terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cooperativismo

Catadores conhecem experiências de cooperativas de lixo
 
Catadores conhecem experiências de cooperativas de lixo
 
Na manhã desta segunda-feira (28), o secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), Marcos Antonio Cristaldo e a equipe do Departamento de Licenciamento e Monitoramento Ambiental que participou de uma viagem técnica a Belo Horizonte (MG), junto com representantes dos catadores de lixo da Capital, apresentaram detalhes dos locais visitados. Durante o encontro, realizado no Centro de Capacitação Profissional, no Dom Antonio Barbosa, foram repassadas informações sobre o funcionamento de cooperativas de reciclagem existentes em outros Estados brasileiros.

De acordo com Cristaldo, o objetivo principal é mobilizar os trabalhadores que atuam no segmento de reciclagem, e atualmente o fazem de maneira informal, a se reunir e buscar alternativas de formalização e organização para, futuramente, atuarem na Unidade de Processamento de Lixo (UPL) que está em construção ao lado do aterro sanitário, localizado no bairro Dom Antonio.

“A partir da lei federal de resíduos sólidos, a Prefeitura está desenvolvendo um trabalho de apoio e orientação aos catadores, para que os mesmos possam se formalizar e conquistar direitos trabalhistas que atualmente não possuem. Por isso, a viagem serviu para buscarmos experiências em outras localidades e aprendermos com as iniciativas de sucesso de cooperados, que muito contribuíram com seus testemunhos e vivências” relatou o titular da Semadur.

Durante a apresentação, foram elencadas as ações já desenvolvidas pela Prefeitura de Campo Grande que, atualmente, prepara os catadores para o fechamento do atual lixão, até a entrega do aterro sanitário, com previsão de entrega para meados de 2012. Entre elas, a entrega de 362 casas do conjunto habitacional José Teruel Filho construídas em parceria com o Governo do Estado e com o programa federal Minha Casa, Minha Vida, retirando moradores que moravam em condições insalubres no entorno do lixão.

“Estas obras, além de proporcionarem a redução do déficit habitacional, consolidam Campo Grande como uma capital sem existência de favelas. Temos, ainda, o programa de Coleta Seletiva em andamento desde julho deste ano, atendendo cerca de 32 mil domicílios da cidade e o trabalho social realizado com a comunidade do bairro Dom Antonio, preparando-a para as mudanças que irão ocorrer em função do funcionamento da UPL construída na região”, pontuou o secretário.

Para a diretora do Departamento de Licenciamento e Monitoramento Ambiental da Semadur, Denise Name que participou da viagem à capital mineira, o resultado não podia ser melhor, com muitas experiências de sucesso e trabalhadores estimulados, que transmitiram a importância de trabalhar em união. “Os nossos representantes puderam conferir a confiança e o orgulho dos cooperados mineiros, que dão valor à cidadania adquirida com a experiência da cooperativa. Lá, eles não aceitam políticas assistencialistas, querem seus direitos garantidos, mesmo que para isso lucrem um pouco menos inicialmente”, revelou Denise.

Como exemplos bem sucedidos, foi apresentada aos participantes da reunião a experiência da cooperativa Asmare em Belo Horizonte, onde os cooperados montaram um restaurante todo decorado com materiais reciclados e ex-catadores que trabalham no local como cozinheiros e garçons (buscaram novas profissões, por meio de cursos de capacitação). Outro exemplo de sucesso está no município de Itaúna (MG), onde a cooperativa Ascaruna está com uma Unidade de Processamento de Lixo (UPL) em fase final de construção para separação do lixo coletado.

Opinião dos participantes – A catadora Lúcia Rodrigues já se cadastrou para trabalhar na UPL. Ela trabalha no aterro há seis anos e assistiu atenta toda a reunião e comentou sua expectativa sobre as ações. “Estou bastante otimista sobre o funcionamento da UPL e acredito que uma cooperativa só irá melhorar nossa situação e dar mais segurança”, opinou a trabalhadora.

Já o trabalhador Paulo Antonio, que também atua no lixão há seis anos, pensa no futuro quando fala de formalização. “Com uma cooperativa, teremos acesso à aposentadoria, férias e vários auxílios em caso de doença. Isso é muito importante para quem tem família, então eu acho que vem em boa hora”, argumentou.

Fonte: MS Notícias em 29/11/2011

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