Previ vende ações do setor de armamentos e investe em prédios verdes
O diretor de investimentos da Previ, Renê Sanda, afirmou hoje que o fundo de pensão vai se desfazer das suas ações do setor de armamentos. A medida faz parte da política de sustentabilidade do fundo, que inclui também o aumento de investimentos no setor imobiliário, com foco em projetos com “certificação verde”.
A meta da Previ é ampliar de cerca 4,5% para algo em torno de 7% a participação do setor imobiliário no total de ativos do fundo, em até cinco anos. Segundo Sanda, o total de ativos da Previ hoje é da ordem de R$ 160 bilhões.
“Nós vendemos ações ligadas aos setores de fumo e armamentos. A gente ainda está com alguma coisa em armamentos, mas a tendência é reduzir. Não é o foco da Previ manter ativos nessas duas áreas”, afirmou Sanda, durante o Fórum de Sustentabilidade Corporativa, evento da agenda da Rio+20, no Rio de Janeiro.
Na área imobiliária, o diretor explicou que os investimentos serão concentrados em prédios comerciais, participação em shoppings e em empreendimentos logísticos. O fundo não vai investir no setor residencial.
Sanda afirmou que existe um consenso no meio acadêmico e financeiro de que, no longo prazo, investimentos considerados “verdes” são menos arriscados que os demais. “Como a Previ trabalha com o longo prazo, a gente já superou essa discussão. Estamos conscientes de que esse é o caminho.”
O executivo disse que a Vale não merecia receber o “prêmio” de pior atuação social e ambiental do mundo, concedido em janeiro pelo Greenpeace. “A gente está muito satisfeito com a forma como a Vale trata essa questão ambiental. Entendemos que a Vale não merecia esse prêmio”, contou.
O diretor também defendeu o projeto de Belo Monte, do qual o fundo é acionista por meio da Neoenergia e da própria Vale. “Do ponto de vista ambiental, eu diria que ela [Belo Monte] é quase um benchmark em termos de sustentabilidade. É um dos menores impactos ambientais para o benefício que aquela hidrelétrica traz”, disse.
Sanda afirmou também que a carteira de renda fixa da Previ terá um resultado “muito bom” por conta da queda da taxa de juros. “Toda a indústria de fundos de pensão vai ter um resultado muito bom porque estamos posicionados em ativos de longo prazo. Aquelas NTN-N-B que compramos vão vencer daqui a 20, 30 anos. Como a curva de juros caiu muito, quando você marca mercado, você tem um ganho expressivo”, explicou.
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