quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Cooperativismo

Cooperativismo, base para o desenvolvimento             
 
Cooperativismo, base para o desenvolvimentoA história do cooperativismo de produção, e com a de crédito não é muito diferente, na região Sul do Brasil já se tornou centenária e está plenamente enraizada na cultura do nosso povo, que com o passar dos tempos, consolidou um sistema que garante a sustentabilidade dos quem vivem – ou ainda sobrevivem no meio rural. São almas gêmeas que brotaram e se desenvolveram protegidas sob o imenso guarda chuvas do cooperativismo.

Mas nem tudo foram flores para os pioneiros que abraçaram esta nobre causa. No cooperativismo de crédito, que tem seu berço no município gaúcho de Nova Petrópolis, foi graças ao visionário da época, padre Theodor Amstad, que fundamentou e deu asas ao sonho que hoje é realidade e espalhado pelo Brasil. Aliás, cresceu tanto, mas tanto mesmo, que não conseguiu mais abrigar sobre o mesmo guarda chuva suas mais proeminentes lideranças, que vaidosamente cada um procurou seu espaço onde pudesse continuar a irradiar sua própria luz, hoje representados nos Sistema Sicoob e Sicredi.

Se ambos defendem os mesmos princípios, e disputam entre si a mesma faixa de mercado, não seria melhor unir-se em torno do mesmo ideal? Seria o mais evidente, porém, quando a vaidade e interesses políticos caminham juntos alguém sempre sairá perdendo, menos aqueles que se mantém na elite do sistema. Considero que as cabeças pensantes – ou dominantes, do sistema de crédito, estão chutando contra o próprio patrimônio, pois enquanto as grandes empresas se unem para crescer, ocupar espaços, as direções nacionais do Sistema Sicredi e Sicoob avançam pela contramão da história.

Por outro lado, enfrentando todos os tipos de adversidades, o cooperativismo de produção, desde o primeiro passo dado, traz seu selo estampado na palma de cada mão, o calo herdado do cabo da enxada, da foice e do arado. E foi com esta vontade de fazer a diferença, que no início da década de 30, em Palmitos, que o Engº Agrº alemão, Otto Erich Winckler, com o apoio incondicional de seus companheiros de luta – Fritz Krafft, Richard Apelt, Emil Friedrich, Otto Thiess, Frizt Wild e Otto Resener, fundaram, no que resulta hoje a Cooper A1, a mais antiga em funcionamento em Santa Catarina, pois nunca nesta trajetória de tempo fechou suas portas.

Sua estrutura física é simplesmente fantástica, invejável. Possui um quadro de colaboradores que beira a 1000 pessoas, e o principal, extremamente comprometidas e que realmente vestem e suam a camisa da A1. Administrada a quatro mãos, seus mais de 7000 mil associados tem a garantia que a entidade ruma no caminho certo, inclusive espraiando-se pelo pago gaúcho, onde encontra ampla receptividade. Tudo isso não seria possível, aliás, uma realidade gratificante, se ao longo de seus 79 anos não contasse com administradores sérios, competentes e visão de futuro.

Os poucos ‘pecados’ que observo em ambos os sistemas, se resumem no dividendo de lucros ao final de cada ano. Considero a fatia que é distribuída a cada associado muito acanhada, distante do que poderia ser justamente repartido, mas que ainda pode muito bem ser repensada. Basta ter a vontade de querer. E por último, algumas ações desastradas tomadas pela direção da Aurora ao construir um frigorífico no município de Joaçaba, sabendo que a poucos km adiante, às margens da mesmo rodovia, BR282, outra cooperativa co-irmã investia em projeto idêntico, e o resultado não podia ser outro, “a vaca acabou indo pro brejo, com soga e tudo”. Hoje, para reativar o projeto necessita investir mais alguns milhões de reais que poderiam ser muito bem canalizado na conta capital dos associados. E o que dizer da construção da indústria de sucos em Pinhalzinho, quando todos os caminhos e bom senso indicavam em Mondaí ou Palmitos? E deu no que deu, mais um fracasso total e por extensão o imenso pomar de citros que foram plantados na premissa da indústria ser instalada neste reduto às margens do rio Uruguai, onde a Aurora reluta em investir, a não ser receber a produção que aqui se colhe e cria em abundância. A indústria de produtos lácteos até poderia servir como preço de consolação ao seu quadro social, mas que também foi redondamente ignorado pelo seu comando geral. Poderia muito bem me estender sobre o assunto, bem como também em relação da compra (ainda não divulgada oficialmente),da empresa Bondio Alimentos, de Chapecó, pela Coopercentral, mas estes assuntos serão temas para as próximas edições.

Em nome do Presidente da Cooper A1, Elio Casarin, e do Presidente do Sicoob Oestecredi, ambos dirigentes de fato, e anfitriões do 25º Fecoop, as nossas boas vindas a todos os que vestem a camisa do cooperativismo e façam deste município de Palmitos, a extensão de seus lares.

Fonte: Expresso d'oeste em 06/09/2012

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