domingo, 6 de maio de 2012

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Evite migrar da antiga para a nova poupança

As regras da nova caderneta de poupança limitam os ganhos dos aplicadores em 70% da taxa Selic, livre de impostos, caso a taxa básica de juro caia para menos de 8,5% ao ano. Para fazer uma comparação direta com as demais aplicações financeiras, que recolhem 20% de Imposto de Renda (IR) no prazo de um ano, é preciso ajustar as taxas para a mesma base de comparação.

Uma aplicação que rende 87% da Selic e está sujeita ao IR de 20% sobre os ganhos produz rendimento líquido para o investidor de 70% da Selic. Logo, a rentabilidade de 70% da Selic livre de imposto da nova poupança é equivalente ao ganho bruto nas demais aplicações financeiras de 87% da Selic.
O gráfico abaixo mostra que o rendimento da antiga poupança, calculado pelo critério de rentabilidade bruta, supera 80% da Selic desde 2007, conforme as informações divulgadas pelo Ministério da Fazenda.
Hoje, com a taxa básica de juros em 9% ao ano, o ganho da antiga poupança subiu para aproximadamente 90% da Selic, pelo critério de rentabilidade bruta. E deve aumentar. Se a inflação não subir e o Banco Central conseguir cortar os juros para 6% ao ano, por exemplo, o rendimento irá atingir 130% da Selic. A nova poupança, por sua vez, continuará pagando 87% da Selic.

A rentabilidade atual da antiga poupança já supera metade dos fundos conservadores disponíveis para todos os investidores e, se os juros caírem mais, a vantagem comparativa aumenta. A nova poupança deverá ser melhor do que 30% dos fundos conservadores. Portanto, vale a pena evitar a nova poupança e manter os recursos na antiga.

O problema será administrar o orçamento para evitar sacar os recursos poupados. A opção de recorrer aos financiamentos bancários para cobrir eventuais necessidades de caixa deve ser descartada, devido aos juros ainda punitivos. Não será tarefa fácil para a maioria dos quase 100 milhões de aplicadores na poupança.

De acordo com o último censo sobre créditos garantidos preparado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), 78% das contas de poupança possuíam saldo de até R$ 2 mil. Desse número, dois terços pertenciam a aplicadores com saldo inferior a R$ 100.

É provável que no prazo de seis meses a grande maioria desses 78 milhões poupadores irá precisar sacar seus recursos da poupança antiga para cobrir alguma lacuna do seu orçamento. Quando conseguirem economizar recursos novamente, a única saída será investir de acordo com as regras novas, menos vantajosas.

Situação diferente deverão enfrentar os pouco mais de sete mil aplicadores, que representam menos de um centésimo do total de contas, mas que possuem saldo superior a R$ 1 milhão depositados na caderneta. Para esses, o esforço a ser empreendido para manter os recursos investidos na antiga poupança deverá ser menor. Consequentemente, poderão aproveitar as melhores condições oferecidas pela antiga regra por mais tempo.

De qualquer forma, desde que o BC efetivamente reduza a taxa básica de juros, a melhor alternativa para todos os atuais poupadores é adiar o máximo possível os saques na caderneta.

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