terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Cooperativismo

Coopervale é vendida para o SJ Supermercados por R$ 4,5 milhões
 
Coopervale é vendida para o SJ Supermercados por R$ 4,5 milhões
 
Em uma assembleia tumultuada, os associados aprovaram, por aclamação, a venda da Cooperativa de Consumo dos Empregados da Vale (Coopervale), para o SJ Supermercados, por R$ 4,5 milhões. A empresa, que tem sede em Contagem, foi indicada pela diretoria, por ser considerada a que apresentou melhor proposta. A decisão saiu nesta segunda-feira, 12 de dezembro, em Itabira.

O SJ vai pagar R$ 2 milhões na assinatura do contrato; R$ 1 milhão dividido de duas vezes: 50% na data de início da operação da loja e 50% trinta dias após; e R$ 1,5 milhão após 60 dias de operações. A rede também detalhou em sua proposta que não pretende paralisar as atividades e se dispõe a contratar todos os funcionários que atenderem seus requisitos de recrutamento e seleção.

Outras duas empresas formalizaram proposta de compra: o BH Supermercados, que ofereceu R$ 4 milhões, e a MGE Participações, que propôs pagar R$ 3,8 milhões. Manifestaram interesse também o Super Nosso Supermercados, que já teve loja em Itabira; o DMA Supermercado, dono da rede Epa, Via Brasil e Mart Plus; o Rex Supermercados; e o Hiperminas (Supermercados Araújo).

Para chegar ao resultado da venda, uma prospecção de mercado foi feita pela diretoria, com orientação do advogado especializado Hudson Navarro. Uma tabela com diversos critérios também foi elaborada para definir qual o melhor comprador. A diretoria chegou à conclusão de que o SJ Supermercados seria a empresa ideal para adquirir a Cooperativa, por oferecer o melhor preço e melhores condições de pagamento, entre outros itens.

Não deixaram o professor falar

Como havia poucos associados e a votação foi por aclamação – não teve contabilidade de votos –, alguns cotistas protestaram. O professor Fernando Moreira Cunha, membro fundador da Coopervale e presidente da Academia Itabirana de Letras, foi um deles. Ele tentou falar por algumas vezes ao microfone, mas foi impedido. Outros sócios até se manifestaram em público, mas Fernando não. Mesmo assim ele não ficou calado. Fez diversos questionamentos durante a assembleia e interrompeu a apresentação quantas vezes achou necessário.

Na hora da aclamação, quando o presidente Adilson José de Magalhães tentou dar o ultimato, mais confusão. Alguns se levantaram e protestaram, dizendo que o processo estava sendo conduzido de forma errada. Outros propuseram montar uma comissão paritária para acompanhar o desenrolar da situação, e só depois haver a definição de quem compraria a cooperativa. Mas no final, ficou decidido: o SJ é o novo dono da Coopervale.

Milhões

De acordo com o presidente, a decisão de vender o supermercado foi a única saída, frente à concorrência desleal. Adilson afirmou que cooperativas de consumo não têm mais subsídios do governo e precisam disputar o mercado de igual para igual com os demais supermercados. A diferença é que numa cooperativa as decisões não são tomadas com a mesma eficiência que em uma empresa com fins lucrativos, de acordo com ele.

A Coopervale tem uma dívida, de acordo com o presidente, de cerca de R$ 3 milhões – com tendência a aumentar. “Se não tivéssemos vendido, a situação iria piorar”, atesta. O dinheiro da transação será usado para quitar o saldo devedor, acertar os passivos trabalhistas e ressarcir as cotas dos associados. Cálculos que certamente ainda vão gerar muita discussão.    
 

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