quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Cooperativismo

Valorização do Real
* Jomázio Avelar

Algumas correntes de economistas propõem medidas para reverter a doença holandesa, que interpretam ser fenômeno atual da economia brasileira. Assim pensam, dado o volume de exportações de commodities, com perspectivas de incremento, tendo em vista a exportação
de petróleo proveniente do pré-sal, futuramente.
doença holandesa, explicam os economistas, é grande valorização da moeda de um país em decorrência do aumento de exportações de um produto ou um conjunto de produtos, o que causa entrada de excesso de moeda de outros países (dólar). O que ocorre a seguir é a redução de competitividade de produtos no mercado interno da indústria local, com desincentivo a exportar – eles ficam mais caros em dólar. Esse conceito se estabeleceu nos anos 70, quando a Holanda exportou gás encontrado em seus campos no Mar do Norte.
A entrada forte de moeda estrangeira ocorre pelo fluxo de capitais, seja como investimentos ou empréstimos tomados no exterior, e commodities. No futuro acresçam-se entradas provenientes do pré-sal. Logo, a tendência é de aumentar ainda mais a entrada de capital. E ainda o governo poderá insistir na política de aumento das reservas externas.
Esses fatores todos dependem de muitos atores internos e externos. Mas a ação sobre as causas estruturais da baixa competitividade dos produtos brasileiros depende só de atores internos, se objetivado derrubar o alto “custo-Brasil”, composto da elevadíssima carga tributária gravando o produtor, juros altíssimos, deficiente e cara infraestrutura, Justiça lenta, excesso de burocracia, ensino de baixa qualidade, etc.
No quesito infraestrutura, localiza-se o interesse dos engenheiros, arquitetos e agrônomos, por gerar contratos para as empresas e dar ocupação para os profissionais. A “cidadania profissional” pode desempenhar o papel de puxar a fila da agenda de redução do “custo-Brasil”. É bom para os engenheiros, para a economia brasileira, bom para o Brasil, como apresentado no programa do “Movimento Recriar o CREA-SP”. Reduzir os juros fortemente e utilizar a economia decorrente para investir na infraestrutura.

Os economistas poderão não gostar da solução aventada; porém, é o interesse dos engenheiros. As soluções em nível de país resolvem-se por decisões políticas: o mais influente vence.

*Jomázio Avelar − Engenheiro civil, presidente da EngeCredSP (Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Região Metropolitana de São Paulo) e líder do movimento “Recriar o CREA-SP”

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