanto, o Catalunya Caixa deixou de fora uma importante informação: a especulação de alimentos que causou estes belos lucros aumenta o preço dos alimentos, torna-os inacessíveis para grande parte da população no Sul Global e condena milhares de pessoas à fome, pobreza e morte nestes países.

Dependência no Petróleo

Outro elemento que exacerbou a crise alimentar é a dependência pesada em petróleo do modelo atual de produção e distribuição de alimentos. O aumento no preço do petróleo tem impacto direto no aumento similar do custo dos alimentos básicos. Em 2007 e 2008 o preço do petróleo e o preço dos alimentos atingiram níveis recordes. Entre julho de 2007 e junho de 2008, o petróleo bruto passou de 75 dólares o barril para 140 dólares, enquanto o preço da cesta de alimentos básicos passou de 160 dólares para 225, de acordo com o Índice de Preço dos Alimentos da FAO.
Alimentos e agricultura se tornaram profundamente dependentes do petróleo. Após a Segunda Guerra Mundial e com a Revolução Verde nos anos 60 e 70, e com o suposto aumento na produção, um modelo intensivo e industrial de agricultura foi adotado. No sistema atual, nosso alimento viaja milhares de quilômetros antes de chegar às nossas mesas; a produção requer o uso intensivo de maquinários, pesticidas químicos, herbicidas e fertilizantes. Este modelo não poderia existir sem o petróleo.
O aumento do preço do petróleo e a estratégia dos governos para combater as mudanças climáticas conduziram a um aumento nos investimentos na produção de combustíveis alternativos, agrocombustíveis como o biodiesel e o bioetanol, produzido a partir do açúcar, milho e outros cultivos. Mas esta produção entrou em competição direta com a produção de alimentos para o consumo e agora se tornou outra causa para o aumento dos preços dos alimentos.
O Banco Mundial reconhece que quando o preço do petróleo aumenta acima de 50 dólares o barril, 1% de aumento causa 0.9% de aumento no preço do milho, já que “para cada dólar de aumento no preço do petróleo a rentabilidade do etanol aumenta e conseqüentemente a demanda de milho cresce”.
Desde 2004, dois terços do aumento da produção mundial de milho foram destinados para satisfazer a demanda norte-americana de agrocombustíveis. Em 2010, 35% do milho colhido nos Estados Unidos, que representa 14% da produção mundial, foi usado para produzir etanol. E a tendência é de crescimento.
Mas além das causas como a especulação dos alimentos e o aumento do preço do petróleo, que tem um impacto no crescimento dos investimentos em agrocombustíveis, liderando a competição entre a produção de grãos para o consumo e para transporte, o sistema alimentar e agrícola é profundamente vulnerável e está nas mãos do mercado. A crescente liberalização do setor nas últimas décadas, a privatização dos recursos naturais (água, terra, sementes), a imposição de modelo internacional de mercado servindo aos interesses privados, etc., nos levou à crise atual.
Enquanto a agricultura e o alimento continuarem sendo considerados mercadorias nas mãos de “quem paga mais”, e interesses comerciais prevalecerem sobre as necessidades alimentares e os limites do Planeta, nossa segurança alimentar e o bem estar da Terra estão longe de serem assegurados.
*Esther Vivas é membro do Centro de Estudos sobre Movimentos Sociais (Centro de Estudios sobre Movimientos Sociales) da Universidade Pompeu Fabra (Barcelona). Ela é a autora de “Em Pé Contra a Dívida Externa” (En pie contra la deuda externa – El Viejo Topo, 2008) dentre outras publicações. **Publicado por Alimento para Pensar. Tradução: Roberta Sá.
+ info: http://esthervivas.wordpress.com/portugues
Artigo de Esther Vivas
A ameaça de uma nova crise alimentar já é uma realidade. O preço dos alimentos começou a aumentar para níveis recorde novamente, de acordo com os dados de fevereiro de 2011 do Índice de Preços dos Alimentos da FAO, que realiza uma análise mensal dos preços da cesta básica de alimentos em nível global, formada por grãos, sementes oleaginosas, produtos lácteos, carne e açúcar. O Índice chegou a um novo máximo histórico, o mais alto desde que a FAO iniciou o estudo dos preços dos alimentos em 1990. Nos últimos meses, os preços estabilizaram, mas analistas predizem mais altas nos próximos meses.
Este aumento no custo dos alimentos, especialmente grãos básicos, traz sérias conseqüências para os países do Sul com baixa renda e dependência da importação de alimentos, e para as milhares de famílias nestes países que dedicam entre 50 e 60% de sua renda em alimentos – um número que aumenta para 80% nos países mais pobres. Nestes países, o aumento do preço dos produtos alimentares os torna inacessíveis.
Estamos nos aproximando de um bilhão de pessoas – uma a cada seis do planeta – que hoje não tem acesso à alimentação adequada. O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou que a crise alimentar corrente aumentou o número de pessoas que sofrem de fome crônica em 44 milhões. Em 2009, este número foi superado, chegando a 1.023 bilhões de pessoas mal-nutridas no Planeta; quantitativo que baixou ligeiramente em 2010, mas sem retornar para os níveis anteriores à crise econômica e alimentar de 2008 e 2009.
A crise atual acontece em um contexto de abundância de alimentos. A produção de alimentos multiplicou-se ao longo das três décadas desde os anos 60, enquanto a população meramente dobrou desde então. Temos alimentos suficientes. Contrariamente do que instituições internacionais como a FAO, o Baco Mundial e a Organização Mundial do Comércio dizem, não é um problema de produção, mas sim um problema de acesso aos alimentos. Estas organizações insistem no aumento da produção através de uma nova Revolução Verde, que somente tornaria as crises alimentar, social e ecológica, piores.

Rebeliões Populares

As rebeliões populares no norte da África e Oriente Médio tiveram dentre os muitos catalisadores o aumento no preço dos alimentos. Em dezembro de 2010, na Tunísia, a porção mais pobre da população ocupou a linha de frente do conflito, demandando, dentre outras coisas, o acesso aos alimentos.
Em janeiro de 2011, jovens realizaram demonstrações na Argélia, bloqueando rodovias, queimando lojas e atacando estações policiais para protestar contra o aumento dos preços dos alimentos básicos. Casos similares foram vistos na Jordânia, Sudão e Iêmen. O Egito é o maior importador de trigo do mundo, e depende da importação de alimentos.
Evidentemente outros fatores entraram em jogo nos levantes: altos índices de desemprego, falta de liberdade democrática, corrupção, falta de habitação e serviços básicos, etc. De qualquer forma, o aumento dos preços dos alimentos foi um dos catalisadores iniciais.

A Causa Central

Quais as causas desta nova alta no custo de nossas refeições? Apesar de instituições internacionais e especialistas terem apontado diversos elementos, tais como fenômenos metereológicos que afetaram as colheitas, o aumento da demanda em países emergentes, especulação financeira, o aumento da produção de agrocombustíveis, dentre outros – vários índices apontam para a especulação com matérias primas alimentares como uma das principais razões para o aumento nos preços dos alimentos.
Em 2007-2008 o mundo sofreu uma profunda crise alimentar. Os preços dos alimentos básicos, tais como trigo, soja e arroz, subiram em 130%, 87% e 74% respectivamente. Naquela época, assim como agora, diversas causas convergiram, mas as mais importantes foram a produção de agrocombustíveis e o crescimento dos investimentos especulativos nos mercados futuros de alimentos. Este aumento no preço dos alimentos estabilizou-se em 2009, em parte provavelmente devido à crise econômica e a redução na especulação financeira.
Na metade de 2010, com os mercados financeiros mais calmos e altas somas de recursos públicos injetados nos bancos privados, a especulação dos alimentos atacou novamente e os preços dos alimentos começaram a subir. Para “salvar os bancos”, após a crise financeira de 2008-2009, estima-se que os governos dos países mais ricos aplicaram um total de 20 trilhões de dólares para estabilizar o sistema bancário e baixar as taxas de juros.
Com o afluxo de dinheiro, os especuladores perceberam incentivos para adquirir novos empréstimos e comprar mercadorias que previsivelmente iriam aumentar de valor rapidamente. Os mesmos bancos, fundos de alto risco, etc. que causaram a crise hipotecária são atualmente responsáveis pela especulação das matérias primas e o aumento nos preços dos alimentos, aproveitando-se dos mercados globais não regulados de commodity.
A crise alimentar está intimamente ligada à crise econômica e à lógica do sistema que promove, por exemplo, planos para socorrer a Grécia e a Irlanda sacrificando sua soberania com instituições internacionais, assim como sacrifica a soberania alimentar dos povos pelos interesses do mercado.

A Garantia dos Produtores ou a Prosperidade dos Especuladores?

Sempre houve alguma especulação nos preços dos alimentos e esta lógica por trás dos mercados futuros. Na forma atual, os mercados futuros datam da metade de 1900, quando foram iniciados nos Estados Unidos. São acordos legais padronizados para comprar e vender mercadorias físicas em um período de tempo previamente estabelecido no futuro e tem sido o mecanismo de garantia de preço mínimo para o produtor que enfrenta oscilações do mercado.
Funciona assim: Produtores vendem sua produção aos comerciantes antes da colheita para se protegerem das incertezas no clima, por exemplo, e para garantir um preço futuro. O comerciante também se beneficia. Quando a colheita é ruim, o produtor ainda recebe uma boa renda e quando a colheita é ótima, o comerciante se beneficia ainda mais.
Este mesmo mecanismo é usado pelos especuladores para fazer dinheiro a partir da não regulamentação dos mercados de matérias primas, que foi estimulado na metade dos anos 90 nos Estados Unidos e Grã-Bretanha pelos bancos, políticos do livre mercado e fundos de alto risco, no contexto do processo de liberalização da economia mundial. Os contratos para comprar e vender alimentos se tornaram “derivativos” que poderiam ser negociados independentemente das transações agrícolas reais. Um novo negócio nasceu – a especulação dos alimentos.
Hoje os especuladores têm mais peso nos mercados futuros, apesar destas transações não terem nada a ver com a oferta e procura real. Mike Masters, gerente da Masters Capital Management, aponta que em 1998 os investimentos financeiros especulativos nos setores agrícolas foram em torno de 25%, e hoje em dia está em torno de 75%. Estas transações são realizadas nos mercados, sendo o Mercado de Commodities de Chicago o mais importante deles no nível mundial, enquanto na Europa alimentos e matérias primas são negociadas nos mercados futuros de Londres, Paris, Amsterdam e Frankfurt.

Um “Depósito 100% Natural”

Em 2006/2007, após a queda nos mercados de empréstimos hipotecários nos Estados Unidos, investidores institucionais como bancos, empresas de seguros e fundos de investimento buscaram locais mais seguros e rentáveis para investir seus recursos financeiros. Alimentos e matérias primas se tornaram uma alternativa popular. Com os preços dos alimentos subindo, investimentos nos mercados de futuro em alimentos aumentaram, empurrando os preços dos grãos para cima e piorando a inflação dos preços dos alimentos.
Na Alemanha, o Deutsche Bank anunciou ganhos fáceis com os investimentos nos produtos agrícolas em ascensão. E oportunidades de negócios similares foram promovidas pelo principal banco europeu, o PNP Paribas. Em janeiro de 2011 o Catalunya Caixa estimulou seus clientes a investirm em matérias primas sob o slogan “depósito 100% natural”.
O que eles ofereceram? A garantia de 100% do capital, com a possibilidade de obter lucros acima de 7% ao ano. Como? De acordo com os anúncios, tendo como base a “evolução dos rendimentos em três produtos alimentares: açúcar, café e milho”. Para assegurar tais altos rendimentos, os anúncios apontam que os preços destes três produtos aumentaram em 61%, 34% e 38% respectivamente ao longo dos últimos meses devido à “demanda crescente que está aumentando acima da taxa de produção”, por causa do aumento da população mundial, e produção de agrocombustíveis.
Entretanto, o Catalunya Caixa deixou de fora uma importante informação: a especulação de alimentos que causou estes belos lucros aumenta o preço dos alimentos, torna-os inacessíveis para grande parte da população no Sul Global e condena milhares de pessoas à fome, pobreza e morte nestes países.

Dependência no Petróleo

Outro elemento que exacerbou a crise alimentar é a dependência pesada em petróleo do modelo atual de produção e distribuição de alimentos. O aumento no preço do petróleo tem impacto direto no aumento similar do custo dos alimentos básicos. Em 2007 e 2008 o preço do petróleo e o preço dos alimentos atingiram níveis recordes. Entre julho de 2007 e junho de 2008, o petróleo bruto passou de 75 dólares o barril para 140 dólares, enquanto o preço da cesta de alimentos básicos passou de 160 dólares para 225, de acordo com o Índice de Preço dos Alimentos da FAO.
Alimentos e agricultura se tornaram profundamente dependentes do petróleo. Após a Segunda Guerra Mundial e com a Revolução Verde nos anos 60 e 70, e com o suposto aumento na produção, um modelo intensivo e industrial de agricultura foi adotado. No sistema atual, nosso alimento viaja milhares de quilômetros antes de chegar às nossas mesas; a produção requer o uso intensivo de maquinários, pesticidas químicos, herbicidas e fertilizantes. Este modelo não poderia existir sem o petróleo.
O aumento do preço do petróleo e a estratégia dos governos para combater as mudanças climáticas conduziram a um aumento nos investimentos na produção de combustíveis alternativos, agrocombustíveis como o biodiesel e o bioetanol, produzido a partir do açúcar, milho e outros cultivos. Mas esta produção entrou em competição direta com a produção de alimentos para o consumo e agora se tornou outra causa para o aumento dos preços dos alimentos.
O Banco Mundial reconhece que quando o preço do petróleo aumenta acima de 50 dólares o barril, 1% de aumento causa 0.9% de aumento no preço do milho, já que “para cada dólar de aumento no preço do petróleo a rentabilidade do etanol aumenta e conseqüentemente a demanda de milho cresce”.
Desde 2004, dois terços do aumento da produção mundial de milho foram destinados para satisfazer a demanda norte-americana de agrocombustíveis. Em 2010, 35% do milho colhido nos Estados Unidos, que representa 14% da produção mundial, foi usado para produzir etanol. E a tendência é de crescimento.
Mas além das causas como a especulação dos alimentos e o aumento do preço do petróleo, que tem um impacto no crescimento dos investimentos em agrocombustíveis, liderando a competição entre a produção de grãos para o consumo e para transporte, o sistema alimentar e agrícola é profundamente vulnerável e está nas mãos do mercado. A crescente liberalização do setor nas últimas décadas, a privatização dos recursos naturais (água, terra, sementes), a imposição de modelo internacional de mercado servindo aos interesses privados, etc., nos levou à crise atual.
Enquanto a agricultura e o alimento continuarem sendo considerados mercadorias nas mãos de “quem paga mais”, e interesses comerciais prevalecerem sobre as necessidades alimentares e os limites do Planeta, nossa segurança alimentar e o bem estar da Terra estão longe de serem assegurados.
*Esther Vivas é membro do Centro de Estudos sobre Movimentos Sociais (Centro de Estudios sobre Movimientos Sociales) da Universidade Pompeu Fabra (Barcelona). Ela é a autora de “Em Pé Contra a Dívida Externa” (En pie contra la deuda externa – El Viejo Topo, 2008) dentre outras publicações. **Publicado por Alimento para Pensar. Tradução: Roberta Sá.
+ info: http://esthervivas.wordpress.com/portugues

A crise alimentar ataca novamente

Artigo de Esther Vivas

A ameaça de uma nova crise alimentar já é uma realidade. O preço dos alimentos começou a aumentar para níveis recorde novamente, de acordo com os dados de fevereiro de 2011 do Índice de Preços dos Alimentos da FAO, que realiza uma análise mensal dos preços da cesta básica de alimentos em nível global, formada por grãos, sementes oleaginosas, produtos lácteos, carne e açúcar. O Índice chegou a um novo máximo histórico, o mais alto desde que a FAO iniciou o estudo dos preços dos alimentos em 1990. Nos últimos meses, os preços estabilizaram, mas analistas predizem mais altas nos próximos meses.

Este aumento no custo dos alimentos, especialmente grãos básicos, traz sérias conseqüências para os países do Sul com baixa renda e dependência da importação de alimentos, e para as milhares de famílias nestes países que dedicam entre 50 e 60% de sua renda em alimentos – um número que aumenta para 80% nos países mais pobres. Nestes países, o aumento do preço dos produtos alimentares os torna inacessíveis.

Estamos nos aproximando de um bilhão de pessoas – uma a cada seis do planeta – que hoje não tem acesso à alimentação adequada. O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou que a crise alimentar corrente aumentou o número de pessoas que sofrem de fome crônica em 44 milhões. Em 2009, este número foi superado, chegando a 1.023 bilhões de pessoas mal-nutridas no Planeta; quantitativo que baixou ligeiramente em 2010, mas sem retornar para os níveis anteriores à crise econômica e alimentar de 2008 e 2009.

A crise atual acontece em um contexto de abundância de alimentos. A produção de alimentos multiplicou-se ao longo das três décadas desde os anos 60, enquanto a população meramente dobrou desde então. Temos alimentos suficientes. Contrariamente do que instituições internacionais como a FAO, o Baco Mundial e a Organização Mundial do Comércio dizem, não é um problema de produção, mas sim um problema de acesso aos alimentos. Estas organizações insistem no aumento da produção através de uma nova Revolução Verde, que somente tornaria as crises alimentar, social e ecológica, piores.

Rebeliões Populares

As rebeliões populares no norte da África e Oriente Médio tiveram dentre os muitos catalisadores o aumento no preço dos alimentos. Em dezembro de 2010, na Tunísia, a porção mais pobre da população ocupou a linha de frente do conflito, demandando, dentre outras coisas, o acesso aos alimentos.

Em janeiro de 2011, jovens realizaram demonstrações na Argélia, bloqueando rodovias, queimando lojas e atacando estações policiais para protestar contra o aumento dos preços dos alimentos básicos. Casos similares foram vistos na Jordânia, Sudão e Iêmen. O Egito é o maior importador de trigo do mundo, e depende da importação de alimentos.

Evidentemente outros fatores entraram em jogo nos levantes: altos índices de desemprego, falta de liberdade democrática, corrupção, falta de habitação e serviços básicos, etc. De qualquer forma, o aumento dos preços dos alimentos foi um dos catalisadores iniciais.

A Causa Central

Quais as causas desta nova alta no custo de nossas refeições? Apesar de instituições internacionais e especialistas terem apontado diversos elementos, tais como fenômenos metereológicos que afetaram as colheitas, o aumento da demanda em países emergentes, especulação financeira, o aumento da produção de agrocombustíveis, dentre outros – vários índices apontam para a especulação com matérias primas alimentares como uma das principais razões para o aumento nos preços dos alimentos.

Em 2007-2008 o mundo sofreu uma profunda crise alimentar. Os preços dos alimentos básicos, tais como trigo, soja e arroz, subiram em 130%, 87% e 74% respectivamente. Naquela época, assim como agora, diversas causas convergiram, mas as mais importantes foram a produção de agrocombustíveis e o crescimento dos investimentos especulativos nos mercados futuros de alimentos. Este aumento no preço dos alimentos estabilizou-se em 2009, em parte provavelmente devido à crise econômica e a redução na especulação financeira.

Na metade de 2010, com os mercados financeiros mais calmos e altas somas de recursos públicos injetados nos bancos privados, a especulação dos alimentos atacou novamente e os preços dos alimentos começaram a subir. Para “salvar os bancos”, após a crise financeira de 2008-2009, estima-se que os governos dos países mais ricos aplicaram um total de 20 trilhões de dólares para estabilizar o sistema bancário e baixar as taxas de juros.

Com o afluxo de dinheiro, os especuladores perceberam incentivos para adquirir novos empréstimos e comprar mercadorias que previsivelmente iriam aumentar de valor rapidamente. Os mesmos bancos, fundos de alto risco, etc. que causaram a crise hipotecária são atualmente responsáveis pela especulação das matérias primas e o aumento nos preços dos alimentos, aproveitando-se dos mercados globais não regulados de commodity.

A crise alimentar está intimamente ligada à crise econômica e à lógica do sistema que promove, por exemplo, planos para socorrer a Grécia e a Irlanda sacrificando sua soberania com instituições internacionais, assim como sacrifica a soberania alimentar dos povos pelos interesses do mercado.

A Garantia dos Produtores ou a Prosperidade dos Especuladores?

Sempre houve alguma especulação nos preços dos alimentos e esta lógica por trás dos mercados futuros. Na forma atual, os mercados futuros datam da metade de 1900, quando foram iniciados nos Estados Unidos. São acordos legais padronizados para comprar e vender mercadorias físicas em um período de tempo previamente estabelecido no futuro e tem sido o mecanismo de garantia de preço mínimo para o produtor que enfrenta oscilações do mercado.

Funciona assim: Produtores vendem sua produção aos comerciantes antes da colheita para se protegerem das incertezas no clima, por exemplo, e para garantir um preço futuro. O comerciante também se beneficia. Quando a colheita é ruim, o produtor ainda recebe uma boa renda e quando a colheita é ótima, o comerciante se beneficia ainda mais.

Este mesmo mecanismo é usado pelos especuladores para fazer dinheiro a partir da não regulamentação dos mercados de matérias primas, que foi estimulado na metade dos anos 90 nos Estados Unidos e Grã-Bretanha pelos bancos, políticos do livre mercado e fundos de alto risco, no contexto do processo de liberalização da economia mundial. Os contratos para comprar e vender alimentos se tornaram “derivativos” que poderiam ser negociados independentemente das transações agrícolas reais. Um novo negócio nasceu – a especulação dos alimentos.

Hoje os especuladores têm mais peso nos mercados futuros, apesar destas transações não terem nada a ver com a oferta e procura real. Mike Masters, gerente da Masters Capital Management, aponta que em 1998 os investimentos financeiros especulativos nos setores agrícolas foram em torno de 25%, e hoje em dia está em torno de 75%. Estas transações são realizadas nos mercados, sendo o Mercado de Commodities de Chicago o mais importante deles no nível mundial, enquanto na Europa alimentos e matérias primas são negociadas nos mercados futuros de Londres, Paris, Amsterdam e Frankfurt.

Um “Depósito 100% Natural”

Em 2006/2007, após a queda nos mercados de empréstimos hipotecários nos Estados Unidos, investidores institucionais como bancos, empresas de seguros e fundos de investimento buscaram locais mais seguros e rentáveis para investir seus recursos financeiros. Alimentos e matérias primas se tornaram uma alternativa popular. Com os preços dos alimentos subindo, investimentos nos mercados de futuro em alimentos aumentaram, empurrando os preços dos grãos para cima e piorando a inflação dos preços dos alimentos.

Na Alemanha, o Deutsche Bank anunciou ganhos fáceis com os investimentos nos produtos agrícolas em ascensão. E oportunidades de negócios similares foram promovidas pelo principal banco europeu, o PNP Paribas. Em janeiro de 2011 o Catalunya Caixa estimulou seus clientes a investirm em matérias primas sob o slogan “depósito 100% natural”.

O que eles ofereceram? A garantia de 100% do capital, com a possibilidade de obter lucros acima de 7% ao ano. Como? De acordo com os anúncios, tendo como base a “evolução dos rendimentos em três produtos alimentares: açúcar, café e milho”. Para assegurar tais altos rendimentos, os anúncios apontam que os preços destes três produtos aumentaram em 61%, 34% e 38% respectivamente ao longo dos últimos meses devido à “demanda crescente que está aumentando acima da taxa de produção”, por causa do aumento da população mundial, e produção de agrocombustíveis.

Entretanto, o Catalunya Caixa deixou de fora uma importante informação: a especulação de alimentos que causou estes belos lucros aumenta o preço dos alimentos, torna-os inacessíveis para grande parte da população no Sul Global e condena milhares de pessoas à fome, pobreza e morte nestes países.

Dependência no Petróleo

Outro elemento que exacerbou a crise alimentar é a dependência pesada em petróleo do modelo atual de produção e distribuição de alimentos. O aumento no preço do petróleo tem impacto direto no aumento similar do custo dos alimentos básicos. Em 2007 e 2008 o preço do petróleo e o preço dos alimentos atingiram níveis recordes. Entre julho de 2007 e junho de 2008, o petróleo bruto passou de 75 dólares o barril para 140 dólares, enquanto o preço da cesta de alimentos básicos passou de 160 dólares para 225, de acordo com o Índice de Preço dos Alimentos da FAO.

Alimentos e agricultura se tornaram profundamente dependentes do petróleo. Após a Segunda Guerra Mundial e com a Revolução Verde nos anos 60 e 70, e com o suposto aumento na produção, um modelo intensivo e industrial de agricultura foi adotado. No sistema atual, nosso alimento viaja milhares de quilômetros antes de chegar às nossas mesas; a produção requer o uso intensivo de maquinários, pesticidas químicos, herbicidas e fertilizantes. Este modelo não poderia existir sem o petróleo.

O aumento do preço do petróleo e a estratégia dos governos para combater as mudanças climáticas conduziram a um aumento nos investimentos na produção de combustíveis alternativos, agrocombustíveis como o biodiesel e o bioetanol, produzido a partir do açúcar, milho e outros cultivos. Mas esta produção entrou em competição direta com a produção de alimentos para o consumo e agora se tornou outra causa para o aumento dos preços dos alimentos.

O Banco Mundial reconhece que quando o preço do petróleo aumenta acima de 50 dólares o barril, 1% de aumento causa 0.9% de aumento no preço do milho, já que “para cada dólar de aumento no preço do petróleo a rentabilidade do etanol aumenta e conseqüentemente a demanda de milho cresce”.

Desde 2004, dois terços do aumento da produção mundial de milho foram destinados para satisfazer a demanda norte-americana de agrocombustíveis. Em 2010, 35% do milho colhido nos Estados Unidos, que representa 14% da produção mundial, foi usado para produzir etanol. E a tendência é de crescimento.

Mas além das causas como a especulação dos alimentos e o aumento do preço do petróleo, que tem um impacto no crescimento dos investimentos em agrocombustíveis, liderando a competição entre a produção de grãos para o consumo e para transporte, o sistema alimentar e agrícola é profundamente vulnerável e está nas mãos do mercado. A crescente liberalização do setor nas últimas décadas, a privatização dos recursos naturais (água, terra, sementes), a imposição de modelo internacional de mercado servindo aos interesses privados, etc., nos levou à crise atual.

Enquanto a agricultura e o alimento continuarem sendo considerados mercadorias nas mãos de “quem paga mais”, e interesses comerciais prevalecerem sobre as necessidades alimentares e os limites do Planeta, nossa segurança alimentar e o bem estar da Terra estão longe de serem assegurados.

*Esther Vivas é membro do Centro de Estudos sobre Movimentos Sociais (Centro de Estudios sobre Movimientos Sociales) da Universidade Pompeu Fabra (Barcelona). Ela é a autora de “Em Pé Contra a Dívida Externa” (En pie contra la deuda externa – El Viejo Topo, 2008) dentre outras publicações. **Publicado por Alimento para Pensar. Tradução: Roberta Sá.