sábado, 12 de maio de 2012

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Ford avança no uso de materiais alternativos

Celulose, cana-de-açúcar, dente-de-leão, milho, fibra de coco e até dinheiro reciclado são utilizados pela Ford em substituição a derivados de petróleo na produção de peças para suas linhas de automóveis, picapes e caminhões globais.

No começo dos anos 2000, quando a Ford começou a investir forte na pesquisa de materiais sustentáveis, o petróleo era farto e relativamente barato, a US$16,65 o barril. Este ano, seu preço chegou a US$109,77. A Ford trabalha com uma lista crescente de colaboradores, como empresas químicas, universidades e fornecedores, para desenvolver materiais alternativos capazes de substituir ao máximo a média de 136 kg de plástico usados em um veículo.

Quando atendem os rigorosos padrões de qualidade da Ford, novos materiais sustentáveis podem se juntar à lista de substitutos de derivados de petróleo já em uso. Os novos materiais são testados para avaliar como se comportam sob determinadas condições e, se aprovados, têm o seu uso recomendado.

A soja pode ser considerada o primeiro passo no uso de materiais sustentáveis na Ford. Henry Ford apresentou em 1941 o protótipo Soybean Car, com carroceria feita de composto plástico com fibra de soja, sisal, cânhamo e palha de trigo. O “Carro de Soja” era 450 kg mais leve que o de aço estampado e dez vezes mais resistente. Na sua demonstração, Henry Ford usou uma marreta para provar essa qualidade. O projeto atual de uso da soja começou há 10 anos, quando um grupo de fazendeiros se aproximou da Ford buscando novos usos para as colheitas abundantes do meio-oeste americano. Os pesquisadores da Ford se desafiaram a desenvolver espumas a partir da soja que atendessem os requisitos de desempenho e durabilidade.

Além disso, ideias até pouco tempo consideradas fantasiosas, como o aproveitamento de papel moeda reciclado e fibra de coco, hoje são vistas como opções atraentes de negócio devido, inclusive, à abundância: cerca de 3,5 a 4,5 toneladas de papel moeda são retiradas diariamente de circulação nos Estados Unidos, material que acaba transformado em tijolos, queimado ou destinado a aterros. No entanto, segundo a pesquisa da Ford, não há ainda garantia de que dinheiro reciclado seja usado em veículos da montadora, mas as perspectivas são promissoras, principalmente para confecção de bandejas e porta-objetos da cabine.

Casos concretos

Na linha de produtos globais da marca, o Novo Fusion, por exemplo, vai usar o equivalente a duas calças jeans transformadas em material isolante para atenuar os ruídos da pista, do vento e do motor.
Atualmente, todos os carros produzidos pela Ford na América do Sul utilizam de 5 a 7 kg de PET reciclado na forma de carpetes, forro de teto, caixas de roda e mantas de forração acústica. O painel dos novos caminhões Cargo é feito com fibra natural de sisal.

Na América do Norte, todos os carros da Ford trazem bancos feitos com espuma à base de soja. O Escape usa o kenaf, um tipo de algodão, aplicado nos apoios das portas, além de 4,5 kg de algodão reciclado de calças jeans, camisetas, suéteres e outras peças no painel. Cerca de 25 garrafas plásticas também são usadas na produção dos carpetes deste modelo.

O Focus Electric usa materiais à base de fibra de madeira nas portas e garrafas plásticas recicladas no tecido dos bancos. O Flex utiliza palha de trigo nos porta-objetos. Já o Taurus SHO aplica um tipo de camurça feita com fios 100% reciclados

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