domingo, 24 de fevereiro de 2013

Cooperativismo

Fusões de cooperativas de crédito – Crescimento por aquisições

Autor de vários livros sobre cooperativismo de crédito, Ênio Meinen, diretor de operações do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) defende que as cooperativas coloquem em prática a fórmula do crescimento por aquisições, ao lado da expansão orgânica. A iniciativa visa ao fortalecimento das instituições para o concurso – ou mesmo a simples sobrevivência – em cenário de altíssima competição. Sua semelhante tem Roberto Rodrigues, embaixador para o cooperativismo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
 
Na opinião do diretor do Bancoob, os efeitos do processo são a redução de custos, pela diminuição do corpo diretivo/de comando e também das estruturas de retaguarda, e o ganho de escala, representado pelo fortalecimento dos limites técnicos e pela ampliação do número e valor das operações, sendo que o cooperativismo de crédito está inserido nesse contexto, como já comprovaram entidades da Europa (Alemanha, Holanda, França) da América do Norte (EUA e Canadá) e também dos concorrentes domésticos, que compõem o sistema bancário convencional.
 
Enio MeinenEmbora seja “de inquestionável procedência técnica a solução das incorporações” há no ambiente cooperativo, segundo sua percepção, obstáculos que impedem maior vazão desse movimento, situados fora do plano institucional/organizacional. O desafio mais difícil, parece, é superar o apego aos interesses pessoais. Sabe-se que não é nada fácil abrir mão do status de dirigente, ou mesmo gerente, de uma instituição financeira, mormente em pequenas comunidades. É isso que, normalmente, faz com que a iniciativa fique apenas no plano do discurso.
 
Mas, a bem de propósitos mais nobres, é preciso vencer os empecilhos de ordem não-institucional e partir para a ação. Com as uniões, garante Meinen, há, de um lado, sensível redução de despesas pela diminuição do número de conselheiros de administração e fiscais; de diretores, de contadores e de outros profissionais de retaguarda, além da economia com custos de observância e, de outro, agregam-se solidez e credibilidade ao empreendimento, sem contar os ganhos em negócios pela realocação de colaboradores para a linha de frente.
 
Roberto Rodrigues, embaixador para o cooperativismo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) também trabalha pela unificação das cooperativas de crédito. De acordo com ele, essa já uma realidade no mundo inteiro onde o cooperativismo de crédito é muito mais forte. No Brasil, ao contrário, ao contrário existem várias instituições e sistemas atuando de forma dividida. “Se esse sistema continuar assim, não seremos fortes nunca”, assinala.
Rodrigues lembra que hoje quase 4 bilhões de pessoas estão ligadas a alguma cooperativa o que demonstra que é um sistema que realmente funciona como desenvolvedor social. Para ele, o cooperativismo é promotor da igualdade social, da sustentabilidade e equidade, o que resulta na promoção da paz social entre as pessoas e os países.

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