quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cooperativismo

Coopermiti é a 1ª cooperativa do Brasil que lida com lixo eletrônico
               
Coopermiti é a 1ª cooperativa do Brasil que lida com lixo eletrônico
 
É comum as pessoas não saberem que destino dar a equipamentos eletrônicos antigos e já obsoletos e sem uso. Computadores, impressoras, televisores, videocassetes e até mesmo secadores de cabelo, aparelhos celulares, liquidificadores ou ventiladores. Equipamentos antes úteis e agora inativos e que se acumulam e ocupam espaço em nossas casas e escritórios.

Além dos transtornos com o espaço, muitas vezes, essas sucatas representam risco ao nosso meio-ambiente, graças a alguns tipos de materiais químicos, tóxicos e perigosos que são utilizados na sua montagem. Por isso, o descarte desse tipo de produto deve ser cuidado e não pode seguir a mesma lógica de um lixo comum.

Um tipo de lixo que cresce cada vez mais, o lixo eletrônico, ou e-lixo, desafia autoridades públicas e ambientais sobre qual o melhor destino que se deve dar aos resíduos sólidos gerados por esse tipo de material. Uma preocupação ambiental e que se transforma em uma questão de sustentabilidade para a sociedade atual.

Na ativa desde o final de 2009, a Cooperativa de Produção, Recuperação, Reutilização, Reciclagem e Comercialização de Resíduos Sólidos Eletroeletrônicos (Coopermiti) vem apresentando uma solução viável e sustentável para o descarte desse material. “Somos a primeira e única cooperativa do Brasil, conveniada a uma prefeitura, para trabalhar com o lixo eletrônico, dando um destino correto aos resíduos sólidos provenientes do lixo eletrônico”, orgulha-se Alex Luiz Pereira, presidente da Coopermiti.

A ideia da Cooperativa surgiu a partir da semente de um Museu Tecnológico mantido por Alex e amigos. “Inicialmente, a ideia era transformar o museu em uma ferramenta para capacitação profissional, técnica e de inclusão social e digital”, conta Alex. “Mas acabamos percebendo que criar uma cooperativa era uma alternativa economicamente mais viável”.

Atualmente contando com o apoio da Prefeitura de São Paulo, a Coopermiti possui tecnologia e competência técnica para executar processos de logística reversa para uma demanda cada vez mais crescente de lixo eletrônico. “Possuímos pessoal com perfil técnico, para capacitar nossos cooperados; pessoal com perfil administrativo, que replica conhecimento e busca parcerias comerciais; e o pessoal que trabalha diretamente na produção, no desmonte e reciclagem dos materiais”, esclarece.

“Trabalhamos com diferentes linhas de equipamentos, e cada uma delas tem suas particularidades e abordagens no processo de desmonte e reciclagem, a depender dos materiais envolvidos na confecção dos produtos”, detalha Alex. “Atuamos na linha marrom, de eletrônicos de sala de estar, tipo televisores, DVDs, videocassetes etc; linha branca, da cozinha, microondas, geladeiras, fogões etc; informática e ferramentas elétricas, tipo furadeira, serra elétrica, cortador de grama, etc”.

As formas de coleta dos equipamentos são as mais diversas. Acima de 200 quilos de equipamentos, a própria Coopermiti vai ao local buscar os equipamentos. A cooperativa também recebe doações em um balcão em sua sede, na Barra Funda. E, atualmente, um projeto, realizado nas subprefeituras da Lapa e de Campo Limpo, agenda visitas porta a porta em determinadas regiões conscientizando os cidadãos e recolhendo lixo eletrônico das residências. “É um programa continuado que tem como objetivo despertar uma cultura nas pessoas. E elas têm sido bem receptivas. Muitas se surpreendem e se sentem aliviadas, porque não sabem o que fazer com o lixo eletrônico que acumulam”, relata o presidente da cooperativa.

“Ainda não recebemos o apoio de nenhum fabricante e de nenhuma empresa privada que distribui e comercializa equipamentos elétricos e eletrônicos”, ressente-se Alex. Mas a cooperativa vem crescendo. “Temos um potencial para lidar com cerca de 100 toneladas de equipamentos ao mês. No momento, tratamos em média entre 20 e 25 toneladas. E já estamos recebendo doações de outros estados”, anima-se.

Saiba mais

Processos da Coopermiti
1ª etapa: Coleta
Coleta a partir de agendamento;
Recebimento do balcão da cooperativa;
Visitas porta a porta.

2ª Pré-triagem
Processo interno de pesagem e qualificação do tipo de resíduo para verificação de qual melhor destino será dado aos equipamentos ou peças.

3ª Produção
Após a pré-triagem, cada equipamento recebe um tratamento diferente. Pode ser destinado a fazer parte do acervo do Museu Tecnológico, é restaurado e revendido a preços simbólicos para fazer inclusão digital ou é descaracterizado, desmontado e suas peças são revendidas ou reaproveitadas para que retornem para a cadeia produtiva, inclusive utilizadas em oficinas de arte promovidas pela própria Coopermiti.

Serviço:
Coopermitri
Rua Dr. Sérgio Meira, 268 / 280 - Barra Funda
Fone: 11 3666 - 0849
E-mail: contato@coopermiti.com.br
www.coopermitri.com.br

Fonte: Ocesp em 24/10/2011
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado! Sua opinião é muito importante.