terça-feira, 1 de maio de 2012

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Projeto estimula parceria entre produtores rurais

Projeto estimula parceria entre produtores ruraisApicultores da Associação Camponesa de Poço Redondo (SE), que produzem mel e cera, começaram a desenvolver um trabalho coletivo em rede. Eles estão trabalhando em parceria com outro grupo, o de mulheres sertanejas que produzem doces caseiros de frutas nativas, na comunidade de Barra da Onça.

Segundo o presidente da associação, Ediclecio da Silva Santos, são produzidos 2,5 mil kg de mel por ano, uma média de 30 kg por colmeia. A produção é vendida para uso em merenda escolar da prefeitura da cidade e para a Cooperativa Apícola de Sergipe. Mas, está surgindo um novo mercado: de doces caseiros feitos à base de mel e frutas nativas da caatinga.

“Minha esposa e mulheres de outros apicultores ligados à associação estão sendo capacitadas na produção de doces caseiros. Elas começaram a desenvolver receitas que substituem o açúcar pelo mel, deixando o produto mais saudável. Outro ponto interessante é que, além de fornecer o mel, ajudamos as mulheres na colheita e transporte das frutas nativas que serão utilizadas na produção dos doces. É mais uma fonte de renda que surge para o produtor rural que trabalha com agricultura familiar”, explica Ediclecio da Silva.

Tanto o grupo de apicultores como os das mulheres sertanejas estão sendo assistidos pelo Projeto Frutos da Floresta, financiado pelo programa Petrobras Ambiental. A iniciativa é executada pelo Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento Rural Sustentável (Icoderus), em parceria com várias instituições, como o Sebrae em Sergipe. A ação visa o manejo sustentável dos recursos naturais, com foco na agricultura familiar.

Para o coordenador geral do projeto Frutos da Floresta, Ronaldo Fernandes Pereira, é primordial desenvolver uma ação em rede, trabalhar as cadeias produtivas com foco na recuperação e utilização sustentável das florestas. “Sentimos necessidade de desenvolver uma ação com as mulheres. A proposta é diminuir o açúcar dos doces e substituir por mel, agregando valor tanto para a cadeia da apicultura como para a de doces caseiros”, explica.

Na região de Barra da Onça é possível encontrar umbu, seriguela, goiaba e acerola. Por coincidência, essas frutas são utilizadas pelas abelhas para produzir néctar. “O foco é aumentar o número de áreas reflorestadas, queremos chegar no povoado Barra da Onça com 30 ha de sistemas agroflorestais”, destaca Ronaldo. Com o fim da safra de umbu, o grupo está trabalhando com o jenipapo, que é trazido de outras comunidades atendidas pelo projeto. “Hoje, trabalhamos em 11 municípios sergipanos, três no semiárido, três no centro-sul e cinco na região do Baixo São Francisco. O grupo está capacitado para a produção dos doces e tem os equipamentos adequados”, diz o coordenador do projeto.

Aumento da renda

Para Nete Alves Silva, moradora de Barra da Onça e mulher de apicultor, um dos pontos positivos do projeto é poder contribuir para melhorar a renda da família. “Nosso grupo é formado por 14 mulheres sertanejas. Não sabíamos como fazer os doces aproveitando as frutas nativas da nossa região e de outras regiões, só sabíamos fazer sucos. Agora, produzimos diversos tipos de doces e geleias. O mais interessante é que estamos começando a substituir em algumas receitas o açúcar pelo mel, deixando nosso produto mais saudável”.

Lauro Vasconcelos, superintendente do Sebrae em Sergipe, diz que o projeto “leva ao homem do campo uma nova filosofia empreendedora: utilizar de forma integrada e sustentável os recursos das nossas florestas, além de recuperá-las. Todos saem ganhando e as próximas gerações agradecem”.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias em 27/04/2012

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