quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cooperativismo

Sescoop/RS debate utilização de energias sustentáveis e linhas de financiamento
 
 Sescoop/RS debate utilização de energias sustentáveis e linhas de financiamentoO Sescoop/RS promoveu dias 18 e 19 de maio, no Centro de Formação Profissional Cooperativista, em Porto Alegre, o workshop “Eficiência energética e reciclagem de materiais residuais na agricultura e indústria”. No segundo dia do evento, que faz parte do Projeto de Cooperação Bilateral do Sescoop/RS com a DGRV (Confederação das Cooperativas da Alemanha), os palestrantes abordaram assuntos como custo e rentabilidade na produção de biogás, comércio e emissões de CO² e as possibilidades de promoção de investimentos em bioenergia no RS.

Ainda na tarde de sexta-feira, dia 18 de maio, o engenheiro alemão Michael Ruhl, especialista em eficiência energética e construções tecnológicas, abordou o tema “Eficiência energética no fornecimento de aquecimento e arrefecimento”.
Segundo Ruhl, é preciso que seja analisada a parte técnica antes de se fazer os ajustes necessários. Com essas adequações, em muito pouco tempo se economiza muita energia. Sobre a possibilidade de utilização do Biogás, lembrou que ele pode ser utilizado com um motor acoplado, e que funciona como uma usina de energia de emergência. Sem falar que é uma energia estável, ao contrário da elétrica, que está sujeita a apagões e secas, por exemplo.

Por fim, frisou que a otimização da iluminação trata-se de uma medida com grande potencial de economia de energia. Ele lembra que a simples troca de iluminação convencional por lâmpadas led podem gerar até 70% de economia de energia. Salientou também que nas visitas realizadas nas cooperativas observaram que essa é uma medida ainda pouco utilizada.

Segundo dia de trabalhos

No sábado, dia 19 de maio, quem iniciou as palestras foi o mestre em gestão internacional de fluxos de materiais, Philipp Senner, que também é especialista em economia de instalação de biogás, que abordou o custo e a rentabilidade da produção de biogás no RS.

Senner alertou para as vantagens do uso de biogás, como o lucro econômico, a grande disposição de resíduos orgânicos, a melhoria nos odores, na proteção do solo e da água, a proteção climática e a melhoria na imagem da empresa. Exemplificou sobre quais matérias-primas são possíveis de ser utilizadas para a produção de biogás e fez o alerta de que é “extremamente importante ter conhecimento de causa para implementar  um projeto deste porte. Se o especialista responsável por este projeto não participar do planejamento, ele pode falhar”, insistiu.

A explanação sobre comércio e emissões de CO² no Brasil ficou a cargo de Wolfgang Jockel, especialista em procedimentos de certificação de comércio de emissões. Ele é funcionário da Tüv Rheinland, uma empresa de 140 anos e com 500 localizações no mundo, e escritório em São Paulo desde 1990. Disse que as certificações servem para medir a qualidade de empresas que trabalham com exportações, e que esse dado é fundamental para quem quer atuar nesse ramo com destaque. Frisou ainda que o Brasil é o 3º colocado no ranking das exportações e a terceira potência na emissão de certificados de emissão de CO². Por fim, disse que a Europa possui muitas usinas de carvão, por exemplo, e que para compensar a utilização desse mineral, essas empresas precisam compensar essa emissão comprando créditos em todo o mundo, e o Brasil pode ser muito importante nesse processo, sem falar na importância econômica desse processo.

Como resultado das certificações de emissões de carbono, Senner acrescentou a qualidade, manutenção e segurança dos empregos, sem falar na “limpeza” dos produtos exportados, o que facilita as exportações. Garantiu ainda que os mercados de certificação irão continuar aumentando, pois a Europa assumiu o compromisso de reduzir em 30% duas emissões de CO² entre 2012 e 2020, e o Brasil é um dos mercados mundiais onde os europeus irão comprar essas certificações.

Sobre as possibilidades de promoção de investimento em bioenergia no RS, o seminário recebeu os representantes do Badesul e do BRDE, que falaram sobre os financiamentos disponíveis no mercado. Pelo Badesul, falou a engenheira química Vera Maria Kroeff Carrion e pelo BRDE, Sérgio Luís Feltracco.

Por fim, o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius e Christoph Plessow, representante da DGRV no convênio com o Sescoop/RS, falaram sobre o caminho a seguir e os próximos passos, baseados nas conclusões dos dois dias de palestras. Perius disse que o Sescoop/RS dará continuidade aos projetos de biogás e que as cooperativas enviarão técnicos para a Alemanha para conhecer melhor os projetos. Disse ainda que o Sescoop/RS realizará um estudo para verificação das melhores linhas de crédito, em um trabalho de sintonia com bancos de financiamento. Já Plessow declarou que espera poder contribuir para o projeto, mas isso depende da vontade e interesse das cooperativas. Ponderou também sobre a importância da liberação de linhas de financiamento para os projetos energéticos, alertando que eles podem ser exitosos em menos de dez anos, mas para que isso aconteça os bancos públicos tem que dar a sua contribuição.

Fonte: Luiz Roberto de Oliveira Junior - Ocergs em 21/05/2012

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