domingo, 11 de novembro de 2012

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Para Ibre, não há sinais de alta forte do PIB no ano que vem
 
Os economistas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), a divisão da Fundação Getulio Vargas (FGV) que cuida do acompanhamento e dos estudos macroeconômicos, não estão otimistas com as perspectiva de crescimento econômico neste quarto trimestre de 2012 nem com as expectativas para 2013. A Carta do Ibre, editorial da revista "Conjuntura Econômica" de novembro que ainda vai circular, diz no título que "não há sinais claros de crescimento vigoroso em 2013". O artigo prevê um Produto Interno Bruto (PIB) de 3,4% no próximo ano e de 1,3% neste, com resultados na ponta, com ajuste sazonal, de 1% no terceiro trimestre e de 0,7% no trimestre em curso.
 
"É certo que o Brasil está saindo da estagnação para a retomada do crescimento, mas ainda não dá para descartar a hipótese de que este se revele mais lento do que muitos imaginam." A frase que conclui o editorial resume as expectativas dos macroeconomistas da FGV. O documento abre constatando haver "um clima de alívio e quase celebração por parte do governo e de muitos analistas econômico pelo forte resultado esperado para o PIB no terceiro trimestre", um número que os responsáveis pelo texto consideram que deve mesmo ser comemorado após um período de "marcha lenta" que vinha desde o segundo semestre de 2011.
 
O desempenho dos investimento, da produção industrial e do setor de serviços está na raiz das preocupações dos técnicos da FGV. Eles avaliam que para o PIB do quarto trimestre se acelerar em relação ao terceiro, a indústria teria que crescer "fortíssimos" 4% de outubro a dezembro, após um avanço que estimam em 1,2% de julho a setembro.
 
Os técnicos argumentam que um exame mais acurado dos número da Produção Industrial Mensal-Produção Física (PIM-PF) do IBGE (aumento global de 1% no terceiro trimestre) revela que o desempenho foi comandado pelo setor de bens de consumo duráveis (5,2%), com ênfase nos automóveis, um desempenho que consideram fortemente influenciado pelas isenções tributárias ainda em vigor. "É possível que tal política tenha levado à antecipação de compras e não ao aumento sustentado da produção", ponderam.
 
"Não dá para ser eufórico. O cenário internacional segue complicado e não dá para descolar [a economia brasileira] de uma vez já agora", analisa a economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre. Ela ressalta que as decisões de investimentos dos empresários são fortemente influenciadas pela confiança que eles têm no cenário econômico global e essa confiança, especialmente no setor de bens de capital, está abaixo da média histórica.
 
A Carta do Ibre pondera que para o país crescer na casa dos 4% em 2013 será necessário "uma recuperação vigorosa" dos investimentos que, estima o Ibre, terão recuo de 3% neste ano. Para que a economia cresça os 3,4% que esperam para o próximo ano, os economistas da FGV estimam que os investimentos aumentarão já fortes 10%.
 
Silvia vê também resultados pouco animadores, mesmo positivos, na área de insumos para a construção e na indústria extrativa mineral, coroando as perspectivas pouco otimistas para a continuidade de uma recuperação forte da indústria no PIB.
 
E a coordenadora do Boletim do Ibre revela outra preocupação que também está expressa no editoria da "Conjuntura Econômica": o crescimento dos serviços, setor responsável por aproximadamente 67% do PIB brasileiro, desacelerou no período recente, passando de uma média de 1,1% de 2004 a 2010 para 0,5% do quarto trimestre de 2010 ao segundo de 2012. O fenômeno será estudado mais a fundo pelos técnicos da FGV.

http://www.valor.com.br/brasil/2897936/para-ibre-nao-ha-sinais-de-alta-forte-do-pib-no-ano-que-vem#ixzz2Bv1Dnpq1

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