Lançamento de Livro: O cooperativismo de crédito ontem, hoje e amanhã – por Enio Meinen e Márcio Port
Constituindo um dos veículos mais úteis e abrangentes para um desenvolvimento 
justo e equilibrado da sociedade, baseado na livre e autônoma iniciativa de seus 
próprios membros, o cooperativismo tem sido objeto de aconselhamento cada vez 
mais frequente em fóruns internacionais ou supragovernamentais. E é por isso 
mesmo que, em 2012, recebeu a máxima consagração institucional com o lançamento, 
pela Organização das Nações Unidas (ONU), do Ano Internacional do 
Cooperativismo.
No Brasil, ainda que se desenvolva razoavelmente 
em algumas áreas, o movimento tem um longo caminho a percorrer para atingir a 
representatividade a ele reservada. Prova disso é que menos de 10% da população 
é associada a alguma das entidades distribuídas entre os 13 ramos de 
atuação.
No meio financeiro, em que posicionadas as 
cooperativas de crédito, a realidade, considerando dados consolidados, também 
não é muito distinta, ainda que haja um conjunto de fatores que possam explicar 
o estágio atual. Com efeito, embora o volume de ativos tenha ultrapassado a 
barreira dos R$ 100 bilhões no final de 2011, a quantidade de cooperados recém 
aproxima-se dos 6 milhões de membros (3% da população), e a participação 
relativa encontra-se estacionada em ínfimos 2% do sistema financeiro, números 
estes desproporcionais à grandeza da rede de atendimento – que já alcança 5 mil 
pontos espelhados por todo o país – e não condizentes com a capacidade e a 
importância do movimento. 
A jornada, portanto, situa-se ainda na faixa de 
partida, revelando apenas os primeiros passos. Contudo, caso prevaleçam práticas 
de gestão sadias e qualificadas – respeitada a doutrina universal baseada em 
valores e princípios – a conduzir com equilíbrio as perspectivas empresarial e 
social do empreendimento, logo mais o setor ostentará representação bem mais 
significativa também aqui, melhorando, por conseguinte, a vida de mais e mais 
cidadãos e empreendedores nacionais, secundando caminhada exitosa do 
cooperativismo de crédito na Europa, Ásia e América do Norte.
Como forma de promover uma maior divulgação do 
cooperativismo de crédito brasileiro, colocando em evidência seus predicativos e 
as suas melhores práticas, e de disseminar ideias que possam contribuir para um 
desenvolvimento mais ousado do setor, tomamos a iniciativa de, em parceria 
intersistêmica, elaborar “O cooperativismo de crédito ontem, hoje e 
amanhã”, livro que, além de retomar a história do cooperativismo de 
crédito brasileiro em sua essência (o ontem) e reproduzir denso e 
detalhado diagnóstico acerca do seu estágio atual (o hoje), se propõe a 
oferecer subsídios úteis a um novo ciclo de desenvolvimento, para que o 
movimento possa alcançar um patamar – situado entre o “dígito superior” e os 
dois dígitos do sistema financeiro nacional – mais próximo de seu efetivo 
potencial (o amanhã).
Nessa direção, 
entre os temas que o estudo explora com mais profundidade 
destacam-se: 
- detida e pragmática abordagem dos valores e princípios cooperativistas e ampla evidenciação dos apelos e diferenciais do cooperativismo de crédito, de maneira a estimular a invocação do tipo societário (preferencialmente aos bancos) como argumento de venda;
 - visitação às principais experiências globais do setor, permitindo colher referências compatíveis com a realidade socioeconômica do país;
 - recomendações detalhadas sobre estratégias a serem postas em ação para ampliar o volume de negócios com os atuais e futuros cooperados, e incentivar novos entrantes, como forma de otimizar o direcionamento de esforços dos dirigentes e executivos, com vistas a uma “nova empreitada” expansionista;
 - apreciação didática do marco regulatório vigente, facilitando a compreensão, a aplicação e a adequada utilização de seu conteúdo;
 - apresentação de respostas objetivas às indagações mais recorrentes sobre os novos padrões de governança e de sugestões quanto aos papéis a serem conferidos a cada um dos protagonistas (atores principais), de modo a tornar mais assertivas as decisões nesse campo;
 - reflexões propositivas do SEBRAE sobre o futuro do setor cooperativo, demonstrando o potencial de crescimento através dos micro e pequenos empreendedores, estimulando uma maior aproximação com esse importante e imprescindível segmento da economia;
 - demonstração do funcionamento de uma cooperativa de crédito em toda a sua dimensão, com aplicação dos fundamentos da boa governança, revelando uma espécie de entidade-modelo a servir de paradigma para as melhores práticas.
 
A grande mensagem do novo ensaio – cujo 
lançamento ocorrerá oficialmente no próximo dia 21, em Nova Petrópolis (Capital 
Nacional do Cooperativismo), durante o 9º Concred – é a de que a lista de 
desafios para dias melhores no cooperativismo de crédito não contempla 
dependência de ações de terceiros, uma vez que estão dadas as condições legais e 
institucionais para o livre desenvolvimento do setor. A “ordem” para uma marcha 
mais acelerada, portanto, há de partir exclusivamente dos líderes e executivos 
do próprio movimento.
 “As cooperativas 
de crédito são atores essenciais no processo de desenvolvimento econômico do 
país, fundamentais para a democratização do crédito. Fortalecer 
o cooperativismo e estimular seu crescimento é uma exigência para um 
desenvolvimento com justiça social e mobilidade”. (Presidenta 
Dilma Rousseff – Revista Sicoob, edição de jan.-mar./2011).
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