terça-feira, 6 de dezembro de 2011

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Cooperativas centrais de crédito poderão emprestar mais dinheiro às instituições filiadas - por Giovane Gomes do Prado*

 
É providencial a medida do CMN via BACEN sobre o limite de expansão. Realmente, era um entrave intransponível para as cooperativas de crédito singulares o limite imposto às demandas por crédito dos cooperados. Contudo, esse dinheiro, vindo das cooperativas centrais, ainda é muito caro para as cooperativas de crédito singulares, as quais intermedeiam para os seus cooperados tomadores. Os cooperados (e os órgãos públicos normatizadores das instituições financeiras) precisam entender que o melhor recurso para o cooperado tem que vir dele mesmo, através da sua cooperativa. O sistema cooperativista tem que viabilizar-se financeiramente por si só, sem olvidar da assessoria prestada pelas Centrais de cooperativas. Quanto menos intermediários, maiores e melhores serão os resultados. Temos internamente um verdadeiro potencial desconhecido.

Observemos, por exemplo, o caso da cooperativa de crédito dos servidores públicos no Estado de Pernambuco. Desde 2004, na esteira do Programa Nacional de Desburocratização, o Governo do Estado de Pernambuco implantou o PEconsig. A proposta inicial do Sistema de Controle de Consignações na folha de pagamento dos servidores, para além de um instrumento de Gestão de Recursos Humanos, era propiciar ao servidor público adquirir empréstimos pela internet e, de quebra, através das tarifas pagas pelos bancos consignantes, constituir um fundo para capacitação do servidor público estadual. Neste diapasão, também seguiram inovando o TJPEConsig e TCEPEConsig, tornando ágil e eficiente as transações de empréstimos consignados para magistrados e servidores. Porém, neste caso, com a participação do cooperativismo de crédito, a emenda saiu bem melhor que o soneto. De fato, com a entrada da PERNAMBUCRED  – Cooperativa de Crédito dos Servidores no Estado de Pernambuco – fruto da junção entre a Juriscoope e a CREDIPE, a folgada (e perniciosa) concorrência entre os bancos tradicionais ficou muito acirrada, arrastando todas as taxas de operações de crédito para baixo, beneficiando os servidores em Pernambuco.
Hoje é notório que a PERNAMBUCRED, além de gerar rendimentos aos seus cooperados servidores e familiares, é a balizadora das taxas de empréstimo consignado no Estado. Mas, quem disse que só há tomadores de empréstimo no quadro de recursos humanos estadual? Pois bem. A PERNAMBUCRED remunera a poupança dos servidores, com as mesmas garantias dos bancos tradicionais, em até 107% do CDI (em torno de 1,06% ao mês). E, ainda, gera resultados para o cooperado no final do ano. Somente em 2011, referente ao exercício de 2010, foram distribuídos mais de 4,5 milhões de sobras aos seus quase 5 mil cooperados. Sim, é isso mesmo. Além das menores taxas de juros nos empréstimos, remunera com as melhores taxas as aplicações financeiras. A lógica é simples: a cooperativa de crédito não objetiva o lucro. Todos os resultados vão para os cooperados, de uma forma ou de outra, em forma de sobras. Contudo, muitos cooperados não têm conhecimento disso.

Então, esse é o novo desafio dos órgãos reguladores e do Governo: enxergar (e mostrar) o outro lado da moeda. Repetir o sucesso do sistema de consignação na demonstração do ranking das menores taxas de juros, divulgando as melhores remunerações da poupança do servidor dessas mesmas instituições. De um lado, como Pernambuco tem tradição no pioneirismo, estando sempre na vanguarda dos instrumentos de apoio aos benefícios sociais, esta é uma oportunidade impar para estimular a poupança, a educação financeira e, principalmente, o cooperativismo, conforme o mandamento constitucional. Por outro lado, o CMN e o BACEN estariam estimulando a redução do spread bancário para uma política mais justa e igualitária na intermediação financeira. Desta forma, os benefícios são para todos. Para o servidor, para o Estado e para a sociedade, porque os recursos permanecem aqui mesmo.  Sendo de Pernambuco, sendo do Brasil.

*Auditor tributário e Diretor de Expansão da PERNAMBUCRED.

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