quarta-feira, 9 de abril de 2014

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Seca e comércio exterior inflacionaram alimentos em março, diz IBGE

Por Diogo Martins | Valor
 
RIO  -  Os preços do grupo alimentação e bebidas subiram puxados por problemas climáticos, aumento de exportações de carne e dificuldades de importação de itens como o trigo. Por isso, o grupo respondeu por 51% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março. Essa é a avaliação de Eulina dos Santos, coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

De acordo com o IBGE, o grupo Alimentação e bebidas subiu 1,92% no terceiro mês de 2014, após alta de 0,56% em fevereiro. Com isso, o grupo contribuiu com 0,47 ponto percentual para um IPCA de 0,92%.

“A estiagem foi o principal impacto nos preços dos alimentos”, afirmou a especialista do IBGE.

Entre fevereiro e março, os alimentos que ficaram mais caros foram batata inglesa (35,05%), tomate (32,85%), feijão-carioca (11,81%) e hortaliças e verduras (9,36%). Nesse período, as carnes subiram 2,25%.

“Houve aumento na exportação de carnes, diminuindo a oferta no mercado doméstico”, disse Eulina, acrescentando que o item também teve influência do encarecimento das rações animais, por conta da seca.
Alguns derivados do trigo ficaram mais caros em março na comparação com fevereiro. Isso ocorreu com farinha de trigo (1,07%) e pão de forma (1,09%).

“Existem algumas dificuldades na importação de trigo e sabemos que nossa produção desse grão, neste ano, será menor”, afirmou a especialista do IBGE.

Eulina notou ainda que o encarecimento das passagens aéreas em março influenciou o resultado do grupo Transportes, cuja demanda foi impulsionada pelo Carnaval.

Entre fevereiro e março, o grupo transportes passou de queda de 0,05% para elevação de 1,38%. As passagens aéreas, cujos preços recuaram 20,55% em fevereiro, subiram 26,49% no mês seguinte, o maior impacto entre os itens que compõem o IPCA, respondendo por 0,12 ponto percentual, que avançou 0,92%.

“Observamos que, em março, as companhias aéreas deixaram de ofertar passagens aéreas promocionais. Efeito do carnaval. Em fevereiro, quando a demanda era menor, o setor ofereceu muitas tarifas promocionais”, disse a especialista do IBGE.

Outro item que pressionou Transportes foi o etanol, com alta de 4,07% em março frente a fevereiro. Como o combustível também compõe a gasolina, esta subiu 0,67% no período. 
 
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