Cooperativismo gaúcho divulga
números e mostra sua força
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Escrito por Carolina Barcelos |
A apresentação dos dados foi feita pelo presidente da Ocergs
(Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul) e do
Sescoop/RS (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio
Grande do Sul), Vergilio Perius, em companhia do vice-presidente do Sistema,
Irno Pretto; do segundo vice-presidente da Ocergs e presidente da Federação das
Cooperativas Agropecuárias do RS (FecoAgro/RS), Rui Polidoro Pinto, e do
secretário da Ocergs e presidente da Central Sicredi Sul, Orlando Borges
Müller.
Os números consolidados no estudo Expressão do Cooperativismo
Gaúcho mostram que as cooperativas do Estado cresceram 25,2% de 2010 para 2011,
elevando o faturamento para R$ 27 bilhões – um incremento de R$
5,4 bilhões. Esse valor representa 11,3% do PIB gaúcho. Além
disso, o cooperativismo gaúcho gerou R$ 1,3 bilhão de tributos no ano passado
(46,9% estaduais, 3,2% municipais e 49,9% federais). E o papel das cooperativas
não é expresso apenas por números. Os princípios que orientam o cooperativismo
incluem gestão democrática pelos membros, compromisso com a comunidade,
educação, formação e informação.
O Rio Grande do Sul possui 527 cooperativas
ativas, que contam com 2.143.339 associados (21,4% do
quadro brasileiro) e são responsáveis pela geração de 52.482 empregos
diretos. O salário médio de empregados em cooperativas gaúchas também é
mais elevado que o rendimento médio real de empregados no setor privado, segundo
dados do IBGE: R$ 1.728,76 contra R$ 1.363,98 (26,7% superior)
Em 2011, o investimento das cooperativas no Rio Grande
do Sul foi de 1,7 bilhão de reais, distribuído pelos diversos setores
de atuação das cooperativas: Crédito, Agropecuário, Saúde, Infraestrutura,
Transporte e Habitacional, por exemplo. Os ativos imobilizados adquiridos pelas
cooperativas do Estado foram de R$ 5,21 bilhões em 2011. “São armazéns, silos,
supermercados, fábricas de rações, PCHs, hospitais e muitos outros projetos que
permanecem no Estado, criam raízes nas comunidades locais e regionais e não
oferecem risco de serem transferidos. Isto é uma característica do
cooperativismo”, afirma Perius. O crescimento médio do ativo foi de 21%,
atingindo R$ 34,5 bilhões em 2011.
A expressão do cooperativismo gaúcho
- Estima-se que 59,7% da população gaúcha está ligada a
cooperativas, considerando-se que a as famílias são formadas por, em média, três
pessoas.
- O cooperativismo de Crédito é o que mais cresce. “Muito se
deve à crise econômica mundial do final de 2008, que gerou uma desconfiança
generalizada nas instituições financeiras. O Sicredi, por sua vez, teve 25% de
crescimento nas aplicações de longo prazo, o que demonstra a confiança no
cooperativismo de Crédito”, afirma Perius. O crescimento do ramo mostra uma
média de mil novos associados por dia, 28 mil novos associados por mês. O
crescimento dos ativos foi de 23,7%.
- O cooperativismo Agropecuário sempre foi forte no RS. O setor
teve um incremento de 22,5% no faturamento (de 2010 para 2011) e ocupa a
primeira posição neste ranking, representando 69,3% do faturamento do
cooperativismo estadual. Perius ressalta que “as cooperativas Agropecuárias
estão ligadas essencialmente à agricultura familiar – 82%, ou seja,
essencialmente produzem alimentos”. De acordo com o presidente do Sistema
Ocergs-Sescoop/RS, cerca de 70% dos 272 mil associados a cooperativas
Agropecuárias possuem propriedades pequenas, de até 50 hectares.
- Metade da produção de leite do Rio Grande do Sul está nas
mãos de cooperativados (cerca de 62 mil produtores). Eles são responsáveis pela
produção de 5 milhões de litros de leite por dia, integralmente industrializados
no Estado. “A atividade leiteira é a que mais gera renda ao produtor, além de
gerar tributos e empregos”, afirma Perius.
- A CCGL (Cooperativa Central Gaúcha Ltda.), com sede em Cruz
Alta, é um exemplo a ser seguido na busca pelo fim da guerra fiscal, pois a
distribuição do ICMS gerado pela planta industrial é feita entre os municípios
que geram a matéria-prima. “A CCGL distribui a diversos municípios cerca de 51
milhões de reais de ICMS, gerados exclusivamente na planta industrial. Ou seja:
não importa onde está localizada a planta; os municípios produtores do leite
terão retorno do ICMS. O cooperativismo nos ensina que a guerra fiscal pode ter
fim”, explica Perius.
- Feiras de cooperativas como a Expodireto Cotrijal movimentam
a economia do Estado com mais R$ 1,5 bilhão.
- Em 2011, as exportações de cooperativas brasileiras bateram
recorde, fechando o ano com 6.176 milhões de dólares. O Rio Grande do Sul ocupa
o quarto lugar no ranking de exportações, com 367 milhões de dólares.
- As cooperativas de Infraestrutura (eletrificação rural)
possuem um parque gerador próprio composto por 21 pequenas centrais
hidrelétricas (PCHs) e outras cinco em parcerias, que atendem 25% de suas
necessidades. A energia gerada é limpa, sustentável e renovável, com reduzido
impacto ambiental. As cooperativas do ramo investiram cerca de R$ 100 milhões
nas novas PCHs e no reforço de estruturas, para possibilitar o fornecimento de
energia em 358 municípios.
- Cooperativas de Infraestrutura ocupam o quarto lugar no
ranking de distribuição de energia no RS e registraram um incremento de 7,3% no
consumo de energia elétrica, enquanto este indicador nas concessionárias
estaduais foi de 4,3% e nas nacionais, 3,6%.
- O Sistema Unimed (ramo Saúde) teve um aumento de 39,3% nas
obras, atingindo R$ 37 milhões em 2011. A Unimed tem mais de 1,8 milhão de
beneficiários, 15.538 médicos cooperados, 25 pronto-atendimentos e sete
hospitais próprios, que somam um investimento de R$ 115 milhões.
- O Sistema Uniodonto atende 133 mil usuários, possui 9
pronto-atendimentos e 19 serviços credenciados.
- Os Sistemas Unimed e Uniodonto estão presentes em 100% dos
municípios gaúchos.
- O ramo Transporte cresceu 111,6% em 2011 e adquiriu R$ 4,6
milhões em ativos.
- O ramo Consumo cresceu 26,1% em 2011.
- Os ramos Trabalho, Mineral, Especial/Social, Turismo,
Produção, Educacional e Habitacional atingiram, juntos, R$ 309 milhões de ativos
em 2011, o que representa um crescimento de 15%.
- O Rio Grande do Sul é o primeiro colocado no ranking de
arrecadação de contribuição cooperativista da Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB). Como a contribuição é resultante da aplicação de 0,2% sobre o
capital social, fundos e reservas classificados no patrimônio líquido das
cooperativas, esta posição confirma o elevado valor patrimonial das cooperativas
gaúchas, em comparação com os demais Estados.
Projetos do Sistema Ocergs-Sescoop/RS
O Sistema Ocergs-Sescoop/RS é formado pela Ocergs (Sindicato e
Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul) e pelo Sescoop/RS
(Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande do
Sul), uma entidade do “Sistema S”, que promove a formação profissional,
educação, monitoramento e cultura das cooperativas gaúchas. O Sistema investiu
R$ 42,5 milhões nas cooperativas gaúchas em 2011.
Para incentivar o cooperativismo no Estado, o Sistema propõe
uma série de projetos, como a Escoop – Faculdade de Tecnologia do
Cooperativismo, que é reconhecida pelo MEC e cuja primeira turma está em
andamento; o Festival O Rio Grande Canta o Cooperativismo, que está em sua sexta
edição e propõe a música como forma de promover os princípios e valores do
cooperativismo; cursos de pós-graduação em cooperativismo, promovidos em
parceria com universidades; o programa Aprendiz Cooperativo, que em 2012
beneficiará 1.425 jovens de 14 a 24 anos; programas internacionais, como o
convênio com a DGRV (Central de Cooperativas da Alemanha), que prevê capacitação
de auditores internos, intercâmbios acadêmicos com a Escoop, estágios para
alunos em cooperativas da Alemanha e projetos de desenvolvimento; o programa de
Reestruturação das Cooperativas Agropecuárias, desenvolvido com a assessoria do
grupo Rabobank; assessoria parlamentar (Frente de Apoio ao Cooperativismo –
Frencoop) e a realização de uma campanha publicitária para divulgar o
cooperativismo.
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