sábado, 12 de maio de 2012

Cooperativismo

Cooperativa Santa Clara fará o maior investimento em 100 anos

Cooperativa Santa Clara fará o maior investimento em 100 anosA Cooperativa Santa Clara deve marcar em alto estilo o centenário da operação, celebrado em 2012. Com o sinal verde do Conselho de Administração já disparado, a direção executiva modela o projeto e faz estudos financeiros para colocar em marcha, até o fim do ano, o que deve ser o maior investimento nos 100 anos de história da organização.

A cooperativa, com sede em Carlos Barbosa, na Serra gaúcha, construirá uma nova planta, cujos aportes são avaliados em R$ 50 milhões (a cifra pode ser alterada até a conclusão do projeto), com capacidade para processar um milhão de litros diários de leite. A única planta própria de laticínios, situada na sede, industrializa 550 mil litros ao dia. Com o novo complexo, a ser implantado em dos municípios da região de fornecimento de matéria-prima, a Santa Clara pode triplicar o poder de fogo. O empreendimento também é estratégico para pavimentar a trajetória da última década de forte expansão no faturamento bruto anual, que saltou de R$ 85 milhões, em 2001, para R$ 618 milhões, no ano passado.

Em 2011, a meta era crescer 10%, e a cooperativa avançou 20%. “Hoje temos mercado, mas não temos produção suficiente”, contrasta o diretor administrativo e financeiro Alexandre Guerra, que cuida de perto da gestação do investimento. A iniciativa, que será custeada por recursos próprios e por financiamento a ser buscado em linhas de juro menor em bancos como Bndes e Badesul, deve entrar em atividade até começo de 2015. A localização da planta não deve ser a região onde a Santa Clara nasceu. O presidente do conselho, Rogério Bruno Saltier, adianta que já está prospectando áreas no polo da Grande Paraí. “Vamos buscar outra região e avaliar prós e contras. Estamos olhando Paraí, Vila Maria, São Domingos e Casca”, revela o dirigente.

Até lá, a organização terá de afinar sua base de fornecimento, hoje com pouco mais de 3 mil produtores entre os 4,4 mil associados situados em 94 municípios (há dez anos eram 40). Não há intenção de ampliar o número de propriedades.

“O desafio é elevar a produção verticalmente, aportando mais assistência técnica e suporte aos associados, para melhorar a produtividade”, destaca Guerra. A direção executiva quer manter a escala de crescimento na oferta de matéria-prima, hoje de 5% a 7% ao ano. O ritmo suprirá a demanda industrial e garantirá que a planta própria atenda até o esgotamento da capacidade, previsto justamente para 2015. Com a nova indústria, o plano é elevar o volume de longa vida dos atuais 300 mil para 600 mil litros diários e de 50% na produção de 550 toneladas de queijo.

Negócio é viabilizado com muita parceria e cooperação

A estrutura produtiva da cooperativa não dá conta de todas as frentes de derivados. Para alcançar o processamento atual de 700 mil litros diários, a Santa Clara conjuga conceitos de parceria e cooperação, adequadas ao tipo de organização, terceirizando alguns nichos para players locais, como CCGL (da qual é associada) e outras agroindústrias gaúchas. “Não viabilizaríamos sozinhos uma planta de leite em pó, por isso buscamos parcerias”, justifica o diretor administrativo e financeiro.

Definitivamente, o foco da Santa Clara é o mercado doméstico, leia-se o gaúcho, onde está 60% da demanda em lácteos, segmento responsável por 50% da receita. O restante se distribui entre derivados de carne suína (10%), varejo, cozinha industrial, distribuição e serviços aos associados. “Não queremos ser os maiores, mas ter o melhor produto e controle total sobre a nossa operação”, resume o presidente.

Fonte: Jornal do Comércio - Rio Grande do Sul em 11/05/2012

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