sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cooperativismo

Armazém da Coapa, em Pedro Afonso, já recebeu mais 50 mil toneladas de soja

Armazém da Coapa, em Pedro Afonso, já recebeu mais 50 mil toneladas de sojaAté o dia 30 de março, o armazém da Coapa, em Pedro Afonso, já havia recebido 50.530 toneladas de soja da Safra 2011/2012. A meta para esse ano é recepcionar 64 mil toneladas da oleaginosa. Foram recebidas as cargas de 1.934 caminhões que transportam, em média, 25 mil quilos cada um. Segundo o gerente da Unidade Operacional da Coapa, Vanderlei de Sousa, a soja é proveniente de fazendas de 84 produtores, sendo 32 associados da cooperativa e 54 não cooperados. Ainda conforme o gerente, para atender o grande volume de grãos que chega ao armazém, considerado o maior do Tocantins, 45 colaboradores trabalham ininterruptamente em três turnos.

Na safra 2011/2012, agricultores associados à Coapa plantaram uma área de 20.321 hectares de soja em Pedro afonso, Bom Jesus do Tocantins, Tupirama, Centenário, Itacajá, Miracema e Rio dos Bois. Foram plantadas 13 variedades do grão, sendo quatro do tipo precoce, seis do ciclo médio e três do tipo tardia. A colheita começou no início de fevereiro e deve terminar na segunda quinzena de abril.

Otimismo

Produtor de grãos há quase 20 anos na região de Pedro Afonso, Luis Gilberto Ramos foi o primeiro a iniciar a entrega de sua produção no armazém da Coapa, no dia 06 de fevereiro. Já colheu mais da metade dos 1420 hectares de soja que plantou na Fazenda Uruçu e mostra otimismo com essa safra. “Estou satisfeito com os preços praticados, bem melhores que no ano passado. Ao final da safra devo ter boa lucratividade”, disse o sojicultor.

O gerente comercial da Coapa, Nelzivan Carvalho Neves, informou que para custear os gastos com a produção já na fase de plantio a maioria dos produtores comercializou 50% da produção com as empresas responsáveis pelo financiamento e exportação do produto.

Nessa época a saca de soja de 60 kg foi vendida, em média, a R$ 42,50 a saca, valor superior a Safra 2010/2011, quando foi negociada a R$ 41,00. Ainda conforme Nelzivan Neves, o mercado registra o melhor preço dos últimos três anos. O preço da soja disponível para comercialização gira em torno de R$ 47,80 a saca. Já para pagamento no próximo mês de maio está sendo negociado a R$ 48,80.

“Isso ocorreu, principalmente, devido a perca de quase 8 milhões de toneladas de soja somente no Brasil, 7,3 milhões na argentina e 4 milhões no Paraguai, grandes produtores, por causa da falta de chuvas durante o ciclo de produção”, explicou o gerente. “Geralmente os preços começam a melhorar no final de julho, início de agosto. Estamos no final de março e produtores já conseguiram bons preços”, destacou Nelzivan Neves, lembrando que a Coapa comercializa a produção de seus cooperados com as traidings e no mercado interno, buscando sempre os melhores preços.

Produtividade

“A expectativa era colher entre 52 e 55 sacas por hectare, mas a produção deve ficar entre 49 e 51 sacas, por causa do acúmulo de chuva de outubro de 2011 a janeiro deste ano ter sido maior que na safra passada. Perde-se de um lado e ganha do outro já que os preços estão bons”, avaliou a engenheira agrônoma, Erica Lima Brito, lembrando que mesmo com a diminuição da área plantada, a produção na região é muito boa, principalmente devido às condições climáticas, escalonamento da colheita e ao nível de profissionalização dos produtores na dessecação da lavoura.

Preocupação

Apesar dos bons números até o momento da Safra 2011/2012, a possibilidade de faltar espaço no armazém da Coapa para armazenar os grãos como ocorreu em 2011 preocupa os produtores. O problema poderia surgir devido a dificuldade das empresas responsáveis pela comercialização em escoar a produção, já que a Vale que faz o transporte via Ferrovia Norte-Sul a partir dos terminais de Colinas do Tocantins e Porto Franco (MA) estaria sem vagões suficientes para enviar o produto para o Porto de Itaqui, em São Luis (Ma), de onde é levado de navio para o exterior.

O gerente da Unidade da Cargill no Tocantins, Vivaldino Canedo, relatou que após a interrupção no escoamento da safra ocasionado pela queda de uma ponte próximo a São Luis, a atividade voltou a ser realizada no dia 23 de março, mas devido ao acúmulo de caminhões o embarque seria normalizado até o final da primeira semana de abril. Disse que falta escoar o dobro do volume transportado nessa mesma época no ano passado. “Os armazéns ficaram cheios com vários caminhões aguardando para descarregar, porém não aconteceram percas na qualidade dos grãos”, explicou Canedo, chamando atenção para a necessidade da Vale ampliar o número de vagões.

Fonte: Texto e foto: Fred Alves em 05/04/2012

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