sexta-feira, 13 de julho de 2012

Cooperativismo

BC apoia atuação do segmento no país

Setor ajuda na inclusão financeira.
 
O Banco Central (BC) tem como um de seus grandes desafios aumentar a participação do cooperativismo como instrumento de crédito no Brasil. Esta foi a mensagem do diretor de Assuntos Especiais da instituição, Luiz Edson Feltrim, em pronunciamento, no Senado Federal, no início deste mês. Segundo ele, o sistema cooperativo detém entre 2% e 3% do sistema financeiro, chegando a dois dígitos em alguns segmentos, como o de crédito rural. "O cooperativismo de crédito tem um papel importantíssimo na capilaridade do sistema financeiro", indica, lembrando que "é um instrumento relevante para inclusão financeira e social".

O estímulo ao sistema de cooperativas de crédito integra o projeto do BC de inclusão financeira. Entre seus benefícios destacam-se o maior acesso ao crédito e a taxas mais baixas, considerando que a filosofia do sistema é de cooperação e não propriamente de geração de lucros. Inclusive porque "as sobras" do exercício são divididas entre os próprios cooperados. "O cooperativismo tem muitos outros papéis na economia brasileira", salienta Feltri. Dentre eles, "na reciclagem da poupança em sua área de atuação, levando desenvolvimento, emprego e renda".

Como as cooperativas de crédito têm atuação restrita aos municípios previstos em seus estatutos, essas instituições permitem a aplicação de recursos em benefício da localidade da qual fazem parte, contribuindo para o desenvolvimento financeiro local. E enquanto os bancos priorizam os grandes centros urbanos, as cooperativas atuam também em comunidades mais remotas. O atendimento é mais pessoal e há vínculo com a comunidade, que passa a ser também objeto dos recursos captados.

Presença - Segundo o diretor do BC, as cooperativas de crédito hoje estão presentes em 45% dos municípios brasileiros e o objetivo é aumentar essa participação. "Na área de supervisão do BC, 20% da força de trabalho é direcionada às cooperativas de crédito, um segmento sólido, eficiente e socialmente justo". As cooperativas oferecem uma gama de produtos e não somente concessão de crédito. Realizam depósitos, pagamentos de contas, transferências, disponibilizam cartões, entre outros serviços.

Embora a primeira cooperativa de crédito no Brasil tenha sido instituída em 1902, em um município atualmente denominado Nova Petrópolis (RS), somente em 1945 as instituições passaram a ser reguladas pelo Ministério da Agricultura. Em 1964, com a Lei da Reforma Bancária - Lei 4.595/64 - ficou definido que as cooperativas seriam reguladas pelo BC. E passaram a ser classificadas em dois tipos básicos: cooperativas de crédito de produção rural e cooperativas de crédito dos empregados.

Com a Resolução CMN 3.106/2003, foi permitida a criação de cooperativas de crédito de livre admissão de associados - também conhecidas como abertas ou de livre adesão, com o objetivo de permitir a organização das populações das mais diversas regiões com acesso limitado a serviços financeiros. O objetivo era justamente mobilizar e aplicar recursos dessas comunidades em benefício da economia local e, conseqüentemente, estimular pequenos empreendimentos geradores de empregos.

Fonte: Diário do Comércio

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