quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

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Coleta de lixo orgânico revoluciona favelas de Florianópolis

Projeto elimina ratos, reduz risco de leptospirose, fomenta a agricultura local e ajuda jovens carentes.

O projeto “A Revolução dos Baldinhos” faz juz ao nome. Realmente mudou as comunidades de Chico Mendes, Monte Cristo e Novo Horizonte, no Continente. Há dois anos e meio, começou a fazer, com baldinhos, a coleta do lixo orgânico produzido por cinco famílias e a transformação do material em adubo. Hoje, com bombonas fechadas para evitar a presença de animais, são 100 famílias participando. O trabalho fez esse tipo de resíduo desaparecer das ruas, diminuindo a quantidade de ratos e o risco de leptospirose. A qualidade de vida e a autoestima dos moradores, que passaram a ter casas mais limpas, aumentou. Hortas foram criadas em residências e escolas. Jovens largaram o crime para trabalhar como bolsistas.
A dona de casa Maria Helena Nogueira, 56 anos, lembra que era comum ver roedores comendo lixo na frente da sua casa. A chamada dona Nena gostou tanto dos resultados do projeto que passou a incentivar os vizinhos a aderir. “Comprei baldinhos para eles colocarem os resíduos deles e também uma bombona extra para mim”. Com o adubo produzido com os dejetos, dona Nena planta cebolinha, rúcula e folhagens. Na Creche Municipal Chico Mendes, outra parceira da iniciativa, há uma horta, que também utiliza o fertilizante. Lá, crescem espinafre, milho, batata e outras verduras e legumes que são servidos na merenda.
Projeto quer virar do governo. Atualmente, o projeto, que recolhe dez toneladas de resíduos por mês, não pode incorporar novas famílias por causa da falta de estrutura. Falta dinheiro para pagar mais bolsistas e um terreno maior, adequado para a compostagem. Segundo o engenheiro agrônomo da Cepagro, Marcos de Abreu, a intenção é repassar o trabalho para a Prefeitura de Florianópolis. “Eles pagariam para a comunidade o mesmo valor que hoje vai para empresas que fazem esse serviço em outros locais. E isso é trabalho para o poder público. Podemos implantar projetos, mas não mantê-los para sempre”, diz. Por enquanto, nada foi decidido sobre o assunto.

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