domingo, 11 de março de 2012

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Mais mulheres participam de cooperativas
 
Mais mulheres participam de cooperativasA inclusão da mulher na tomada de decisões dentro do cooperativismo foi o que impulsionou a advogada e historiadora Vera Daller, diretora do Departamento de Cooperativismo e Associativismo (Denacoop) do Ministério da Agricultura (Mapa) a idealizar o Coopergênero. “Este foi um trabalho pioneiro no Mapa e visa colocar as mulheres em igualdade de oportunidade nas cooperativas e associações rurais. Nossa proposta é a quebra de paradigmas provocados pela herança cultural”, explica.

O Coopergênero consiste em treinamentos que abordam temas como cidadania, economia e produção. O foco é geração de trabalho e renda para melhorar a auto-estima e ajudar a mulher a perceber sua capacidade e competência para inserção na economia e na sociedade.

“A mulher percebe que pode participar de toda a cadeia produtiva, levando seu produto para as gôndolas dos supermercados e abrindo caminho para possíveis negócios, como a exportação”, explica a coordenadora do Denacoop.

O programa teve início em 2003 com um processo de sensibilização de um pequeno grupo de mulheres e homens e hoje atinge 23 Estados. Mais de 40 mil mulheres passaram pelos cursos e treinamentos promovidos pelo Coopergênero. “Hoje percebemos que pelo menos 30% das decisões nas cooperativas partem das mulheres. Muitas se tornaram presidentes de núcleos e de sindicatos e outras ingressaram na política, estimuladas pelas ações do programa”, comemora Vera.

De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a mulher representa 52% dos cooperados no País. Por região, a maior participação feminina está no Nordeste (59%), seguida pelo Norte (55%), Sudeste (52%), Sul ( 46%) e Centro-Oeste (38%).

Auto-estima reduz violência doméstica

Segundo Vera, o processo de ganho de poder da mulher também tem um reflexo direto na relação familiar. “A mulher sai do papel de submissão e o homem passa a perceber a importância da mulher, essa relação de respeito diminui também os casos de violência domética”, diz.

Para assegurar a mudança de postura da sociedade em relação à mulher do campo, o Mapa lançou nessa semana, durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), a cartilha “Coopergênero, Cooperativismo e Igualdade de Gênero”. O material lúdico é direcionado a adolescentes e jovens para trabalhar questões relativas à equidade de gênero respaldada na doutrina cooperativista.

A publicação será distribuída às cooperativas e instituições de ensino. “Queremos trabalhar a base para que as futuras gerações se vejam com direitos e deveres iguais”, pontua Vera.

Participação da mulher na agropecuária

Estudo apresentado por Vera em 2010 durante o 1º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC) em Brasília, apontava que:

Dos 16 milhões de trabalhadores rurais, as mulheres são as que enfrentam o trabalho mais precário e não remunerado e, as que exercem trabalho remunerado, desempenhando as mesmass funções que os homens, recebem 25% menos;

As mulheres representam 50% da população rural em idade produtiva, entre 15 e 55 anos, e correspondem a 36% da população rural economicamente ativa;

Entre a população mais pobre do campo as mulheres representam 62%;

24,43% das mulheres rurais são chefes de família

Na produção agropecuária nacional, 66% são pequenas produtoras e 22% assalariadas, mas apenas 15% tem carteira assinada.
Fonte: Portal DBO em 09/03/2012

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